Com a suspensão das aulas presenciais podendo durar três
meses, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) vai disponibilizar, a partir
da próxima segunda-feira, dia 30, aulas online para alunos da rede pública.
Inicialmente, o retorno era previsto para a próxima semana, mas foi prorrogado,
respeitando o protocolo do gabinete de crise de prevenção ao coronavírus.
A plataforma usada será o Google Classroom, que firmou
convênio com a Seeduc. Segundo a pasta, os professores vão ministrar as
atividades na plataforma em seus horários de trabalho, respeitando o quadro de
aulas presenciais. As Gratificações por Lotação Temporária (GLPs) serão
mantidas. Os estudantes que não tiverem acesso à internet vão receber o
material impresso em casa e poderão recorrer às aulas de reforço.
De acordo com o secretário de Educação, Pedro Fernandes, a
medida pretende manter os 200 dias letivos, ainda que a Lei de Diretrizes e
Base da Educação (LBD) permita que os estados terminem o ano com menos carga
horária de aula diante da pandemia da Covid-19. "O objetivo da Seeduc é
não prejudicar nem desestimular os alunos durante o período de quarentena. As
horas de aulas a distância serão contadas como horas-aula normais."
Fernandes acrescenta que o método de avaliação e provas bimestrais dependerá do
período de interrupção das atividades presenciais.
Apesar de concordar que os alunos devem receber atividades e
ser incentivados a se manterem proativos, o Sindicato Estadual dos
Profissionais de Educação (Sepe) questiona a medida, alegando fragilidade no
processo. O Sepe diz ainda que o conteúdo oferecido não deve contar como dia
letivo e pretende acionar órgãos competentes para fiscalizar a operação.
"Somos a favor de que a Seeduc garanta exercícios que combatam a
inatividade do aluno. Mas tendo a mesma equivalência à aula, a gente é contra,
por causa da fragilidade do processo, da desigualdade, pela falta de
planejamento. O Sepe vai acionar o Ministério Público", afirmou o
coordenador geral Gustavo Miranda.
Redes municipal e privada aderem às aulas online
Sem previsão para normalização das aulas, suspensas desde o
último dia 16, por conta do novo coronavírus, a Secretaria Municipal de
Educação (SME) lançou o aplicativo SME CARIOCA 2020 para os alunos da rede
municipal conseguirem estudar em casa. O aplicativo está disponível para
computadores e celulares e já foi acessado por mais de 300 mil usuários, até de
outros países, como Argentina, Estados Unidos, França e Portugal.
O conteúdo também está disponível no site da plataforma
educativa audiovisual MultiRio e conta com aulas virtuais. Os professores
também estão publicando conteúdo para os estudantes nas redes sociais. Em nota,
a SME informou que “estuda novos meios de repassar o conteúdo pedagógico aos
alunos.” Para quem depende das unidades de ensino também para se alimentar, a
secretaria disse que na última quinta-feira foram entregues cestas básicas que
duram entre 15 e 20 dias para os alunos que procuraram as unidades de ensino.
A rede privada também pode aderir ao ensino à distância, e
para as escolas que não tiverem plataforma online própria, a Secretaria de
Estado de Educação vai buscar a viabilização do serviço junto ao Google, com
quem firmou convênio. A Seeduc também pode fornecer conteúdo didático para as
instituições particulares, caso haja necessidade.
Ensino de São Paulo em férias
Para evitar o alto número de infectados pela COVID-19, o
governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou antecipação das férias e
recesso escolar de 150 mil professores da rede estadual de ensino. A medida foi
publicada no Diário Oficial do estado da última sexta-feira e, além das duas
semanas de férias previstas para julho, a partir da próxima segunda-feira,
começarão as duas semanas de recesso que ocorreriam em abril e outubro,
definidas pelo novo calendário.
Com as aulas suspensas por tempo indeterminado, não haverá
atendimento ao público nesse período. Serão mantidos apenas funcionários e
equipe gestora nas escolas, para garantir rotinas administrativas essenciais,
como preservação do patrimônio, limpeza, pequenos reparos e gestão financeira.
A pasta já tinha autorizado o trabalho remoto para os servidores com 60 anos ou
mais, gestantes e portadores de doenças respiratórias crônicas, cardiopatias,
diabetes não controlada, hipertensão, pessoas em tratamento oncológico, lúpus e
HIV, para quem atua nas escolas, diretorias de ensino e órgãos centrais.
Entre os meses de abril e maio, a Secretaria da Fazenda e
Planejamento deve efetuar o pagamento das férias a 150 mil professores da rede
estadual e, é estimada a destinação de R$130 milhões para o pagamento. Durante
o recesso, a Seduc de São Paulo vai estudar parcerias com empresas de
tecnologia para viabilizar conteúdos através de ensino à distância no período
de suspensão. A pasta ainda analisa o fornecimento de merenda para estudantes
em situação de vulnerabilidade.
Prefeitura lança aplicativo
Sem previsão para normalização das aulas, suspensas desde 16
de março, a Secretaria Municipal de Educação (SME) lançou o aplicativo SME
CARIOCA 2020 para os alunos da rede conseguirem estudar em casa. O aplicativo
está disponível para computadores e celulares e já foi acessado por mais de 300
mil usuários. O conteúdo também está disponível no site da MultiRio.
Já a rede privada também pode aderir ao ensino a distância. E
e para as escolas que não tiverem plataforma online própria, a Secretaria de
Estado de Educação vai buscar a viabilização do serviço junto ao Google. A
Seeduc também pode fornecer conteúdo didático para as instituições
particulares, caso haja necessidade.
FONTE: O DIA
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