Moradoras de conjunto habitacional em Nova Iguaçu se destacam em reforma executada pela Emop
A mulheres contratadas pela Emop são elogiadas pela eficiência e rapidez no trabalho – Foto: Luiz Alavarenga
Devidamente trajadas com macacão, luvas, botas e óculos de
proteção, quatro mulheres vêm construindo histórias nas obras de reforma
executadas pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop) no
Conjunto Habitacional Tertuliano Potyguara, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense.
Enquanto mudam a paisagem do condomínio onde moram, Rosângela, Emily, Drielle e
Vanusa também quebram preconceitos e abrem novas oportunidades de trabalho num
setor em que predomina a mão-de-obra masculina.
Parte de uma equipe
que conta com 68 trabalhadores, as funcionárias são responsáveis pelos serviços
de pintura das fachadas e melhorias nas áreas internas dos prédios. Para o
secretário de Estado de Infraestrutura e Obras, Max Lemos, a intenção da gestão
é intensificar as melhorias habitacionais em todo o estado, além de gerar renda
e desenvolvimento em diversas regiões. “A construção civil é uma das maiores aliadas
do governo quando se trata de gerar riqueza e dignidade à população. Ter
mulheres chefes de família atuando na melhoria de suas casas e nas suas
próprias comunidades é algo que queremos ver acontecendo mais em nossos
projetos”, ressalta o secretário.
De acordo com o
diretor-presidente da Emop, André Braga, ao incentivar a contratação das
mulheres nas frentes de obra, o governo do estado quer dar exemplo e abrir um
novo espaço no mercado de trabalho para a mão de obra feminina. “Essas frentes
têm um grande alcance social, econômico e de empoderamento. Estamos gerando
emprego, renda, qualificação e inovação profissional. São mulheres
trabalhadoras e moradoras do conjunto. A maioria delas é chefe de família, tem
filhos pequenos e estava desempregada. Nessas frentes de trabalho, se tornaram
referências em eficiência e produtividade”, afirma Braga.
Igualdade de direitos
e renda – As intervenções, que reúnem investimentos de R$ 3,7 milhões para a
reforma de 70 prédios, beneficiarão 1,4 mil famílias e tiveram início em junho.
Na época, Rosângela do Amparo Santana, de 38 anos, enviou um abaixo-assinado
aos responsáveis pelo projeto para reivindicar o direito de as moradoras
trabalharem nas obras.
Moradora do conjunto
desde os 16 anos – quando chegou de Valença, na Bahia -, Rosângela é
considerada uma das mais eficientes pintoras do canteiro. Ela conta sua
história com orgulho e faz questão de afirmar que não é principiante quando o
assunto é lidar com obras. “Meu amor pelos pincéis vem desde criança, quando via
minha mãe ajudando meu pai, que era pedreiro. Sempre gostei de obra e, antes
daqui, também já trabalhei com colocação de piso e emboço. Pela manhã passo o
selador e à tarde dou a primeira demão de tinta. No dia seguinte, passo mais
uma demão de tinta e dou o retoque, dependendo do chapisco”, diz.
Prima de Rosângela, chefe de família e mãe de três filhas,
Emily Kessia Silva de Santana, de 34 anos, nasceu também em Valença. Residente
do Tertuliano Potyguara há seis meses, ela acumula experiências como atendente
e vendedora, mas estava desempregada desde o início do ano. Então, decidiu
seguir os passos da prima e se candidatou a uma vaga de auxiliar de pintura na
obra. “No início, estava um pouco receosa porque ia trabalhar onde a maioria é
de homens, mas hoje exerço minha função tranquila, porque tenho em meus colegas
muito respeito e amizade. Faço os serviços de retoque e acabamento da parte
interna. Em uma semana já retoquei dois prédios”, conta.
Outra trabalhadora é Drielle Rejane Santana, de 24 anos, sobrinha
de Rosângela Solteira, mãe de dois filhos e chefe de família, trabalha na obra
desde o início de junho. Já foi garçonete, recepcionista, camareira e nas horas
vagas também é manicure. Agora, ela garante o sustento da família como auxiliar
de pintura. “Estou gostando bastante do serviço, já pintei dois prédios. Onde
tem chapiscados de pintas brancas, faço tudo nos mínimos detalhes. Onde o rolo
não alcança, vou com meu pincel”, afirma Drielle.
Já Vanusa Lacerda Magalhães, de 29 anos, é a ‘novata’ das
colegas. Solteira e mãe de três filhos, ela foi a última a ser contratada para
somar forças nas intervenções de reforma do condomínio. “Já fui atendente,
caixa e trabalhei no setor de protocolo da Prefeitura de Nova Iguaçu. Estava
desempregada quando fui aceita para trabalhar como auxiliar de pintura aqui.
Pretendo me aperfeiçoar, porque vou ser pintora”,planeja.
O trabalho da equipe feminina no conjunto Tertuliano
Potyguara é considerado excelente pela chefia da iniciativa: a engenheira civil
e de produção Thamires Araújo de Castro. Supervisora da obra e com 12 anos de
experiência na bagagem, ela comenta o ineditismo de ter uma equipe de campo
formada por mulheres. “Acho o máximo. Elas são elogiadas porque são rápidas,
eficazes e fazem um serviço de qualidade”, declara.
(Com a Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de
Infraestrura e Obras)
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