Um grupo de funcionários em Regime de Pagamento Autônomo
(RPA) que atuam na rede municipal de Educação de Campos fechou o acesso à ponte
General Dutra, na BR 101, na manhã desta quinta-feira (13), em protesto contra
o atraso de salários. Os manifestantes afirmam que estão há quatro meses e meio
sem receber integralmente. O bloqueio causou transtornos a motoristas, que
ficaram mais de uma hora parados no trânsito. Com o acesso à ponte General
Dutra fechado, outras pontes, como a Saturnino de Brito, na Lapa, ficaram
sobrecarregadas. A Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal estiveram no
local para tentar amenizar a situação. A pista foi liberada por volta das 12h.
A Prefeitura de Campos informou que tem refeito seu planejamento para retomar
pagamentos prioritários.
A funcionária Valesca Cristina de Souza contou que a única
exigência dos RPAs é o pagamento. De acordo com ela, devido à falta de
pagamento, as dívidas estão se acumulando. “Estamos há quatro meses e meio sem
receber, passando necessidade dentro de casa. Eu tenho duas filhas. Elas estão
pedindo o material escolar, pedindo coisa para comer, eu estou passando
necessidade dentro de casa e Rafael Diniz não paga a gente. Estou aqui com os
RPAs da Educação. Só queremos o nosso direito, o pagamento da gente”, contou.
Enquanto os manifestantes reivindicavam os salários, várias
pessoas ficaram presas no trânsito por conta do bloqueio na ponte. Segundo a
Arteris Fluminense, concessionária que administra a BR 101, só na rodovia
federal foram registrados dois quilômetros de engarrafamento. O motorista
Vicente Júnior foi um dos que ficaram presos na rodovia durante a manifestação.
Ele disse que entende o motivo do protesto, mas ressaltou que a BR 101 é uma
via de grande fluxo que não deveria ser bloqueada.
— Acho que essa manifestação é válida, embora venha a
atrapalhar o trânsito e muitas pessoas que precisam usar a BR 101. Não estou
nem a favor e nem contra, estou preso no trânsito, mas eu tenho que respeitar o
motivo de as pessoas manifestarem — contou Vicente.
Com a BR 101 fechada, a ponte Saturnino de Brito, na Lapa,
ficou com o fluxo intenso e um engarrafamento de mais de três quilômetros, com
retenção desde o quartel do 5º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM), na
avenida Rui Barbosa, no Centro.
Em nota, a Prefeitura de Campos informou que continua
refazendo seu planejamento para retomar pagamentos prioritários, entre eles, os
dos RPAs. “Em função da determinação da Justiça para o pagamento do 13° dos
servidores em dezembro, janeiro e fevereiro, foi necessário alterar o
cronograma. A situação se agrava com a queda drástica no repasse de
participação especial, considerado o segundo pior da história do município.
Somente em 2019, as perdas de receitas oriundas do petróleo foram superiores a
R$ 200 milhões”, informou a nota.
FONTE:FOLHA 1
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