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18/06/2020

UM JUIZ QUE PODE VIRAR RÉU

   Governador do Rio vai ser investigado em CPI e corre risco de perder o mandato

Quem viu o governador Wilson Witizel nas últimas horas não reconheceu nele o homem que durante a campanha eleitoral de 2018 posava de cara amarrada e com pose de mau. Aquele que parecia ver em cada adversário um inimigo a ser abatido está hoje de cabeça baixa: a Assembleia Legislativa abriu nesta quarta-feira (10) um processo de impeachment contra ele, com votação suficiente para causar ainda mais preocupação em quem estava acostumado a julgar e não ser julgado.

A comissão processante pode inclusive afastá-lo até que as investigações sejam concluídas. Terminado o processo e comprovada a participação do governador nas irregularidades apontadas na aplicação de recursos nas emergenciais do coronavírus, o plenário se reunirá novamente, desta vez para cassar ou não o mandato daquele que jurou moralizar o estado e acabar com a corrupção no governo, mas que já teve alguns colaboradores presos, além de um empresário do qual é apontado como amigo.

Se quisesse, o presidente da Assembleia Legislativa poderia ter posto em votação o afastamento temporário do governador. Andre Ceciliano preferiu não tomar a decisão de abrir a CPI sozinho. Levou a proposta a apreciação do plenário e 69 parlamentares votaram pela investigação. Rosenverg Reis (MDB), que ainda não decidiu se aceita atuar como líder do governo na Casa, saiu do plenário. Não teve coragem de se indispor contra o governador nem contra a opinião pública.

Agindo com cautela Ceciliano deixou que o plenário desse a palavra final. “Quero tomar uma decisão conjunta e essa decisão não significa um pré-julgamento. A gente precisa dar uma posição pra sociedade. Poderia, monocraticamente, aceitar um desses pedidos, mas quero fazer encaminhamento aqui para que eu possa, como presidente, dar seguimento a um dos processos”, disse o presidente da Alerj.

Ao todo foram apresentados 13 pedidos de impeachment, mas só subscrito pelo deputado Luiz Paulo  Correa da Rocha foi levado ao plenário. Nele o governador é acusado de crime de responsabilidade, sendo citado quatro pontos considerados de grande relevância: compra de respiradores no combate ao coronavírus com suspeita de superfaturamento, construção dos hospitais de campanha via licitação apontada como irregular, possível vínculo do governador com o empresário Mário Peixoto, rejeição das contas gestão pelo TCE, além da revogação do ato que declarava como inidônea uma organização social ligada a Peixoto.

Apesar da derrota massacrante no plenário, o governador disse em nota oficial que recebeu a notícia com espírito democrático.  “Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados”.

FONTE;ELIZEU PIRES 

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