Os belos tempos da mocidade
É morrer de saudade
De tanta gente amiga que se foi
É relembrar o "Cacique" chegando
Trazendo e levando esperanças
À estaçãozinha, nas noites enluaradas
E as meninas de saias engomadas
De olhares brejeiros
Acenando com um sorriso
Para quem partia.
Lá ia o trem e o silêncio ficava
Na vila que dormia.
Sr. João Dutra, Dona Benedita...
Exemplos de vida, de amor
Mas, para que citar nomes?
Não convém
Poderia esuqecer de alguém...
Falar do rio, das enchentes
Das crianças que pulavam da ponte
Da igrejinha no alto da colina
É falar de sudade
Da alma das lembraças
Que ficaram gravadas
Aqui bem dentro do peito
"Que os mortos descansem em paz"
E que os vivos não os esqueçam
Há coisas na vida da gente
Que não passam
E Ponte do Itabapoana ficou.
Poema Da Poetiza Verconda Espadarote 09/11/92.
PONTE DO ITABAPOANA-ES
História
O distrito de Ponte do Itabapoana localiza-se ao extremo sul
do município de Mimoso às margens do Rio ltabapoana com seus 92,4 km² de área
territorial. A sede do distrito é uma vila a 88 metros acima do nível mar com
407.214 m² de área urbana, com boas edificações que demonstram "o auge de
um passado histórico”. Em 1º de agosto de 1896 - Decreto nº 64 - foi elevado à
categoria de município, uma vez que tinha renda, população e estrutura
suficientes para se desmembrar de São Pedro do ltabapoana.
Um dos fatores que favoreceu o desenvolvimento da região foi
a inauguração da Estação de ltabapoana em 1º de fevereiro de 1894, quando
chegou a locomotiva da Companhia Estrada de Ferro Leopoldina Raílway, com a
denominação de Ramal de Santo Eduardo a Cachoeiro de ltapemirim. Em 1º de
agosto de 1899 foi erigida e provisionada a Capela São Sebastião na sede
municipal.
Em 1929, o município de Ponte do ltabapoana é suprimido,
devido a crises econômicas e evasão de muitos fazendeiros para o estado vizinho
do Rio de Janeiro, voltando com a mesma denominação à condição de distrito do
então município de São Pedro do Itabapoana. Até a década de 1950, Ponte do
Itabapoana ainda mantinha intensas atividades culturais como cinema, clubes e
teatro, vindo diversas Cias. de Campos e da Capital - Rio de Janeiro.
Após este período muitas famílias começaram a deixar o
distrito em busca de uma situação financeira melhor e uma boa qualidade de vida
no estado do Rio de Janeiro e até mesmo no distrito de Mimoso do Sul onde vinha
apresentando um forte crescimento econômico. Um dos motivos da evasão fora
também as fortes enchentes que anualmente atingiam a vila, causando muitas
perdas materiais das famílias que ali viviam. Contudo, muitas fazendeiros
permaneceram com propriedades no distrito, mas com residência fixa em Santa
Maria de Campos e outros municípios do Rio de Janeiro, fazendo com que toda a
renda produzida em solos Itabapoanenses fossem transferidas e investidas em
terras Fluminense. Como diz alguns populares da época: Aqui só tinha riqueza,
mas quando os barões foram em bora levaram todo o dinheiro com eles. Agora não
sobrou mais nada. (Relato de um morador de Ponte do Itabapoana)
Atualmente, verifica-se novas perspectivas na região, pois os
Itabapoanenses estão lutando para resgatar suas perdas. Auxiliando nessa luta
há a Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Carlos Mattos cujo
Magistério desempenha papel participativo nesse sentido. Muitos moradores tira
suas rendas através do comércio, pois a sede distrital é cortada pela ES-297,
principal rodovia que liga a BR-101 a região turística do Caparaó e a cidades
importantes do Rio de Janeiro e Minas Gerais como Itaperuna-RJ e Muriaé-MG.
Ainda são preservados no distrito casarios da época e Estação de Ponte do
Itabapoana, símbolos de um passado histórico de muitas prosperidades.
O distrito é dividido em cinco comunidades rurais Cascata,
Sossego, Ponte do Itabapoana, Santa Paz e União. Sua sede distrital fica a 48
km da sede Municipal de Mimoso do Sul com uma população estimada de 1.523 hab.
Sendo cortado pelas ES-297 e ES-177 e pela ferrovia FCA. Seu território é
banhado pelos rios Itabapoana ao sul servindo de divida entre os estados do
Espírito Santo e Rio de Janeiro, e pelo rio São Pedro ao norte servindo de
divisa entre os distritos de Ponte do Itabapoana – São Pedro do Itabapoana e
Ponte do Itabapoana – Dona América. Dentre os córregos se destacam o Trindade
divisa com o município de Apiacá, Outeiro, Cascata e Sossego.
Sua economia é voltada para o comercio e agropecuária
destacando a produção de gado, cana, milho e café.
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