Por Cezar Guedes
Moradores da Rua Antônio Felix, no bairro Nossa Senhora de
Fátima, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, afirmam nunca terem ouvido falar
na existência de uma empresa do ramo de remédios e equipamentos médicos por lá,
mas é por lá mesmo, mais precisamente no número 679 que, pelo menos no papel,
está sediada a Veigamed Material Médico e Hospitalar, da qual a Prefeitura de
Rio das Ostras optou por comprar, sem licitação, R$ 1.842.331,80 em
"insumos hospitalares".
O ato de dispensa de licitação – que não revela o que está
sendo adquirido – surge no momento em que a empresa está sendo investigada pelo
Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, por
irregularidades da compra emergencial de 200 respiradores, pelos quais recebeu
antecipadamente R$ 33 milhões, mas só entregou 50 até agora. Mesmo assim os
equipamentos que foram importados da China tiveram sequestro determinado pelo
juízo da 1° Vara da Fazenda Pública de Florianópolis, a pedido da Procuradoria
Geral do Estado por conta de evidências de que os respiradores não correspondem
ao modelo e preço acordados pela Secretaria Estadual de Saúde.
Três empresas no mesmo endereço – Quem vai ao número 679 da
Rua Antonio Felix depara com uma imóvel residencial simples, que não condiz com
uma empresa que apresenta um capital social de R$ 1,6 milhões e que faz
transações altas como a firmada com o governo de Santa Catarina. O imóvel
também consta – no papel – com sede das empresas Saúde do Bem Empreendimentos e
Viver Bem Empreendimentos e Participações, registradas em nomes diferentes ao
quadro societário da Veigamed, que consta no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica como sendo de Rosemary Neves de Araújo, vista como "laranja"
pelas autoridades de Santa Catarina.
No caso dos respiradores vendidos à Secretaria Estadual de
Santa Catarina, além de Rosemary, estão sendo investigados mais quatro pessoas
apontadas como controladoras da Veigamed: Pedro Nascimento Araújo, citado CEO
da empresa, e os representantes Gilliard Gerent e Fábio Deambrósio Guast. Os
quatro tiveram prisão preventiva pedida pelo Ministério Público de Santa
Catarina.
FONTE:JORNAL DOS MUNICÍPIOS
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