O time rubro-negro perdeu por 2 a 1 para o São Paulo, na noite de quinta-feira (25), no Morumbi. Mas manteve a primeira colocação graças ao tropeço da única equipe que o ameaçava, o Internacional, que empatou com o Corinthians por 0 a 0, no Beira-Rio
O Flamengo já havia conquistado
o Campeonato Brasileiro com vitória, com empate e até sem jogar. Agora, pode
dizer que é campeão também com derrota.
O time rubro-negro perdeu por 2 a 1 para o São Paulo, na noite
de quinta-feira (25), no Morumbi. Mas manteve a primeira colocação graças ao
tropeço da única equipe que o ameaçava, o Internacional, que empatou com o
Corinthians por 0 a 0, no Beira-Rio.
Em uma jornada tensa, com múltiplas participações dos
árbitros de vídeo, nenhum dos aspirantes ao título conseguiu cumprir aquilo a
que se propôs dentro de campo. A formação da Gávea, porém, acabou fazendo a
festa depois de ter ultrapassado o rival colorado em confronto direto na
penúltima rodada, quando assumiu a ponta pela primeira vez.
Foi uma campanha de altos e baixos, bem ilustrada na
comemoração após uma derrota. Com três técnicos em uma temporada na qual não
conseguiu sustentar o nível apresentado em 2019, o Flamengo fez o suficiente
para triunfar em território nacional mais uma vez e celebrar o octacampeonato.
Na partida derradeira, os vencedores encontraram um
adversário que ainda tinha um objetivo claro, que foi atingido: ficar entre os
quatro primeiros e avançar diretamente à fase de grupos da próxima Copa
Libertadores. Seria certamente um bônus para os são-paulinos impedir a festa de
seu velho ídolo, Rogério Ceni, hoje comandante rubro-negro, em sua velha casa.
A festa ocorreu, mas não por causa do desempenho tricolor na
38ª rodada do Nacional. A equipe paulistana, que liderou boa parte da
competição antes de desmoronar, voltou a se apresentar com o ímpeto demonstrado
em alguns momentos nos quais era apontada como favorita a levantar o troféu.
Mesmo sem público no Morumbi -como foram todas as partidas de
um campeonato atrasado e afetado pela pandemia do novo coronavírus-, os
anfitriões exibiram uma força que não vinham mostrando desde a virada para
2021. Defenderam-se bem e ajudaram o Inter, que não conseguiu cumprir seu
papel.
Os times que jogavam para buscar o título começaram suas
respectivas partidas demonstrando nervosismo. Os adversários conseguiram
equilibrar as ações adotando estratégias defensivas e foram pouco a pouco
ganhando terreno.
No Morumbi, Gabriel levou perigo ao São Paulo logo no início,
após cobrança de escanteio, mas os donos da casa, armados com três zagueiros,
marcavam corretamente. Até o intervalo, o Flamengo só voltou a assustar em mais
uma batida de escanteio que Gabriel esteve perto de concluir.
Do outro lado, os tricolores reclamaram bastante de pênalti
de Isla em Igor Vinícius, não marcado pelo árbitro Rodolpho Toski Marques nem
indicado pelo árbitro de vídeo Wagner Reway. Mas conseguiram chegar à rede já
nos acréscimos.
Everton Ribeiro chegou atrasado em disputa na meia-lua, em
bola espirrada, e Marques apitou falta. Luciano fez a cobrança no canto em que
estava posicionado o goleiro Hugo, que deu um passo para o centro e permitiu a
abertura do placar, aos 50 minutos.
Os jogadores do Internacional que não estavam relacionados
para a partida no Beira-Rio comemoraram, acompanhando o jogo em telefones
celulares na arquibancada. Animaram os colegas em campo, que chegavam ao fim de
um primeiro tempo de reclamações.
Após pouco mais de 20 minutos em que o Corinthians teve
alguma superioridade, dominando as ações no meio-campo, os donos da casa
começaram a se soltar. Eles chegaram a celebrar a possibilidade de marcar um
gol de pênalti, chance que não se concretizou.
No campo, aos 31 minutos, Wilton Pereira Sampaio viu
irregularidade no toque da bola no braço esquerdo de Ramiro, cortando
cruzamento. O VAR Rodrigo Dalonso Ferreira indicou a revisão da jogada, por
entender, que o braço foi usado como apoio no gramado, e o penal foi anulado.
Aos 45, a empolgação colorada foi freada mais uma vez. Yuri
Alberto recebeu na cara de Cássio após ótima arrancada de Patrick e balançou a
rede. O bandeira não assinalou um impedimento bastante claro, apontado apenas
com o auxílio do vídeo.
O Inter terminou a etapa inicial frustrado com esses lances,
mas animado pela derrota parcial do Flamengo. E voltou do intervalo de maneira
bem mais agressiva, construindo várias oportunidades. Aí, apareceu Cássio.
Aos cinco minutos, Edenilson cabeceou livre, na entrada da
pequena área, e parou em uma defesa excepcional do goleiro, formado no Grêmio.
Aos 19, Caio Vidal bateu com força de fora da área, no cantinho. Cássio se
esticou, tocou na bola e ainda contou com a trave.
Enquanto isso, o Flamengo sofria em São Paulo. O time rubro-negro
tentou pressionar no começo do segundo tempo e chegou ao gol de empate, aos
seis minutos. Após cobrança de escanteio de Arrascaeta, Gustavo Henrique
desviou e Bruno Henrique completou.
A formação tricolor, no entanto, não demorou a passar à
frente novamente, em mais uma infelicidade de Hugo, aos 13 minutos. O arqueiro
saiu jogando erradamente e pôs a bola no peito de Daniel Alves, que serviu
Pablo. Na cara do gol, o atacante não falhou.
Com o duelo se aproximando do final no Morumbi, foi ficando claro
que não viria a virada rubro-negra. Ficou desenhado o seguinte cenário: se
chegasse ao gol da vitória, o Internacional repetiria 1975, 1976 e 1979 e
conquistaria o Campeonato Brasileiro.
O Inter foi à frente como conseguiu, ainda que o cansaço e o
nervosismo atrapalhassem. Peglow, de cabeça, e Galhardo, com leve desvio na
pequena área, ficaram perto. Mas a bola não entrou. Quando entrou, o jogo já
estava parado por falta em Cássio após escanteio.
Já no finalzinho, Edenilson marcou e comemorou muito. Mas o
impedimento foi assinalado e confirmado pelo VAR. No último lance, aos 50,
Lucas teve uma última chance, em bate-rebate na área. Chutou por cima.
O time gaúcho, assim, terminou a competição com 70 pontos. O
Flamengo, com 71, festejou seu primeiro título do Brasileiro obtido com uma
derrota
.SÃO PAULO
Tiago Volpi; Arboleda, Bruno Alves e Diego Costa; Igor
Vinícius (Galeano), Luan (Hernanes), Daniel Alves, Tchê Tchê e Wellington
(Gabriel Sara); Luciano (Igor Gomes) e Pablo (Tréllez). Técnico: Marcos Vizolli
(interino)
FLAMENGO
Flamengo: Hugo; Isla (Matheuzinho), Gustavo Henrique, Rodrigo
Caio e Filipe Luís; Diego (João Gomes), Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta;
Bruno Henrique e Gabigol (Pedro). Técnico: Rogério CeniLocal: Morumbi, em São
Paulo (SP)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Auxiliares: Ivan Carlos Bohn e Victor Hugo Imazu dos Santos
(ambos do PR)
Árbitro de vídeo: Wagner Reway (PB)
Cartões amarelos: Tchê Tchê, Robert Arboleda, Daniel Alves,
Igor Vinícius, Wellington (SP); Gabigol, Everton Ribeiro, Bruno Henrique (F)
Gols: Luciano, do São Paulo, aos 50min do 1º tempo; Bruno
Henrique, do Flamengo, aos 6min, e Pablo, do São Paulo, aos 13min do 2º
FONTE:FOLHAPRESS
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