(Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro)
Governo
recomendou bares e restaurantes a limitarem lotação, e shoppings e centros
comerciais a fecharem lojas
O Governo do Estado decretou estado de emergência devido à
pandemia do novo coronavírus e recomendou a limitação, em até um terço da
lotação atual, de bares e restaurantes. Shopping centers e centros comerciais
têm a orientação de fechar suas lojas. As praças de alimentação nesses
estabelecimentos passariam a funcionar com redução de 30% do horário. As
medidas, anunciadas pelo governador Wilson Witzel, constam do Decreto nº
46.973, publicado nesta terça-feira (17), no Diário Oficial do Estado.
O decreto veda ainda circulação de ônibus interestaduais com
origem em estado com circulação do vírus confirmada ou situação de emergência
decretada e recomenda a suspensão de voos originários de estados ou países com
circulação confirmada do Covid-19 ou em situação de emergência decretada. O
texto recomenda ainda o fechamento de academias e sugere que a população não
frequente praias, lagoas e piscinas públicas.
“Aperfeiçoamos o decreto da semana passada para declarar
situação de emergência no Estado do Rio de Janeiro, de forma a justificar todas
as medidas que estamos tomando neste momento. Faço um apelo, mais uma vez, para
a população do nosso estado, principalmente aos jovens. Estamos tentando evitar
o que houve em outros países, com muitas mortes, como Itália e Espanha. Se
agirmos como outros países agiram, esvaziando as ruas, conseguiremos conter a
proliferação do vírus”, disse o governador.
Ainda segundo Witzel, o Governo do Estado vai liberar uma
linha de crédito de financiamento no valor de R$ 320 milhões para micro,
pequenas e médias empresas fluminenses, com carência de 12 meses. O objetivo da
iniciativa é compensar os eventuais prejuízos em virtude da diminuição da
atividade econômica no Rio de Janeiro por causa das medidas de contenção ao
Covid-19.
“Para não agravar ainda mais a situação do Estado do Rio de
Janeiro, vamos disponibilizar R$ 320 milhões para ajudar micro e pequenas
empresas e empreendedores, que são os que mais sofrem. O financiamento terá
carência de 12 meses. Acreditamos que esta crise não durará, se trabalharmos
bem, mais de seis meses. O período de três meses é o pior até adequarmos os
serviços para receber os pacientes graves”, completou Witzel.
Determina também determina a suspensão total ou parcial do
gozo de férias dos servidores das secretarias de Saúde, de Policia Civil e
Policia Militar, de Defesa Civil e de Administração Penitenciária para não
comprometer as medidas de prevenção.
Solicitação de mais recursos ao Governo Federal
Na ocasião, o governador anunciou que, juntamente com outros
governadores, enviará uma proposta ao Governo Federal para a liberação de mais
recursos financeiros aos estados que estão enfrentando a epidemia do novo
coronavírus.
“Os governadores se reuniram virtualmente e levarão uma
proposta ao Governo Federal para liberar aos estados, pelo menos, R$ 50
bilhões. Não há como suportar a crise econômica de arrecadação dos estados sem
que a União venha socorrer. Também os governadores levarão propostas para os
recursos da saúde serem imediatamente liberados, além dos R$ 5 bi já
anunciados. Para o Rio de Janeiro, são R$ 36 milhões. Isso é muito pouco para o
Estado do Rio, porque estamos estimando um custo da ordem de R$ 1 bilhão. Com
os recursos que temos neste momento, dois hospitais serão ativados com 300
leitos, podendo chegar até 600 leitos nos próximos 60 dias”, anunciou Wilson
Witzel.
Novo apelo à população
O governador e o secretário de estado de Saúde, Edmar Santos,
enfatizaram o apelo para que a população siga as recomendações das autoridades
e se desloquem o menos possível pelas ruas, permanecendo em casa.
“Este é um momento de união e de pensar nos mais velhos,
porque eles vão sofrer primeiro. Esta é uma questão humanitária. Por isso, peço
ao povo fluminense que se conscientize. Quem pode morrer são os mais velhos,
são nossos pais, nossos avós. Por isso, sigam as nossas recomendações e fiquem
em casa”, solicitou Witzel.
O secretário de Saúde completou: “Hoje, estamos com 31 casos
confirmados no Rio de Janeiro, sendo um paciente em estado grave. Ele já apresentou
uma pequena melhora das últimas horas, mas ainda segue muito grave no CTI. Mas
o problema não é esse hoje. Há um mês, a Itália estava na situação que estamos
hoje e, um mês depois, está nesta tragédia humanitária. As ruas do país estão
vazias, mas só estão assim após a morte de mais de 1.800 pessoas. É preciso que
a gente consiga fazer que as ruas do Rio de Janeiro fiquem vazias hoje enquanto
não morreu ninguém. Este é o nosso desafio”, finalizou Edmar.
No fim da tarde, o governador Wilson Witzel esteve reunido
com os prefeitos da Região Metropolitana para discutir a aplicação das mais
recentes medidas de prevenção do novo coronavírus. A reunião ocorreu durante à
tarde, no Palácio Guanabara, numa área aberta, seguindo as novas recomendações
de convivência. Entre as medidas discutidas estavam as restrições ao varejo,
como bares e restaurantes, disponibilidade de leitos na rede pública hospitalar
e os desafios da mobilidade urbana a partir de agora. Muitos prefeitos
estiveram acompanhados de seus secretários de Saúde.
Fonte: Governo do Estado do Rio de Janeiro
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