Você é uma daquelas pessoas que não vive sem café? Então aqui
vai mais um motivo para continuar tomando: um estudo publicado hoje (9) na
revista Circulation: Heart Failure sugere que beber uma xícara ou mais de café
puro por dia pode reduzir o risco de insuficiência cardíaca.
"A associação entre cafeína e redução do risco de
insuficiência cardíaca foi surpreendente. Café e cafeína são frequentemente
considerados pela população em geral como 'ruins' para o coração, porque as
pessoas os associam a palpitações, pressão alta etc. A relação consistente
entre o aumento da cafeína, o consumo e a diminuição do risco de insuficiência
cardíaca transformam essa suposição", disse David P. Kao, autor sênior do
estudo, professor assistente de cardiologia e diretor médico do Colorado Center
for Personalized Medicine da Universidade do Colorado (EUA)
A insuficiência é uma doença crônica, que evolui com o tempo,
limita as atividades e pode ser fatal. Ela ocorre quando o músculo cardíaco
fica enfraquecido e deixa de bombear sangue suficiente para o corpo. Entre os
principais sintomas estão falta de ar, cansaço e inchaço nas pernas.
Como foi feito o estudo?
Os pesquisadores analisaram informações dietéticas
autorrelatadas do Framingham Heart Study original, estudo que começou em 1948 e
envolveu mais de 5.000 pessoas sem nenhuma doença cardíaca diagnosticada que
viviam em Framingham, nos Estados Unidos. Esse estudo acompanhou essas pessoas
e seus descendentes por 72 anos ao longo de três gerações.
Agora, por meio de uma plataforma de medicina de precisão da
American Heart Association, os dados foram comparados com os dados do estudo de
risco de aterosclerose em comunidades e do estudo de saúde cardiovascular.
Cada estudo incluiu pelo menos 10 anos de acompanhamento e,
coletivamente, os estudos forneceram informações dietéticas sobre mais de 21
mil adultos nos Estados Unidos.
Para analisar os resultados de beber café com cafeína, os
pesquisadores categorizaram o consumo como 0 xícaras por dia, 1 xícara por dia,
2 xícaras por dia e 3 xícaras por dia.
E quais foram os resultados?
Nos três estudos, as pessoas que relataram beber uma ou mais
xícaras de café com cafeína tiveram um risco associado de insuficiência
cardíaca diminuído em longo prazo;
Nos estudos Framingham Heart e Cardiovascular Health, o risco
de insuficiência cardíaca ao longo das décadas diminuiu de 5 a 12% por xícara
de café por dia, em comparação com a ausência de consumo de café;
No Estudo de Risco de Aterosclerose em Comunidades, o risco
de insuficiência cardíaca não variou entre 0 a 1 xícara de café por dia. No
entanto, era cerca de 30% menor em pessoas que bebiam ao menos 2 xícaras por
dia;
Beber café descafeinado parecia ter um efeito oposto no risco
de insuficiência cardíaca --aumentando significativamente o risco de
insuficiência cardíaca no Framingham Heart Study;
Entretanto, no estudo de saúde cardiovascular não houve
aumento ou diminuição no risco de insuficiência cardíaca associado ao consumo
de café sem cafeína. Os pesquisadores avaliaram essa relação e descobriram que
o consumo de cafeína de qualquer fonte parecia estar associado à diminuição do
risco de insuficiência cardíaca.
"No entanto, ainda não há evidências claras o suficiente
para recomendar o aumento do consumo de café para diminuir o risco de doenças
cardíacas com a mesma força e certeza de parar de fumar, perder peso ou
praticar exercícios", explica Kao.
E vale destacar que não foram especificados nos estudos
detalhes como: tipo do café, origem dos grãos, filtrado ou não. Também não
houve variação em relação às quantidades ingeridas, o que pode resultar em
diferentes níveis de cafeína no corpo.
Apesar de seus benefícios, os estudos também ressaltaram que
a cafeína pode ser perigosa se consumida em excesso. De acordo com as
diretrizes dietéticas federais dos Estados Unidos, três a cinco xícaras de café
de 250 ml por dia podem fazer parte de uma dieta saudável, mas isso se refere
apenas ao café puro.
Além disso, essas descobertas podem não se aplicar a bebidas
energéticas, chás com cafeína, refrigerantes e outros itens alimentares com
cafeína, incluindo chocolate.
Fonte: Viva Bem
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