Representantes da empresa Eco101 apresentaram nesta
quarta-feira (3), para a Comissão Especial de Fiscalização da Concessão da
BR-101, os resultados dos trabalhos realizados desde 2013. De acordo com o
diretor-superintendente, Carlos Eduardo Xisto, em sete anos foram investidos
mais de R$ 100 milhões em obras, o que possibilitou a recuperação de 300
quilômetros de malha viária. No entanto, até o momento, a área que foi
efetivamente duplicada pela empresa corresponde a um trecho de 32,5 km –
podendo chegar a 47,2 até o final do ano.
Carlos Eduardo alegou que o atraso se dá pela dificuldade em
conseguir as licenças ambientais com os órgãos responsáveis. Presidida pelo
deputado Gandini (Cidadania) a reunião contou também com a participação do
diretor-presidente, Alberto Luiz Lodi.
Em suas falas os representantes destacaram o que seria
positivo da concessão: geração de mais de dois mil empregos (500 diretos e 1500
indiretos), arrecadação de mais de R$ 48 milhões com impostos para o Estado,
redução de 27,5% dos acidentes de trânsito e diminuição de 63% dos índices de
óbito.
Entretanto, o deputado Alexandre Xambinho (PL) defendeu que
num primeiro momento os números parecem encantadores, mas afirmou que na
prática a população capixaba não usufrui dos benefícios apresentados e que os
índices de acidentes ainda são elevados.
“O que observamos são promessas. Dentro de seis anos era para
termos 197 km de rodovia duplicados conforme cronograma inicial. Mas apenas 10%
foram realmente apresentados. Vemos os pedágios funcionando e o serviço não
sendo executado. O trecho de Campinho até Serra Sede é o trecho mais violento
do Brasil e, no entanto, a Eco101 não toma nenhuma providência. Parece que esse
contrato de 25 anos é apenas para a empresa ganhar dinheiro no Espírito Santo”,
ressaltou o vice-presidente do colegiado.
Xambinho também questionou sobre uma possível paralisação do
trecho que liga Guarapari e Anchieta com a demissão de cerca de 350
funcionários. Conforme Carlos Eduardo, os desligamentos contratuais ocorreram
por conta da finalização de algumas obras e que não teve paralisação no trecho.
O deputado Marcos Garcia (PV) também reclamou sobre o atraso
nas obras, em especial no trecho do Norte do Estado.
“São 272 km de obras paralisadas no Norte do Estado. Sete
anos que a região está sofrendo com a falta de duplicação. Estamos pagando o
mesmo valor de pedágio do Sul do Estado, que já foi altamente beneficiado com
boa parte das rodovias duplicadas”, reclamou Garcia.
O superintendente da concessionária ressaltou que o principal
obstáculo para o andamento das obras no norte capixaba está na proteção da
Reserva Biológica de Sooretama, e na dificuldade de liberação das licenças por
parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Por se tratar de uma área natural de Mata Atlântica, a
localidade é protegida por legislação específica, o que inviabiliza a retirada
dos cerca de 20 metros, de cada lado da rodovia, nos 23 km.
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