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21/12/2020

CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ NO VERMELHO: QUAL A ENGENHARIA FINANCEIRA DE WLADIMIR PARA SUPERAR A CRISE?

 

Orçamento de R$ 1,6 bi para 2021. Só a folha de pessoal com R$ 1,1 bi. E R$ 800 milhões para Saúde. Cenário exige grandes ajustes

 

O primeiro grande desafio do prefeito eleito Wladimir Garotinho (PSD) após o exame da real situação das contas da prefeitura é sustentar o pagamento em dia dos servidores ativos e inativos, além de causar uma boa impressão inicial com uma reforma e limpeza geral nas sujas e esburacas ruas da cidade. Mas, o novo gestor terá que ir além e criar mesmo uma engenharia financeira para superar os obstáculos da crise financeira com o elevado custeio da máquina pública, situação que se agrava com a queda dos royalties e a falta de ações nos últimos quatro anos do governo Rafael Diniz para aumentar a receita própria, o que fez despencar ainda mais o orçamento do município. E agora? O atual cenário mostra que as receitas são insuficientes para cobrir as despesas com pessoal, custeio administrativo, programas sociais e investimentos. Enquanto isso, uma grande parcela da população depositou em Wladimir esperanças de uma grande virada, ou seja, que a prefeitura saia do vermelho e volte ao azul. Mas para isso há medidas saneadoras dos gastos públicos que deverão ser adotadas, mesmo que possam ser consideradas impopulares. (leia abaixo: orçamento de Campos, medidas de ajustes e economista)

  

Este custeio tem como referência maior a folha de pagamento dos servidores que chega a R$ 1,1 bilhão, enquanto para a Saúde a previsão é de R$ 800 milhões. Tudo isso para um Orçamento previsto de R$ 1,6 bilhão em 2021. Como se pode observar, a conta não fecha.  E até agora não se sabe quem será o mago das finanças ao qual caberá a incumbência de propor saídas para um equilíbrio nas finanças do município.

  

Wladimir espera contar com apoio do governo estadual e de deputados em Brasília, com o reforço de verbas de emendas parlamentares. Mas, serão suficientes para equacionar o descompasso entre despesas e receitas na prefeitura?

  

CORTES INEVITÁVEIS - Economistas não vêem alternativa se não o corte de gastos da prefeitura, através da revisão de contratos milionários com concessionárias e prestadores de serviços. Seria uma das saídas para manter os salários e serviços essenciais em dia, a fim de se contar com uma uma sobra de caixa para investimentos em obras estruturantes.

  

Os especialistas em finanças públicas ainda acrescentam outras dificuldades como a possibilidade de o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) deixar duas folhas de pagamento como “presente de grego” para o seu sucessor, como lembrou o economista José Alves de Azevedo Neto em seu blog a partir de uma premissa acompanhada de uma indagação: “Cenário econômico e crise fiscal da prefeitura para o ano de 2021 no município de Campos. O que esperar?”.  

  

“Os eleitos doravante, assumirão uma prefeitura, profundamente endividada, com queda de receita corrente, e talvez, terão que pagar ao longo do exercício fiscal de 2021 em torno de catorze a quinze folhas de pessoal, dentro de uma conjuntura de doze meses de arrecadação, admitindo, nesta análise, a hipótese do prefeito Rafael Diniz deixar duas folhas sem pagar”, comentou.  

  

José Alves Neto destaca o bom desempenho de Campos na geração de empregos no acumulado  de janeiro a outubro, segundo dados do Caged, período no qual o município contratou mais do que demitiu, apresentando um saldo positivo de 249 vagas de emprego com carteira assinada. 

 

Mas desenhou um cenário preocupante com tamanhas dificuldades e eventuais condições de agravamento, acrescentando a possibilidade da tomada de novas medidas de enfrentamento ao novo coronavírus logo no início da gestão, devido aos números da pandemia no município, responsável pela superlotação das estruturas dos hospitais públicos e privados.

 

“Tudo combinado a necessidade de outras medidas saneadoras dos gastos públicos, no sentido de se abrir espaço no orçamento municipal para se tentar recuperar a capacidade de investimento da máquina pública em obras, gerando, assim, emprego e renda, no ramo da construção civil.  

  

O economista analisou que, muito embora a curva da empregabilidade transcorra de forma positiva, “observa-se, nos seus principais eixos econômicos, como a área central e a Pelinca, muitas lojas fechando e pontos comerciais estratégicos sendo alugados. Inclusive, importa ressalta no ensejo, no que diz respeito à Pelinca, no prédio vizinho ao Banco do Brasil, a loja da Itapuã Calçado, poderoso grupo econômico do Brasil, nascido no estado do Espírito Santo, encerrou as suas atividades”.  

 

 José Alves Neto ponderou ainda sobre as incertezas no quadro da economia nacional e seus impactos na economia local, incluindo a questão do emprego. “A boa empregabilidade este ano se deu em razão do bom desempenho da safra do setor sucroalcooleiro, o que de certa forma constitui-se numa boa notícia para o município nessa conjuntura de recessão econômica nacional. Todavia, ainda não sabemos, se esses empregos a mais continuarão sendo gerados nos próximos meses”, questionou.

  

— Logo teremos um ano vindouro de muitos desafios e sacrifícios, devido à crise econômica, social, sanitária e a fiscal da maior empresa do município, a prefeitura.  O que exigirá do prefeito e da sua equipe muita resiliência e vigor no enfrentamento dos problemas que atualmente afligem a sociedade campista. Mas temos que ter esperança! — conclamou o economista.

  

José Alves também destacou que a nova lei do ISS sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro permitirá aos municípios um aumento de arrecadação neste momento de crise fiscal. Pela nova lei, as empresas prestadoras de serviços como operadoras de planos de saúde e de cartões de crédito sediadas em outras cidades como Rio e São Paulo, que antes recolhiam o imposto nestas capitais, poderão recolher o ISS nos municípios onde prestam seus serviços. “O município terá então que aparelhar a Secretaria de Fazenda para aumentar a arrecadação com este reforço tributário neste momento de grave crise fiscal”. 

 

FONTE:CAMPOS 24 HORAS 

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