Laudo da reprodução simulada afasta hipótese de acidente e indica que o menino começou a sofrer agressões quatro horas antes de ser levado sem vida ao hospital
O laudo da reconstituição da morte do menino Henry Borel, que
o Fantástico deste domingo (11) mostrou com exclusividade, descartou “a
possibilidade de um acidente doméstico (queda)”, a exemplo do que já tinha
apontado a necropsia do corpo do garoto.
Os peritos afirmaram que as 23 lesões encontradas em Henry
“apresentavam características condizentes com aquelas produzidas mediante ação
violenta (homicídio)”. Entre essas lesões, estão, por exemplo, a laceração no
fígado, danos nos rins e a hemorragia na cabeça.
Na última quinta-feira (8), foram presos o vereador carioca
Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto da criança, e Monique Medeiros, mãe do
garoto. A prisão se deu pela suspeita de homicídio duplamente qualificado –com
emprego de tortura e sem chance de defesa para a vítima –, por atrapalhar as
investigações e por ameaçar testemunhas para combinar versões.
A reprodução simulada do dia da morte do menino foi feita no
dia 1º de abril. Policiais civis e peritos testaram todas as possibilidades de
queda no quarto — como sustentaram o vereador carioca Dr. Jairinho (sem
partido) e a professora Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry, em
depoimento à polícia.
“Não há a menor hipótese de ele ter caído, quer seja da cama,
quer seja da poltrona, quer de uma estante, que tem 1,20 metro de altura”,
afirmou Denise Gonçalves Rivera, perita criminal da Polícia Civil do RJ.
“Fizeram todas as medições e viram que, em nenhuma dessas
circunstâncias, ele teria essas lesões que a necropsia apresentou”, emendou.
Ainda segundo o laudo da reprodução, há lesões de baixa e de
alta energia, provenientes de ações violentas entre 23h30 e 3h30. No
depoimento, a mãe afirmou que o filho acordou três vezes com o barulho da
televisão da sala, onde Monique e Jairinho assistiam a uma série.
"É possível que Henry tenha sido agredido cada vez que
ele ia reclamar", disse Denise.
Fonte: G1
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