Com a finalidade de promover a conscientização quanto ao preconceito contra pessoas de baixa estatura física e organizar uma pauta de reivindicações, a Associação de Pessoas com Nanismo de Campos e Região promove nesta segunda-feira, dia 25, a partir de 15h, um evento para marcar o Dia Mundial de Combate ao Preconceito Contra Pessoas Nanismo. A solenidade será no Instituto Sawana para Todos, na Rua Barão da Lagoa Dourada, 136, no Centro, próximo à Câmara de Vereadores. A psicóloga Karine Damasceno e presidente da Associação, falou ao Campos 24 Horas.
“Desde o ano de 2020 vínhamos fazendo este trabalho, mas interrompemos as ações devido à pandemia. Agora estamos voltando a trabalhar por esta conscientização”, afirmou Karina.
“Assim como
é crime o preconceito racial, a lei também tipifica como crime as ofensas
contra pessoas com nanismo, passível de multa e prisão”, lembrou Karine. “Se as
pessoas soubessem talvez não tivessem esse comportamento esdrúxulo”,
acrescentou.
Segundo a psicóloga, “o preconceito de que são vítimas pessoas com nanismo se manifesta através de chacotas, expressões pejorativas relacionadas à condição física destas pessoas, buscando inferiorizá-las”.
Karine ainda acrescenta que, além do preconceito, há também a discriminação contra o portador de deficiência por nanismo. Muitas pessoas sofrem com problemas de acessibilidade e dificuldades de inserção no mercado de trabalho pois muitos empregadores usam de discriminação.
Muitos conseguem superar as barreiras, com o apoio da família, mas outros, nem tanto. “Daí que é necessário este trabalho de divulgação, alertando a estas pessoas sobre a necessidade de lançar mão de seus direitos quando for vítima de preconceito ou discriminação. É preciso intensificar esta conscientização”, frisou ainda Karine.
É preciso, sim, multiplicar esforços para que este cenário seja alterado, analisa a psicóloga, junto aos setores responsáveis em recrutamento nas empresas, sendo imprescindível focar no profissional, priorizando a excelência do trabalho, não da deficiência.
A primeira lei de inclusão da pessoa com deficiência, a Lei de Cotas, surgiu em 1991 e não incluía o nanismo como deficiência. Para o IBGE, a anomalia tampouco é considerada. No entanto, com o decreto-lei nº. 3.298/99, o nanismo passou a figurar entre as deficiências e representou um grande avanço na inserção dessas pessoas mercado de trabalho.
Karine contabiliza cerca de 15 pessoas com nanismo em Campos, mas outras pessoas de outros municípios como São Francisco de Itabapoana e Santo Antônio de Pádua que estão inseridos neste grupo estão também aderindo à associação e também somando forças para enfrentar o preconceito, a discriminação e lutar por seus direitos. ”O número é muito maior, se formos considerar a região como um todo”, concluiu Karine.
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