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26/09/2021

LIÇÕES QUE A CRISE GLOBAL VAI DEIXAR NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

 

Alguns setores e produtos que lucram alto com a crise e o acerto de quem apostou nas plataformas digitais

 

“Governar é fazer crer”, dizia Maquiavel. As lideranças míticas, sejam políticas, sociais ou religiosas, se afirmam por dois caminhos distintos. De um lado, os líderes cuja autoridade se afirma como guias de seus povos. Outras lideranças legitimam a sua autoridade pela ausência. Representam divindades.

 

Desde o primeiro trimestre de 2020 a pergunta básica, ao redor do planeta é: como vencer essa pandemia? Voltaremos a encontrar o nível de vida anterior? E o modo de vida e o antigo estilo (perdulário) de consumo? Como trabalhar? E quando retomar a vida plena?

 

Não há como fugir da constatação: as crises não desaparecem, mas as ilusões permanecem. Como se apenas fosse possível conviver com a crise tendo ilusões de que ela estaria para terminar.

 

De algum modo, a esperança por melhores dias torna o presente aparentemente menos sofrido, menos dolorido. Duas lições a tirar: a ilusão de uma vitória rápida em face a uma pandemia e um retorno rápido à ortodoxia orçamentária conduzem ambos ao desastre, como constatamos na terra da jabuticaba e do juro alto – o Brasil.

 

Como bem apontado no livro “A economia da Vida” do francês Jacques Attali, alguns setores e produtos lucram alto com a crise: remédios, equipamentos médicos, produtos de higiene, alimentos básicos, logística de entregas, mídias audiovisuais, entretenimento online, comércio online, sites de reuniões remotas e indústrias destinadas ao altíssimo luxo.

 

No segundo trimestre de 2019, antes da crise sanitária, por exemplo, o Brasil tinha 4,369 milhões de empregadores. Foi a maior marca para o intervalo de abril a junho na série histórica, com dados a partir de 2012.

 

A questão é que, devido à pandemia, o número passou a cair em 2020, até atingir 3,788 milhões no segundo trimestre de 2021. O resultado mais recente, se comparado a igual período de 2019, corresponde a uma baixa de 13,3% —ou 581,3 mil empregadores a menos em dois anos.

 

Política é a força que a minoria (que detém, o poder econômico) de uma sociedade emprega, com rara inteligência e destreza, para manter tudo como ela deseja, e não como a maioria luta para obter, na forma de uma vida melhor. Já na democracia, nada mais é do que o capital elevado à ordem política vigente.

 

O Brasil de hoje comprova isso. O pensador Chico de Oliveira dizia com rara inteligência que: “o jeitinho é um atributo das classes dominantes brasileiras que se transmitiu às classes dominadas. A resolução das crises se faz “pelo alto” mediante acordos entre as próprias elites do dinheiro.

 

POR RANULFO VIDIGAL

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