Empresário Murilo Neves, vereadora Rita Estefânia e ex-secretário Ronaldo Ribeiro teriam negociado pagamento de propina por telefone; áudio vazou
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual realizam, no
interior do Rio de Janeiro, a “Operação Chorume”, nesta quinta-feira (25),
contra políticos e empresas prestadoras de serviços de coleta de lixo
envolvidas em um esquema de corrupção. Três pessoas foram presas
preventivamente.
De acordo com uma fonte do Jornal Terceira Via envolvida na
operação, os presos são a vereadora Rita Estefânia Gozzi Farsura, conhecida
como Faninha (PSC), o ex-secretário municipal de Meio Ambiente Ronaldo Rocha
Ribeiro e um dos sócios da empresa Forte Ambiental, que fazia a coleta do lixo
na cidade, Murilo Neves de Moura, que seria de Campos. Eles foram denunciados
por corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa e prevaricação.
Segundo o Ministério Público estadual, as investigações
tiveram origem a partir de um áudio, onde ouviam-se três pessoas negociando o
pagamento de propina a vereadores da cidade de Carmo. Apurada a suposta
identidade dos interlocutores, foi solicitada perícia de voz à Divisão de
Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT) da Coordenadoria de Segurança e
Inteligência (CSI/MPRJ), que confirmou as identidades das vozes.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 17 mandados de
busca e apreensão, nas cidades de Carmo, Campos, São Fidélis e Macaé, tendo
sido apreendidos diversos telefones celulares e documentos, que passarão por
perícia técnica para que se dê continuidade às investigações, a fim de
identificar demais envolvidos.
Durante as investigações, também foram identificados indícios
de lavagem de dinheiro envolvendo a empresa, por meio da utilização de uma
outra empresa de fachada e laranja na região do norte-fluminense.
O processo corre, atualmente, sob segredo de Justiça.
O Jornal Terceira Via tenta contato com a Prefeitura e a
Câmara Municipal de Carmo e com a empresa Forte Ambiental.
O nome da operação faz alusão ao chorume, subproduto do lixo
em decomposição. A ação foi motivada por meio de uma investigação que apura
superfaturamento do contrato de coleta de lixo pela antiga gestão da Prefeitura
de Carmo. Em um trabalho de inteligência, os agentes coletaram conversas
telefônicas em que os políticos e o empresário negociavam propina. Em uma das
sessões na Câmara de Vereadores de Carmo, em dezembro de 2020, foi aprovado
crédito suplementar para pagar determinados serviços, que não foram prestados
pela empresa de coleta de lixo, com sede em Campos dos Goytacazes.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos
e, nesta quinta, os agentes realizaram a operação nos municípios de Carmo,
Macaé, São Fidélis e Campos dos Goytacazes. As investigações continuam para
apurar o envolvimento de outras pessoas e acontecem em segredo de Justiça.
Fonte:Jornal Terceira Via/Com informações do Extra
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