O quadro da saúde financeira do Hospital Escola Álvaro Alvim
(HEAA) inspira cuidados. Com atrasos dos repasses de convênio com a Prefeitura
de Campos desde janeiro, a instituição pode suspender determinados serviços
como as cirurgias de média complexidade por falta de condições de manter tais
procedimentos. “Pessoas continuam sofrendo por vários problemas de saúde. Há
vários meses que não realizamos cirurgias de diferentes especialidades”, disse
o diretor administrativo Flávio Hoelzle De janeiro a maio,
a dívida já soma cerca de R$ 4 milhões.
Flávio conta que desde julho de 2019 estes atrasos têm sido
rotina. “Só conseguimos receber através da Justiça”, revela o diretor, que tem
feito uma “ginástica” todos os meses para manter em dia os salários dos 560
funcionários da unidade hospitalar, que pertence à Fundação Benedito Pereira
Nunes, juntamente com a Faculdade de Medicina de Campos.
Segundo Flávio, a situação vivida pelo Álvaro Alvim é a mesma
dos outros hospitais contratualizados pela Prefeitura de Campos. “Só não sei a
situação da Beneficência Portuguesa depois que se tornou Centro de Combate ao
Coronavírus”, ressalva.
“Temos priorizado o pagamento de salários, através dos
repasses de emendas que tem chegado ao hospital também para a compra de
equipamentos. Até porque para recebermos estes repasses federais é preciso que
os hospitais filantrópicos estejam com a certidão negativa de débito em dia.
Estas informações nós periodicamente enviamos a Brasília por solicitação do
Ministério da Saúde”.
As principais fontes de receita do hospital têm origem nos
repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) e do convênio com a Prefeitura, que
correspondem a 80% do faturamento. As verbas federais representam de 65% a 70%
das receitas do hospital; o restante dos cerca de 30% vem dos repasses do
convênio com a Prefeitura.
Flávio relata que o hospital tem sobrevivido nos últimos
meses graças as emendas parlamentares. “Desde o segundo trimestre de 2019 ao primeiro
semestre de 2010 temos sobrevivido em razão de emendas parlamentares do
deputado federal Wladimir Garotinho. Todo mundo fala da Covid 19, que existe e
afeta todos nós, mas e o resto das outras enfermidades. A pandemia virou
desculpa para tudo?”, questiona.
Aliás, o processo de judicialização para ter acesso a um
direito líquido e certo por um serviço prestado torna-se mais moroso com a
pandemia. “O nosso departamento jurídico encontra agora mais dificuldade em
agilizar estas ações judiciais porque os advogados não tem tido audiências
presenciais devido à Covid 19”, finalizou Flávio.
ANTIGAS ALEGAÇÕES - As alegações do prefeito Rafael Diniz, de
insuficiência financeira da Prefeitura devido à queda dos royalties do
petróleo, não satisfaz ao diretor administrativo do Álvaro Alvim.
“Essa situação se arrasta desde antes da queda de royalties e
da pandemia. Hoje se concentra todos os esforços na Covid 19. Ora, as pessoas
continuam sofrendo ou morrendo de problemas cardíacos, neurológicos ou câncer,
entre outras doenças, e precisam de igual atenção.
Desde antes da gestão da prefeita Rosinha Garotinho já havia
problema de vagas nas UTIs, permaneceu nos seus dois mandatos e continua agora
na gestão do prefeito Rafael Diniz. Estou tratando aqui da questão
administrativa, não da pessoa de Diniz. E afinal de contas, saúde é um serviço
essencial, ou deixou de ser?”, questiona.
Flávio admite que os efeitos da Covid 19 também agravaram
mais ainda os problemas no hospital com o afastamento de profissionais
acometidos pelo vírus. “Estamos com uma média de 60 pessoas afastadas, tendo
que remunerar esses profissionais e contratar outros para as suas funções, como
aumento nas despesas também na compra de equipamentos de proteção individual e
aumento contínuo de medicamentos, como analgésicos, entre outros”, finalizou.
Além de referência para tratamento de alta complexidade em
pacientes com câncer, o Álvaro Alvim mantém uma gama de serviços ambulatoriais,
exames e outros procedimentos como ecocardiograma, eletrocardiograma,
ecocardiograma, eletrocardiograma, vídeohisteroscopia, vídeoendoscopia,
colonoscopia, eletro-encefalograma, ultrassonografia, oftalmologia, tomografia
computadorizada, mamografia, investigação molecular, radiologia geral,
urologia, laboratórios análises clínicas e laboratório citopatologia.
FONTE:CAMPOS 24 HORAS
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