Preço da gasolina e repasse das tarifas pelas empresas é outra das principais reclamações dos profissionais
Longo tempo
de espera e cancelamentos de corridas estão entre as principais reclamações de
usuários da Uber e da 99. Do outro lado, motoristas denunciam os baixos
repasses das tarifas, congelados desde 2015, e o preço do combustível nas
alturas. Como consequência da “debandada” dos aplicativos, 30 mil veículos
foram devolvidos às locadoras desde junho.
De acordo
com os dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), antes
da pandemia, cerca de 200 mil veículos eram alugados para fins profissionais.
Com o início da pandemia, o número de aluguéis para aplicativos caiu 80% entre
abril e maio. As informações são da AutoEsporte.
Um ano e
meio depois, esse número subiu, embora não tenha chegado ao patamar anterior à
pandemia. Atualmente, 170 mil veículos são alugados para motoristas de
aplicativo. Essa diferença de 30 mil automóveis reflete dois grandes problemas
enfrentados por profissionais da área: o preço do combustível e a taxa
repassada pelas empresas.
Em setembro,
a Uber reajustou a taxa repassada aos motoristas em 35% em São Paulo e na
região metropolitana. Isso valerá apenas para viagens feitas no UberX –
categoria mais popular do aplicativo.
Na última semana,
a startup lançou uma promoção de 11 semanas que oferece bônus de R$ 150 a R$
500 por semana para motoristas cumprirem as etapas do programa e manterem os
níveis de aceitação e cancelamento.
Por sua vez,
a 99 anunciou que aumentaria o valor que repassa aos motoristas de 10% a 35% em
capitais e regiões metropolitanas, como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador,
Brasília, Goiânia, Fortaleza, Florianópolis, Salvador, São Luís, Maceió e João
Pessoa.
A marca
também anunciou alguns programas para fidelizar o motorista, como o “Taxa
Zero”, horário em que a taxa repassada para o aplicativo é nula. Desse modo,
promoverá também campanhas que oferecem ganhos financeiros extras para quem
cumprir os requisitos pré-determinados.
Em ambos os
casos, as empresas afirmaram que iriam subsidiar o reajuste, sem subir as
tarifas para o cliente. De acordo com a associação que defende a categoria, não
havia aumento no repasse desde 2015.
Combustível
mais caro
Outro
problema que dificulta a classe é o aumento quase semanal no preço do
combustível. A gasolina já ultrapassou os R$ 7 em seis estados brasileiros e
chegou a R$ 7,49 no Rio Grande do Sul. Já o litro do etanol supera os R$ 6 em
sete estados e atingiu os R$ 7 no RS.
Em termos de
comparação, o motorista de um Fiat Argo – segundo carro mais alugado para a
categoria – pagava cerca de R$ 221,85 em janeiro para encher o tanque.
Atualmente, ele não gastaria menos de R$ 303,40 para completar o reservatório.
Aumento nos
aluguéis depende do combustível
Segundo o
presidente da Abla, Paulo Miguel Junior, o potencial de alugar até 250 mil
carros para motoristas depende diretamente do preço da gasolina e de cortes nas
tarifas cobradas pelos aplicativos. “Estamos trabalhando com a possibilidade de
recuo do preço do litro em 2022, voltando à média entre R$ 4 e R$ 5”, afirma.
FONTE:PORTAL VIU
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