João Pedro de Melo Donadio /
Divulgação/ Redes sociais
POR CATARINE BARRETO
Está sendo investigada na 143ª Delegacia de Polícia (DP) a
morte de um menino de 11 anos que desmaiou dentro de uma loja de roupas, em
Itaperuna, no último sábado (01). João Pedro de Melo Donadio sofreu uma parada
cardíaca na madrugada de terça-feira (04), após três dias internado no Hospital
São José do Avaí. A Polícia Civil trabalha com a possibilidade de o menino ter
sido atingido por uma descarga elétrica.
De acordo com o pai de João Pedro, o empresário Elieser
Donadio, o menino estava dentro da loja, na companhia da mãe, a gerente da
Caixa Eliane Amancio, quando sentou na base de uma arara de roupas e, logo em
seguida, caiu desacordado.
— Recebi diversas ligações de familiares informando que meu
filho estava no hospital. Quando cheguei à unidade, a mãe dele me informou que
estava na loja de roupas e que o João pediu a senha do wi-fi para uma das
vendedoras, enquanto a mãe era atendida por outra funcionária. Ele sentou em
uma arara, e uma das meninas viu quando ele caiu desmaiado — disse Elieser.
A mãe, ao ver João Pedro caído, tentou socorrê-lo e o levou
de táxi para o Hospital São José do Avaí, onde ficou internado na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) até a madrugada de terça, quando não resistiu a uma
parada cardíaca, apesar das tentativas de reanimação.
— Os médicos que atenderam meu filho perguntaram se o João
Pedro havia ingerido remédio, se ele tinha algum problema de coração, mas nada
disso aconteceu. Meu filho viajou recentemente com a mãe para fora do país e
fez todos os exames necessários, além de sempre ter um acompanhamento regular
da saúde. Ele sempre foi saudável — contou o pai do menino.
Ainda segundo Elieser, ao socorrer João Pedro, a mãe teria
sentido um choque, “mas não se atentou para o fato naquele momento” e só se
recordou quando um amigo da família cogitou a possibilidade de o menino ter
encostado em algum fio desencapado, devido às fortes chuvas que atingiram a
cidade nos últimos dias. “Quando o amigo da família comentou, ela lembrou na
hora. Quando entramos na UTI, vimos que meu filho tinha marca de queimadura no
nariz e na barriga, que não existiam antes do que aconteceu”, disse.
Elieser também relatou que a mãe de João Pedro “entrou em
contato por mensagens com a vendedora, pedindo as imagens de segurança”.
— A mesma passou contato da dona da loja, mas não tivemos
resposta. No domingo, eu fui à delegacia fazer um boletim para que haja o
acesso às câmeras de segurança da loja — contou o pai.
O titular da 143ª DP, Sérgio Santana, informou que, no
momento, a Polícia Civil está realizando as oitivas. Uma funcionária da loja e
o pai já foram ouvidos.
— Realizamos duas perícias no local, um na segunda (03) e
outra na terça-feira, e a nossa linha de investigação está calcada na ideia de
uma descarga elétrica. Mas, aguardamos o laudo pericial e médico para que
possamos dar continuidade às investigações. Ainda vamos escutar a mãe da vítima
e os donos da loja — disse o delegado.
Elieser lamentou a morte do filho e quer que tudo seja
esclarecido. “O meu filho entrou vivo e cheio de saúde naquela loja. Algumas
pessoas estão veiculando mentiras nas redes sociais, como, por exemplo, que meu
filho tomou um choque no celular, mas eu estou com o aparelho nas mãos e o
mesmo está intacto. Ele não estava com o celular no carregador e a bateria
permanece intacta e será entregue à polícia para investigação. Estou sem chão”,
concluiu o pai.
Advogado da loja, Luiz Lessa afirmou que as câmeras de
segurança foram entregues à Polícia Civil e que todos estão consternados com o
ocorrido.
— O ofício da delegacia veio requisitando as imagens, se não
estou enganado, entre 10h30 e 11h, mas a situação toda ocorreu depois das 11h
da manhã do último sábado. Então, nós mandamos o trecho solicitado e o trecho
que não foi solicitado, onde aparecia o fato todo, onde mostra a criança sendo
socorrida. Uma funcionária da loja acompanhou a mãe até o hospital para o
socorro. A loja passou por perícia e estamos colaborando com tudo, à disposição
da família e engajados para saber o que aconteceu — disse o advogado.
Em postagem no Facebook, a mãe de João Pedro lamentou a perda
e disse que buscará justiça.
— Ele se foi mas deixou um legado infinito, jamais
conseguirei viver sem lembrar de cada sorriso e do quanto me ensinou o amor e a
verdade. (...) Eu quero justiça! Nada mais vai amenizar minha dor — publicou
Eliane.
FONTE:FOLHA 1
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