Alguém precisa dizer ao vereador Henrique Gouveia (foto),
presidente da Câmara Municipal de Silva Jardim – minúscula cidade do interior
do estado do Rio de Janeiro-, que ele não está acima da lei, e que tem sim que
dar satisfação dos atos praticados pela mesa diretora da Casa e do gasto do
dinheiro público, disponibilizando em site oficial os dados para que o cidadão
interessado possa fazer o controle social, garantido a toda e qualquer pessoa
por força de lei.
É que na tarde desta quinta-feira (6), ao ser indago sobre a
inexistência de um Portal da Transparência da Câmara, ele admitiu o fato e
disse que faz transparência no plenário da Casa. Talvez em Silva Jardim, no
entender de Henrique, a lei seja ele, e que, portanto, pode fazer o que bem
entender, escondendo, por exemplo, a relação de pessoas nomeadas, os gastos com
a manutenção do Poder Legislativo, salários e gratificações pagas aos nomeados.
Rachadinha – A resposta de Gouveia foi dada ao jornalista
Cesar Guedes, que foi à Câmara apurar a denúncia de que a portaria através da
qual fora nomeado o cabo eleitoral Glécio Silva de Souza teria sido rasgada, o
que teria sido feito para ajudar na defesa do vereador Marcelo Araújo de Souza,
mais conhecido Marcelinho Pedreiro, denunciado por Glécio, que, revelou, tinha
de dividir o salário com outro cabo eleitoral de Marcelinho, José André Rosa
Schumaker.
O caso está sendo investigado pelo Ministério Público e os
dois cabos eleitorais já prestaram depoimento. Glécio e José André divulgaram
um vídeo nas redes sociais, no qual revelaram a divisão do dinheiro. Segundo
eles, Marcelinho Pedreiro teria prometido um cargo para cada um, com salário de
R$ 3 mil, mas só nomeou um e com vencimento de R$ 2.106,66, que, com descontos,
rende a cada um deles R$ 900 por mês.
Onde estão nomeações? – A estrutura da Câmara de Silva Jardim
teria 40 cargos comissionados, mas o presidente da Casa não divulga nenhuma
nomeação. De acordo com uma fonte ligada à Câmara, ele só distribuiu um cargo
por vereador. Por conta disso uma representação deverá ser encaminhada ao
Ministério Público nos próximos dias, para que o presidente seja obrigado pela
Justiça a abrir a “caixa-preta” dos gastos da Casa, disponibilizando os nomes
dos nomeados, onde estão lotados e quanto ganham por mês.
A representação questionará ainda as despesas com materiais
de consumo e combustível, se existem carros alugados para atender os
vereadores, quantos são, qual foi a empresa escolhida para fornecer os veículos
e qual o valor do contrato.
*O espaço está aberto para manifestação da presidência da
Câmara Municipal.
FONTE: ELIZEU
PIRES
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