O principal motivo é a falta de componentes para a produção, em especial de semicondutores, problema que afeta montadoras do mundo todo.
A General Motors dará férias coletivas em março para todos os trabalhadores da área de produção da fábrica de Gravataí (RS) e, na sequência, vai adotar o sistema de lay-off (suspensão temporária de contratos) por período que pode variar de um a cinco meses.
O principal motivo é a falta de componentes para a produção,
em especial de semicondutores, problema que afeta montadoras do mundo todo.
No fim de semana passado, a Honda já tinha informado que
suspenderá a produção em Sumaré (SP) de 1.º a 10 de março por falta de semicondutores.
Em janeiro, ela já tinha suspendido atividades por uma semana pelo mesmo
motivo.
Em nota, a GM informa que a falta de componentes "tem o
potencial de afetar de forma temporária e parcial nosso cronograma de
produção" e que, no momento, "estamos trabalhando com fornecedores,
sindicato e demais parceiros do negócio para mitigar os impactos gerados por
esta situação".
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de
Gravataí, Valcir Ascari, a GM ainda não informou o número total de funcionários
que entrarão em lay-off, mas, em sua opinião, pode passar de 2 mil contando
pessoal da própria GM e dos fornecedores de autopeças que operam dentro do
mesmo complexo produtivo.
Na fábrica de São José dos Campos (SP), não há informação de
paradas, "apenas rumores" de que isso possa ocorrer, informa o
sindicato local. Em São Caetano do Sul (SP), o tema também não foi levado ao
sindicato, mas o presidente da entidade, Aparecido Inácio da Silva, diz que a
empresa havia programado sábados extras de trabalho, mas cancelou.
Contratações
Por outro lado, a Mercedes-Benz divulgou a contratação no
início do ano de 1 mil funcionários para a fábrica de São Bernardo do Campo, no
ABC paulista. A maior parte é de temporários e aprendizes. O presidente da
empresa no Brasil e América Latina, Karl Deppen, afirma que o grupo confia na
melhora do mercado neste ano e está reforçando a produção de caminhões.
O grupo também enfrenta a falta de componentes, mas informa
que não precisou fazer paradas até o momento. Deppen afirma ainda que há
problemas de logística como falta de contêineres, atrasos na chegada de navios
e o frete aéreo - que era uma alternativa para receber peças mais rapidamente -
ficou extremamente caro.
"Como o transporte de passageiros diminuiu, não existe
porão disponível (em aeronaves)", diz o executivo. Para ele, o problema
ainda vai demorar a ser resolvido e se soma ao aumento dos preços do aço,
ferro, borracha e plástico, situação que afeta também os fornecedores.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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