Paulo Melo já foi preso em outras duas operações da Lava Jato
- Estefan Radovicz / Agência O DIA (Arquivo)
A força-tarefa da Lava Jato faz, desde as primeiras horas da
manhã desta quinta-feira, a Operação Favorito, para prender cinco pessoas,
dentre elas o ex-presidente da Alerj Paulo Melo (MDB) e o empresário Mário Peixoto,
dono de empresas que presta diversos serviços ao governo do estado. Eles são
investigados por fazerem parte de uma organização criminosa que desviou
recursos públicos da área da Saúde do Rio.
A ação é um desdobramento das operações Quinto de Ouro e
Cadeia Velha, que investigam superfaturamentos em obras do governo do estado há
mais de 10 anos. O esquema favorece conselheiros do Tribunal de Contas do
Estado (TCE-RJ), deputados da Alerj, além de outros agentes públicos, através
do fornecimento de mão-de-obra terceirizada para o estado e órgãos vinculados.
O ex-deputado Paulo Melo foi preso em casa, na capital, e
Mário Peixoto foi capturado em Angra dos Reis, na região da Costa Verde,
segundo a TV Globo. Melo já foi alvo da Cadeia Velha e da Operação Furna da
Onça e estava cumprindo prisão domiciliar desde o fim de março pela condenação
por 12 anos e 10 meses de prisão pela Cadeia Velha. Ele foi beneficiado pela
decisão que libertou detentos com sintomas do novo coronavírus (covid-19).
Os nomes dos outros três alvos dos mandados de prisão, que
foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio de
Janeiro, não foram divulgados. Todos vão responder pelos crimes de lavagem de
capital, organização criminosa, corrupção, peculato e evasão de divisas.
Os agentes também estão cumprindo 42 mandados de busca e
apreensão, no Rio e em Minas Gerais.
Desvios
De acordo com as investigações, a quadrilha alvo da ação
recebe, desde 2012, recursos do governo do estado, através de cooperativas de
trabalho e organizações sociais (OSs). Essas companhias, em sua maioria, têm o
nome de "laranjas" para permitir a lavagem de dinheiro indevidamente
desviado e disfarçar o repasse de valores para agentes públicos envolvidos.
A investigação aponta também que os crimes de lavagem de
capitais também ocorrem no exterior, através da abertura de empresas e contas
bancárias não declaradas à Receita Federal brasileira, bem como compra de
imóveis em Miami. Através de uma cooperação jurídica internacional, o Ministério
Público Federal (MPF) tenta mapear esses recursos.
Ainda segundo a denúncia, a organização criminosa se
aproveitou, inclusive, da atual calamidade ocasionada pela pandemia da covid-19
no Rio, que autoriza contratações emergenciais e sem licitação, para obter
contratos milionários de forma ilícita com o Poder Público, além de atuar para
destruição de provas.
O nome da operação Favorito é uma alusão ao número de
contratos e o tempo de relacionamento que Mário Peixoto tem com o governo do
estado, ou seja, vários anos sendo o "favorito".
Fonte:O Dia
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