O impacto da pandemia no comércio varejista, sobretudo no Centro
O centro comercial de Campos registra algumas baixas de tradicionais estabelecimentos que não resistiram aos devastadores efeitos da pandemia, caso do Restaurante e Lanchonete Sagres, no calçadão, que acumula décadas de longevidade sob controle da família Corrêa, oriunda de Portugal para o Brasil ainda nas primeiras décadas do século passado A alguns metros dali, a loja da Mercatto, grande marca nacional no ramo do vestuário, também encerrou suas atividades. No mesmo calçadão a loja da Itapuã, do ramo de calçados, também fechou as portas. Na Rua 21 de Abril, outras três lojas (uma de presentes, outra de roupas e uma financeira) também anunciaram o fim de suas atividades.
Antes da pandemia, o
grupo já havia encerrado as atividades de uma loja em frente ao Terminal
Rodoviário Urbano Luiz Carlos Prestes, da Beira Rio, e outra na Pelinca.A
rede calçadista mantém mais de 40 lojas
no Espírito Santo, além do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de
Campos (Acic), Leonardo Castro de Abreu, a necessidade de requalificação do
Centro é urgente para que outras lojas não venham desistir do local, mas o
problema principal é a crise.
— O impacto maior é a crise que se arrasta desde 2014 e foi
sendo agravada com a pandemia no ano passado. Esta revitalização do Centro é
necessária, estamos conversando com o poder público que tem demonstrado
sensibilidade quanto a esta necessidade para despertar o interesse do
empresário em investir na área central — disse Leonardo.
O presidente da Acic, entretanto, destaca que, apesar da
crise, há investimentos em pontos de comércio em outras áreas e bairros de
Campos, especialmente nas imediações da Pelinca.
“No segmento da gastronomia há gente apostando não apenas na
abertura de novos pontos comerciais como tem se observado comerciantes que
estão se transferindo para outros pontos com maior espaço. Isto é bom, um sinal
de que há demanda e perspectivas animadoras a partir deste ano, na medida em
que o programa de vacinação da população vá avançando no município”, analisou.
Leonardo Castro informa que, entre 2015 e 2017 no auge da
crise cerca de 1 mil empresas encerraram as atividades em Campos. “Neste
quadrilátero entre a Rua do Ouvidor e a Beira Valão pelo menos 500 lojas
fecharam as portas no auge da crise na pandemia, mas outros pontos comerciais
abriram neste período. É difícil precisar porque muitas lojas fecham, mas não
dão baixa. É um calculo aproximado. Fechar uma empresa é mais complicado que
abrir porque a burocracia é imensa”, comentou.
Muitos outros tantos pontos comerciais conseguiram sobreviver
e buscaram se reinventar neste período de pandemia, concentrando suas
atividades nas vendas online ou até mudar de ramo para se manter, observa
Leonardo.
Apesar da crise, em 2020 Campos ficou com saldo positivo, na
sexta posição no ranking de abertura de empresas no Estado do Rio no ano
passado. Em 2020, foram abertas 1.088 novas firmas no município, enquanto
outras 616 fecharam suas portas.
O município ficou atrás apenas da capital (24.404 empresas),
Niterói (2.672), Duque de Caxias (1.881), São Gonçalo (1.523) e Nova Iguaçu
(1.448). O economista Ranulfo Vidigal considera que a decisão do governo em por
fim ao auxílio emergencial de R$ 600,00 deve agravar a situação.
— O governo considera impossível estender a política pública
de renda mínima do auxílio emergencial de 300 reais mensais para 64 milhões de
trabalhadores informais, enquanto um deputado dispõe de R$ 187.922,00 reais
para gerir mensalmente seu mandato "popular". Mas um novo plano de
auxilio emergencial será votado este mês no Congresso, mas com um valor bem
abaixo — comentou o economista nas redes sociais.
Ranulfo ressaltou que "os índices de desemprego muito
elevados e o alto grau de informalidade contribuem para este quadro" de
encerramento de atividades no setor do comércio varejista. "Enquanto não
houver a vacinação em massa a reação dos indicadores na economia não
ocorrerá", disse ainda;.
O Planalto acena com o pagamento de novas rodadas ao auxílio
que deverão ser pagar a partir de março e por um período de até quatro meses. O
ministro da Economia, Paulo Guedes, é favorável para que o governo comece a
pagar R$ 250,00 e em seguida passe a pagar R$ 200,00, o que seria um valor
semelhante ao pago pelo Bolsa Família.
PELO BRASIL - No ano em que portas se fecharam e prejuízos
foram acumulados, a crise sanitária e a demora para a solução do problema de
saúde trouxeram consequências para a economia em todo o Brasil. Milhares de
negócios – desde o pequeno comércio de bairro até empreendimentos de maior
porte – não sobreviveram em 2020.
No plano estadual, em 2017 8.151 empresas fecharam as portas
no Estado do Rio, em setores como comércio e indústria, um aumento de 38% na
comparação com igual período de 2016 e patamar equivalente ao de todo o ano de
2014, quando 8.296 estabelecimentos encerraram atividades.
FONTE:CAMPOS 24 HORAS
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