O Vasco experimentou neste domingo o gosto amargo de mais uma derrota, a 17ª no Campeonato Brasileiro. Mas, ainda que tenha o mesmo peso de todas as outras que colocam o time na zona de rebaixamento, a deste jogo contra o Internacional tem um sabor diferente, mais difícil de engolir que os outros. O primeiro gol colorado, marcado por Dourado, saiu de um lance em posição duvidosa que o VAR não conseguiu checar. Com a linha descalibrada no momento do lance, valeu a decisão de campo, que foi a de validar a jogada. No fim, deu Internacional por 2 a 0.
Os protestos vascaínos foram muitos durante a partida, por
causa do episódio, e poderão se prolongar por mais algum tempo. O que não muda
a realidade: a duas rodadas do fim da competição, o time segue entre os quatro
últimos e viu o Bahia, primeiro acima da zona, abrir um ponto de vantagem.
A dificuldade para escapar do quarto rebaixamento só aumenta
e, apesar da frustração compreensível que jogadores, dirigentes e torcedores
sentem depois da falha do VAR, o Vasco precisa olhar para frente: faltam os
jogos contra Corinthians e Goiás, seis pontos em jogo para seguir na elite.
Até porque, por vias tortas, por uma lógica distorcida do que
é justiça, o Vasco teve a forra de uma arbitragem abaixo da crítica. No segundo
tempo, Germán Cano cavou pênalti que o árbitro Flávio Rodrigues de Souza
comprou sem pestanejar. Em seguida, o VAR o chamou para conferir a imagem. A marcação
foi mantida, mas o artilheiro chutou para fora a chance do empate.
Fora a chance clara que o argentino desperdiçou, o Vasco foi
mal, mais uma vez. Até o Internacional abrir o placar no lance polêmico,
pressionava o Cruz-maltino dentro de São Januário. Em seguida, optou por recuar
as linhas e jogar no contra-ataque. Mesmo tendo o campo e a bola, o Vasco fez
muito pouco para diminuir o prejuízo.
Para completar, nos acréscimos do jogo em São Januário,
Thiago Galhardo marcou o segundo do Internacional. O que não deixa de ser
irônico: o jogador que deixou o Vasco pela porta dos fundos não perdeu a chance
de deixar sua marca em São Januário.
Agora, o Vasco começa o plano de 15 dias para evitar o pior:
fim das folgas, concentrações alternadas, viagem antecipada para o jogo contra
o Corinthians. Na bola, de forma racional, nada sinaliza que o Vasco terá
forças para pontuar nas duas partidas que faltam. Mas o aleatório, a sorte, o
destino, a falta de calibragem do VAR, podem operar nesta reta final de
Brasileiro. E quem sabe o time seguir na Primeira Divisão.
Anulação da partida
O Vasco vai acionar a CBF e o Superior Tribunal de Justiça
Desportiva para tentar anular a partida contra o Internacional. Ao fim do jogo,
o clube anexou à súmula do jogo um ofício direcionado à CBF, assinado pelo
presidente Jorge Salgado, alegando que o clube, “foi claramente prejudicado—
novamente, diga-se de passagem — pelo VAR”, e que “essa inadmissível falha
feriu de morte a lisura da partida, tornando-a anulável”.
— Já são 18 apitos contra o Vasco, em uma disparidade
desrespeitosa em relação a qualquer outro time da competição. Estou acionando a
CBF por telefone hoje para uma reunião esclarecedora. Vamos requerer na justiça
desportiva a anulação desse jogo — disse Salgado ao site oficial do clube.
CBF se pronuncia
Por volta das 21h, a Confederação Brasileira de Futebol se
pronunciou a respeito do caso:
"A Comissão Nacional de Arbitragem solicitou à empresa
Hawk-Eye, responsável pela operação dos equipamentos do VAR, esclarecimentos
sobre a questão técnica que prejudicou a utilização das linhas de impedimento
em um dos lances do jogo entre Vasco e Internacional, válido pelo Campeonato
Brasileiro, realizado neste domingo, dia 14.
A Comissão destaca que o lance, do primeiro gol do Internacional,
mesmo assim foi checado pela equipe do VAR, não sendo constatado nenhum erro
claro da arbitragem de campo. Portanto, conforme os princípios do Protocolo do
VAR, foi corretamente mantida a decisão de campo de validar o gol".
FONTE:EXTRA
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