Agencia Itaú Italva-RJ
Como bem ressaltou o promotor público de Campos, Marcelo
Lessa, em artigo reproduzido pelo jornal Tempo News online, os municípios do
interior, no caso específico, do Norte e Noroeste fluminense, não têm nenhum
preparo, seja em hospitais, leitos, equipamentos e equipes médicas, para um
combate ao COVID-19, que já provocou quase 50 mil casos confirmados no Brasil,
com 2906 mortes (até este momento, 19 horas do dia 22 de abril). Além disso, os
especialistas afirmam que não chegamos ao ápice ou clímax ou pico da doença no
país, previstos para o próximo mês.
Uma parte da população segue o pensamento do Presidente da
República, de que para morrer, basta estar vivo, ou seja, todos irão morrer, de
uma causa ou de outra. Que seja, então, pelo COVID-19. O que não pode é a
economia ser prejudicada. Como sabemos todos que a COVID-19 tem matado muitas
pessoas de classe média, cujos membros têm seus nomes repercutidos na mídia, a
preocupação parece ser enorme por parte das autoridades, muitas delas atingidas
pela doença, como prefeitos, governadores, governantes de países ricos e até
mesmo o príncipe Charles.
Todavia, o maior número de mortes não ocorre na classe média
e rica. Os pobres, insignificantes para a economia em escala, não passam de
números, conforme podemos constatar nas informações diárias dos jornalistas.
São números, não pessoas. Uma parte delas enterradas em covas coletivas sem
nenhuma atenção especial sequer para que, num futuro próximo, seus entes
queridos possam visitar e curtir o luto, pois muitos são sepultados sem
identificação e os sacos plásticos e caixões não são abertos para evitar a
contaminação.
Um grave problema que não está sendo esclarecido pelo
Ministério da Saúde, diretores de hospitais, secretários estaduais e municipais
de saúde, é a subnotificação. Ou seja, pode ser que haja muitos mortos pelo
COVID-19 e os óbitos são registrados como grave crise respiratória ou outras
patologias. Não sabemos, portanto, exatamente quantos são os afetados (e
mortos) pelo novo coronavírus.
Campos dos Goytacazes, maior cidade do Norte Noroeste
fluminense, até agora, conta apenas cerca de 40 casos confirmados e três
mortes, com 43 casos sendo analisados para saber se são ou não de COVID-19. Há
suspeita de subnotificação. O mesmo ocorre em Itaperuna, onde o único hospital
que atende a todo Noroeste, o São José do Avaí, não tem leitos disponíveis de
UTI nem aparelhagem e pessoal suficiente para atender aos infectados pelo
COVID-19.
Imagine então municípios como Italva e Cardoso Moreira, nos
quais não há (ou pelo menos parece não haver) nenhuma medida municipal mais
forte para manter o distanciamento social (no momento, única forma de evitar o
rápido espargir do vírus). Sem hospitais, sem leitos de UTI, portanto,
municípios como Italva e Cardoso, se não fizerem uma blindagem dos seus
moradores, evitando o contato com pessoas de fora, assim como se não evitarem
as filas que se observam em lotéricas, mercearias e supermercados, Caixa
Econômica e outro tipo de comércio, tendem a sofrer um colapso na área de saúde
que vai ter consequências graves nas suas economias.
Segundo Jair Bolsonaro, o novo coronavírus vai atingir 70% da
população. E fala isso como algo normal, “natural”. E, sendo assim, não adianta
todas essas medidas restritivas do ir e vir das pessoas. Muitas delas,
inclusive, estão de acordo com Bolsonaro, mas pedem o fim do isolamento, usando
máscaras. Um paradoxo, uma contradição. Mas partem do princípio religioso de
que só se morre quando Deus quer. Ou seja, se Deus não quiser, não haverá
mortes (a não ser aquelas que Ele deseja). Com isso, a ciência nada significa,
a não ser para constatar os fatos. É tautológica.
Quem pensa um pouco não pode aceitar que os prefeitos do
interior, assim como suas populações, pensem dessa maneira. E deixem as
comunidades ao deus dará. Urge uma tomada de posição das autoridades municipais
para que se evite aglomerações, abertura do comércio não necessário e, se
possível, mantendo o distanciamento de dois metros, o uso de máscara nos
estabelecimentos comerciais essenciais que devem ser abertos apenas de oito às
12 horas. No caso das drogarias, que devem ficar abertas até por mais tempo, o
atendimento deve obedecer ao distanciamento e o uso de máscaras por parte de
quem compra e de quem vende.
Os postos de saúde devem ter, no mínimo, o equipamento para
teste rápido para o pessoal que trabalha e para quem chega para o atendimento.
E, obviamente, o equipamento necessário e condizente com o que determina os
Conselhos Regionais de Medicina E Enfermagem, seguindo orientação da
Organização Mundial da Saúde. Pelo que observamos, não parece haver preocupação
por parte dos governos nem das populações quanto a esses cuidados. E se a
COVID-19 se alastrar nesses municípios, com certeza, o caos será a tônica.
Avelino Ferreira é jornalista e professor/Jornal Tempo News
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Caixa Econômica Federal Italva-RJ
Casa Lotérica Italva-RJ
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