O município de Campos já tem pacientes dividindo cilindro de oxigênio na emergência, da mesma forma que respirador e cadeira. Tudo isso devido à velocidade na transmissão do novo coronavírus. A situação crítica assusta os profissionais de Saúde que falam em quadro dramático, segundo destacou a coordenadora do Centro de Controle e Combate do Coronavírus (CCCC), Patrícia Meireles.
"Muitos pacientes já estão chegando com necessidade de
intubação, coisa que a gente não via e, hoje, estamos vendo com muita
frequência. A gente não tem mais o que fazer a não ser esperar o óbito de uma
grande parte da população", ressalta a médica. A ocupação na unidade é de
100% nos 40 leitos clínicos, nos 29 leitos de UTI e nos 5 leitos de
estabilização (sala vermelha).
O próprio subsecretário de Saúde, Paulo Hirano, expôs que o
município também não tem mais relaxantes musculares para entubar e os médicos
estão sendo obrigados a improvisar soluções. "Não há equipamentos ou profissionais
médicos, é isso em todo o Brasil. É preciso que a população entenda esse
cenário. A única coisa que todos podem ajudar é ficar em casa, evitar contato,
usar a máscara”, disse o médico Paulo Hirano, em tom de alerta.
Coordenadora da UTI da Beneficência Portuguesa, Simone
Serafim explicou a necessidade de manter as restrições. Segundo ela, é
assustador o grande número de jovens que chegaram para atendimento neste fim de
semana; doentes entre 20 a 50 anos.
A profissional da área de Saúde disse que o grupo médico da
Beneficência está cansado. "Entubamos cinco pessoas por dia na UTI, já
tivemos sete intubações no dia no CCCC. Foram quase 400 óbitos na unidade. São
quase 400 histórias que temos que conversar com a família”, disse ela na
reunião desta segunda-feira (5) do Gabinete de Crise, que estendeu o lockdown
até o próximo dia 12.
No caso dos cilindros de oxigênio, uma das medidas da
Prefeitura, através do Decreto 112/2021, foi requisitar a imediata devolução
dos cilindros excedentes que se encontravam nas residências dos pacientes
assistidos pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) e pelo serviço de
assistência social. O decreto foi publicado no Diário Oficial deste domingo
(04) e a medida se faz necessária diante a necessidade de abastecimento dos
hospitais com atendimento aos pacientes com Covid-19.
A decisão foi tomada a partir do aumento de casos graves dos
pacientes acometidos com o Covid-19 e de casos de internações por Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG), com taxa de ocupação de leitos hospitalares
próxima a 100%, estando a Região Norte do Estado do Rio de Janeiro classificada
com risco muito alto (bandeira roxa).
Segundo o secretário de Saúde, Adelsir Barreto, 30 cilindros
que não estavam sendo usados pelos pacientes foram recolhidos e encaminhados
para a empresa responsável para, em seguida, serem encaminhados para a rede.
"Pacientes assistidos pelo SAD e com indicação médica de terapia com uso
de oxigênio terão a assistência garantida”, afirmou o secretário.
FONTE:FOLHA 1
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