O governador Wilson Witzel anunciou, na noite desta
sexta-feira, durante uma live em seu Facebook, que estenderá o decreto de
isolamento do Estado do Rio por mais 15 dias, a partir desta segunda-feira
(30). Em sua fala, Witzel voltou a repetir os avisos sobre a quarentena.
"Se não respeitarem a quarentena, não conseguiremos salvar sua vida. Por
isso, vou prorrogar o decreto por mais 15 dias a partir desta
segunda-feira", disse ele, que alertou para os possíveis casos de
subnotificação.
"Nós não temos condições de fazer teste, podemos ter
mais de mil casos da covid-19 no Estado do Rio. Muita gente precisa trabalhar,
precisa sobreviver, mas em países que retardaram medidas as pessoas ficaram
doentes rapidamente". Até esta sexta, o Rio tinha 493 casos confirmados do
novo coronavírus e 10 mortes.
"Sei que empresários estão com dificuldades, mas esse é
o momento de cuidar da saúde. É muito importante que mantenhamos as restrições.
"Não ha outra alternativa. Aquele que diz que não é pra ficar em casa vai
ser responsabilizado. Falar pras pessoas irem pra rua hoje é criminoso". O
secretário estadual de Saúde, Edmar Santos anunciou que a hidroxicloroquina
será testada em pacientes graves.
"Ficar em casa faz a curva achatar, o vírus se transmite
de forma mais lenta. O paciente chega com um pouquinho de falta de ar de manha,
de tarde precisa de respirador e à noite morreu. A cada 10 pacientes no CTI,
cinco morrem. As medidas não terão efeito, se as pessoas não ficarem em casa.
Vamos começar a testar a hidroxicloroquina em pacientes graves, pra ver se muda
a realidade da doença. Esse medicamento só poderá ser receitado por um
médico", disse Santos.
O decreto publicado pelo governador com restrições à
população para evitar aglomerações e conter a doença foi publicado no dia 17. O
prazo de 15 dias para as medidas terminaria no início da próxima semana, na
terça-feira (31).
Witzel também reforçou que um mutirão humanitário vai
distribuir cestas básicas para um milhão de famílias de baixa renda inscritas
no Cadastro Único de Assistência Social, o Cad-Único. Segundo ele, o objetivo é
socorrer famílias que vivem na pobreza extrema, as mais afetadas pelas medidas
de isolamento social tomadas para tentar diminuir a disseminação do novo
coronavírus. "Ninguém vai morrer de fome, vamos distribuir 1 milhão de
cestas básicas para 1 milhão de famílias em todo o Estado", pontuou.
"A fome não espera. Nós vamos vencer juntos essa
pandemia. Uma guerra não se vence sozinho e, sim, com toda a sociedade. É uma
primeira ajuda, e, com ela, as pessoas vão ter o que comer". Alunos da rede estadual também serão
contemplados, mesmo que suas famílias não estejam inscritas no Cad-Único.
Witzel afirmou já ter recebido informações de muitas empresas
interessadas em participar do mutirão: "Estamos lutando para preservar
vidas. Os empresários sabem que depois a economia vai retomar. Ressuscitar a
economia a gente consegue, mas ressuscitar quem morreu é impossível. Nós temos
que tomar essas medidas. Teremos dois meses pela frente para podermos atender
essas famílias mais vulneráveis".
Ao fim da live, Witzel disse que o "governo federal está
ajudando", sobre as negociações com o presidente Jair Bolsonaro, que
questionou nesta sexta os números de casos divulgados pelo Ministério da Saúde.
"Todos deverão ajudar, os prefeitos vão ajudar e o governo federal está
ajudando. Alerto que quem descumprir as medidas de quarentena, poderá ser
preso. Nós não podemos desafiar esta pandemia".
O Dia
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