Arquiteto Octavio Raja Gabaglia aponta bairro São José como o ideal para construção de nova rodoviária de Búzios.
Na empolgante discussão para escolha do melhor bairro para
construção do terminal rodoviário de Búzios, São José ou Rasa, a defesa do
Octávio Raja Gabaglia é para o São José. Como profissional experiente e
preocupado com o ordenamento e manutenção do estilo arquitetônico do município,
o arquiteto e urbanista destaca alguns atributos que favorecem a construção no
local, entre elas o tamanho da área disponível para o terminal rodoviário e o
projeto de implantação de um eixo principal de acesso para melhoria na fluidez
do trânsito do balneário.
O Plano Rodoviário, que consta no Plano Diretor, aprovado em
2006, prevê o acesso iniciando no bairro Maria Joaquina, cortando por uma
estrada que se une a outra via conhecida como “Estrada da Fazendinha”, saindo
então na RJ-102 (Búzios x CaboFrio), no bairro Baía Formosa, onde continua o
acesso até onde ficaria o terminal, no bairro São José.
Segundo o arquiteto, há a disponibilidade de 20 mil metros
quadrados de área para o novo terminal e ainda conta que, quando secretário de
Desenvolvimento Urbano do município em 2020, teve a afirmativa do presidente de
Alerj, deputado André Ceciliano, sobre uma verba liberada por meio de uma
emenda parlamenta para construção dessa estrada.
A Prefeitura de Búzios chegou a expor a proposta de uma nova
rodoviária no bairro Rasa, depois o próprio prefeito Alexandre Martins,
realizou enquete popular em sua página do Facebook para que os moradores
escolhessem o local do novo terminal.
A votação foi iniciada 11 dias após o Ministério Público do
Rio de Janeiro requerer retirada de pauta projetos que alterem o Plano Diretor,
devido a desatualização do documento. O debate sobre o melhor lugar para
construção estava programado para o mês de agosto, mas a Câmara suspendeu as
audiências públicas cumprindo a recomendação do MPRJ.
Octávio explicou que a decisão de construir o terminal no
bairro Rasa é equivocada, porque a entrada de Búzios pela RJ 102, para quem vem
do Rio de Janeiro ou Macaé, foi construída através de ruas de loteamentos
diversos, “não preparadas para receber o volume de tráfego que por elas flui,
e, além disso, são estreitas para uma rodovia, com caixa de 7 metros no máximo,
na maior parte sem acostamentos”. Outro problema apontado pelo arquiteto é a
vida de quem vive à margem da RJ 102, que "deve ser absolutamente insegura
e infernal".
Entre as diretrizes do Plano Rodoviário também estão: a
criação da via alternativa, na área da península, visando atender à
sazonalidade da atividade turística e servir de eixo de interligação entre os
Bairros Ferradura, Geribá, Cem Braças e São José; a criação de malha cicloviária,
possibilitando a circulação das bicicletas com segurança, em vias exclusivas e
prevendo sua integração com os pontos de parada do transporte público e com as
áreas de estacionamento de veículos; e
oferta de vias de qualidade para a circulação de pedestres,
pavimentadas, sinalizadas e arborizadas, adaptadas aos portadores de
necessidades especiais, e estabelecimento de áreas exclusivas para pedestres no
Centro da cidade, de acordo com projeto de requalificação da área central.
Octavio reforça que com a rodoviária no bairro Rasa haverá
uma movimentação ainda maior no interior do bairro, o que irá prejudicar a vida
do morador, com o aumento do fluxo de veículos, tendo como consequência até um
possível aumento do número de acidentes. “
A modificação do traçado passando pelo Brejo da Malhada até
alcançar a estrada da Baía Formosa, seguindo sobre esta até encontrar a divisa
de Cabo Frio-Búzios, resolveria todos esses problemas. Se não tivesse outra
alternativa seria ruim, tendo é lamentável”, sentencia.
As discussões sobre o melhor lugar para a nova rodoviária estão sendo realizadas na Câmara de Vereadores. O prefeito Alexandre Martins enviou ao legislativo o Projeto de Lei Complementar (PLC), em que propôs a mudança da rodoviária para o bairro Rasa, à princípio sem apresentação de nenhum estudo técnico feito por instituições especializadas. A mensagem está no Conselho de Constituição e Justiça (CCJ) para apreciação.
Octavio Raja Gabalia, ou Otavinho, é reconhecido internacionalmente
pelo trabalho como arquiteto e urbanista, principalmente, por criar e defender
o “Estilo de Búzios”. Ele criou a famosa Rua das Pedras e estabeleceu uma norma
não escrita, que, décadas após, foi transformada em lei, no qual, não é
permitido mais de dois andares. Desta forma, protegeu a harmonia das
construções com a paisagem que Búzios oferece.
FONTE: DIÁRIO
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