Papel-moeda representa apenas 3% dos recursos disponíveis no país
É incomum encontrar quem ainda vai a um banco sacar dinheiro
para fazer pagamentos. As transações digitais, seja por meio de transferências,
cartões ou Pix, facilitam o dia a dia e já fazem parte da rotina de muitos
consumidores. E em alguns anos, os brasileiros terão mais uma forma de lidar
com o dinheiro. Será lançado o real digital, que está atualmente em estudo pelo
Banco Central (BC). O dinheiro digital será emitido pelo BC.
De acordo com dados do BC, em junho de 2021, o total de
papel-moeda em poder das pessoas era de R$ 283 bilhões, enquanto o volume de
depósitos à vista (dinheiro depositado em conta-corrente, sem remuneração pelo
banco) era de R$ 333 bilhões. Ao acrescentar a esse valor outras formas de
liquidez, como os depósitos remunerados, operações compromissadas (compra e
recompra de ativos com pagamento de juros) e títulos públicos federais, havia
um total de R$ 8,9 trilhões disponíveis de forma digital. Ou seja, apenas cerca
de 3% dos recursos disponíveis para as operações no país estão na forma de
papel-moeda.
O Banco Central diz que a criação do real digital não tem o
objetivo de eliminar de vez o papel-moeda, mas a tendência é que seu uso se
reduza mais. “A intenção é que o dinheiro em papel conviva com o real digital
ainda por muitos anos. No entendimento do BC, à medida que a população se torne
mais confortável com os novos meios de pagamentos digitais, o uso do dinheiro
no formato de papel se reduzirá naturalmente”, ressaltou, em nota à Agência
Brasil.
Ainda não há previsão para o lançamento do real digital. “O
que temos é um horizonte de trabalho, de discussões e de testes que deve durar
de dois a três anos. Ao fim desse período, o BC deverá ter reunidas as
condições necessárias para decidir sobre a conveniência e o melhor formato para
a emissão de um real digital”, declarou a instituição.
Como será a moeda digital? –
A moeda digital será garantida pelo BC e as instituições financeiras vão
apenas guardar o dinheiro para o cliente que optar pela nova modalidade. Entre
as diretrizes estão a ênfase no desenvolvimento de modelos inovadores a partir
de evoluções tecnológicas, como contratos inteligentes (smart contracts),
internet das coisas (IoT) e dinheiro programável; a previsão de uso em
pagamentos de varejo; e a capacidade para realizar operações online e,
eventualmente, offline.
Moedas digitais no mundo –
Segundo informações do Banco Central, as Bahamas foram o primeiro país a
lançar oficialmente seu CBDC, o Sand dollar, em outubro de 2020. A China tem um
projeto-piloto em algumas cidades e fará testes com visitantes estrangeiros nos
Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim de 2022.
O banco central dos Estados Unidos, o Fed, e a Digital Dollar
Foundation, trabalham para lançar a moeda digital também. Outros países, como
Coreia do Sul, Japão e Suécia, também estudam o lançamento da CBDC.
Fonte:Agência Brasil
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