Brizola pulando fogueira feita de armas de brinquedo, em
Irajá - (foto: Aguinaldo Ramos/Jornal do Brasil - 1982)
Rio - Uma foto de 1982 que entrou para a história do Rio: no
conjunto Amarelinho, em Irajá, o então candidato ao governo do estado, Leonel
Brizola, pula uma fogueira feita com armas de brinquedo. A simbologia da imagem
reflete sua principal bandeira: Brizola, ao lado do professor Darcy Ribeiro,
representava a correta ideia da Educação pública de qualidade como sendo a
principal arma que deveria ser empunhada por crianças e jovens.
Maio de 2020 se foi e com ele a memória cada vez mais frágil
de um projeto de Educação que completou 35 anos neste mês: estamos falando dos
Centros Integrados de Educação Pública, os Cieps, projeto que foi o principal
símbolo dos governos de Leonel Brizola no RJ (1983-1986 e 1991-1994). Sua
representação é de um projeto de Educação inclusiva e democrática, a frente de
seu tempo para a realidade brasileira, mas que foi boicotado em diversas
frentes políticas e sociais, de esquerda e de direita.
Os "brizolões", como passaram a ser chamadas as
unidades, tinham o objetivo de fornecer não só a alunos e alunas, mas também às
suas famílias, uma perspectiva positiva de futuro; com ensino integral e
plural, o foco era na educação cidadã.
As centenas de unidades dos Cieps estão espalhadas pelo
estado, principalmente em áreas mais carentes. Algumas revitalizadas, outras
totalmente desfiguradas e abandonadas. Nos subúrbios do Rio, a memória de
ex-alunos e ex-alunas é sempre carinhosa; lembram das refeições feitas ao longo
do dia, do banho tomado, dos atendimentos odontológicos e das atividades
extra-curriculares.
E na realidade de nossos dias, quando 73% das escolas
municipais do Rio se encontram sem manutenção adequada para seu funcionamento,
o projeto dos Cieps está aí no imaginário para ser resgatado e tomado como
norte para os próximos anos.
Patrimônio histórico e urbanístico municipal desde 2010
A primeira unidade data do dia 8 de Maio de 1985. O Ciep 001
fica no Catete e leva o nome de Tancredo Neves. A escolha do nome foi em
homenagem ao ex-presidente, falecido semanas antes da inauguração.
O projeto dos prédios foi desenhado por Oscar Niemeyer e
incluía, além do prédio principal, um espaço externo amplo com quadra para
esportes e sala de atividades literárias.
Hoje, apesar de serem bens públicos tombados como patrimônio,
algumas unidades municipais do Rio estão sendo desfiguradas para ampliação de
salas.
No Rio Grande do Sul, as brizoletas
Entre 1959 e 1963, Brizola governou o Rio Grande do Sul.
Enquanto governador do povo gaúcho, fez também da Educação sua principal
bandeira. Metade da população do estado morava no campo e um terço da população
riograndense era analfabeta.
Quando assumiu o governo em 1959, Brizola começou a instalar
as chamadas "brizoletas", pequenos colégios de madeira onde alunos e
alunas ganhavam calçado e material escolar. Foram seis mil unidades erguidas.
FONTE:O DIA
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