A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta terça-feira (23), o projeto de lei que cria um "superferiado", de 26 de março até o Domingo de Páscoa (4). O projeto foi enviado pelo governo estadual como uma tentativa de conter o avanço da pandemia e não prejudicar o comércio. Na votação simbólica, apenas 5 dos 70 deputados foram contra.
Uma emenda acrescentada ao projeto pelos deputados determina que municípios têm autonomia para decretar medidas de isolamento social.
Isso significa que, de acordo com o projeto de lei, as medidas dos municípios se sobrepõem às do governo do estado. O entendimento é o mesmo de especialistas ouvidos pelo G1 na segunda (22).
O governador Cláudio Castro (PSC) ainda precisa aprovar o
projeto. Ele pode, por exemplo, transformá-lo em lei, mas vetar a emenda
relativa aos municípios.
O que diz o projeto?
fica criado feriado
excepcional entre 26 de março e 1º de abril
feriado não vale para unidades de saúde, segurança urbana,
assistência social, serviço funerário e atividades essenciais (incluindo
igrejas)
municípios têm autonomia para decretar medidas restritivas de
acordo com cada cidade
em caso de conflito de normas estaduais e municipais, prevalece
a mais restritiva
Governo do Estado ainda precisa decretar medidas restritivas
cidades podem ou não seguir o decreto estadual (leia mais
abaixo)
Quais são os próximos passos?
Para o projeto virar
lei, precisa ser sancionado pelo governador Cláudio Castro. Ele, entretanto,
pode vetar o parágrafo que dá autonomia aos municípios.
Deputados da oposição se recusavam a votar o projeto sem
artigo, por entender que os municípios têm tomado medidas mais duras contra a
Covid-19 do que o governador.
Esses parlamentares dizem ainda que a emenda em questão
apenas ratifica o que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, permitindo que
municípios tomem medidas de acordo com suas peculiaridades.
Derrota para o governador
A emenda que dá
autonomia aos municípios representa uma derrota política do governador em
exercício, Cláudio Castro (PSC). Na contramão de especialistas em Direito, ele
vinha defendendo que as medidas do governo prevaleceriam sobre as dos
municípios.
Com a aprovação da Alerj, as cidades vão poder tomar medidas
mais rígidas do que o governo do estado — caso o projeto vire lei na íntegra.
Fonte:Alerj
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