A COVID-19 PODE CAUSAR UM COLAPSO NO INTERIOR - Jornal Tempo News

Breaking

Home Top Ad

24/04/2020

A COVID-19 PODE CAUSAR UM COLAPSO NO INTERIOR


Agencia Itaú Italva-RJ

Como bem ressaltou o promotor público de Campos, Marcelo Lessa, em artigo reproduzido pelo jornal Tempo News online, os municípios do interior, no caso específico, do Norte e Noroeste fluminense, não têm nenhum preparo, seja em hospitais, leitos, equipamentos e equipes médicas, para um combate ao COVID-19, que já provocou quase 50 mil casos confirmados no Brasil, com 2906 mortes (até este momento, 19 horas do dia 22 de abril). Além disso, os especialistas afirmam que não chegamos ao ápice ou clímax ou pico da doença no país, previstos para o próximo mês.

Uma parte da população segue o pensamento do Presidente da República, de que para morrer, basta estar vivo, ou seja, todos irão morrer, de uma causa ou de outra. Que seja, então, pelo COVID-19. O que não pode é a economia ser prejudicada. Como sabemos todos que a COVID-19 tem matado muitas pessoas de classe média, cujos membros têm seus nomes repercutidos na mídia, a preocupação parece ser enorme por parte das autoridades, muitas delas atingidas pela doença, como prefeitos, governadores, governantes de países ricos e até mesmo o príncipe Charles.

Todavia, o maior número de mortes não ocorre na classe média e rica. Os pobres, insignificantes para a economia em escala, não passam de números, conforme podemos constatar nas informações diárias dos jornalistas. São números, não pessoas. Uma parte delas enterradas em covas coletivas sem nenhuma atenção especial sequer para que, num futuro próximo, seus entes queridos possam visitar e curtir o luto, pois muitos são sepultados sem identificação e os sacos plásticos e caixões não são abertos para evitar a contaminação.

Um grave problema que não está sendo esclarecido pelo Ministério da Saúde, diretores de hospitais, secretários estaduais e municipais de saúde, é a subnotificação. Ou seja, pode ser que haja muitos mortos pelo COVID-19 e os óbitos são registrados como grave crise respiratória ou outras patologias. Não sabemos, portanto, exatamente quantos são os afetados (e mortos) pelo novo coronavírus.

Campos dos Goytacazes, maior cidade do Norte Noroeste fluminense, até agora, conta apenas cerca de 40 casos confirmados e três mortes, com 43 casos sendo analisados para saber se são ou não de COVID-19. Há suspeita de subnotificação. O mesmo ocorre em Itaperuna, onde o único hospital que atende a todo Noroeste, o São José do Avaí, não tem leitos disponíveis de UTI nem aparelhagem e pessoal suficiente para atender aos infectados pelo COVID-19.

Imagine então municípios como Italva e Cardoso Moreira, nos quais não há (ou pelo menos parece não haver) nenhuma medida municipal mais forte para manter o distanciamento social (no momento, única forma de evitar o rápido espargir do vírus). Sem hospitais, sem leitos de UTI, portanto, municípios como Italva e Cardoso, se não fizerem uma blindagem dos seus moradores, evitando o contato com pessoas de fora, assim como se não evitarem as filas que se observam em lotéricas, mercearias e supermercados, Caixa Econômica e outro tipo de comércio, tendem a sofrer um colapso na área de saúde que vai ter consequências graves nas suas economias.

Segundo Jair Bolsonaro, o novo coronavírus vai atingir 70% da população. E fala isso como algo normal, “natural”. E, sendo assim, não adianta todas essas medidas restritivas do ir e vir das pessoas. Muitas delas, inclusive, estão de acordo com Bolsonaro, mas pedem o fim do isolamento, usando máscaras. Um paradoxo, uma contradição. Mas partem do princípio religioso de que só se morre quando Deus quer. Ou seja, se Deus não quiser, não haverá mortes (a não ser aquelas que Ele deseja). Com isso, a ciência nada significa, a não ser para constatar os fatos. É tautológica.

Quem pensa um pouco não pode aceitar que os prefeitos do interior, assim como suas populações, pensem dessa maneira. E deixem as comunidades ao deus dará. Urge uma tomada de posição das autoridades municipais para que se evite aglomerações, abertura do comércio não necessário e, se possível, mantendo o distanciamento de dois metros, o uso de máscara nos estabelecimentos comerciais essenciais que devem ser abertos apenas de oito às 12 horas. No caso das drogarias, que devem ficar abertas até por mais tempo, o atendimento deve obedecer ao distanciamento e o uso de máscaras por parte de quem compra e de quem vende.

Os postos de saúde devem ter, no mínimo, o equipamento para teste rápido para o pessoal que trabalha e para quem chega para o atendimento. E, obviamente, o equipamento necessário e condizente com o que determina os Conselhos Regionais de Medicina E Enfermagem, seguindo orientação da Organização Mundial da Saúde. Pelo que observamos, não parece haver preocupação por parte dos governos nem das populações quanto a esses cuidados. E se a COVID-19 se alastrar nesses municípios, com certeza, o caos será a tônica.

Avelino Ferreira é jornalista e professor/Jornal Tempo News

 Banco do Brasil Agência Italva-RJ
 Caixa Econômica Federal Italva-RJ
 Casa Lotérica Italva-RJ
  Caixa Econômica Federal Agência Italva -RJ
 Casa Lotérica
Agência Itaú Italva - RJ
Agência  Itaú Italva - RJ
Banco do Brasil Agência Italva-RJ

Nenhum comentário:

Postar um comentário