Um dos baratos do nosso tempo é a democratização da produção de conteúdo. As redes sociais possibilitaram que qualquer pessoa com um smartphone em mãos possa transmitir informações para milhões de pessoas, seja quem for e de onde for. Patrick Fernandes é padre da Paróquia de São Sebastião, em Parauapebas (Pará), e começou a usar as tradicionais folgas dos padres às segundas-feiras para interagir com os fiéis da região, pela caixinha de perguntas disponibilizadas nos stories do Instagram.
A
irreverência e o bom humor com os quais respondia às perguntas dos seguidores
logo foi chamando a atenção de usuários de outras partes do país. Hoje, o
sacerdote tem 3,7 milhões de seguidores nas redes sociais, de diferentes
correntes religiosas, incluindo ateus, que esperam ansiosos pelos conselhos,
geralmente amorosos, do pároco.
O sucesso de
Patrick na internet é fruto do acaso, possibilitado pelo advento da pandemia,
no início do ano passado, quando se recuperava de um quadro depressivo que
enfrentou ao longo de 2019.
“Sempre fui
muito social, mas comecei a preferir ficar sozinho, me isolar. Também percebi
que tinha perdido o prazer nas coisas que eu gostava e uma tristeza profunda em
mim. Então, fui procurar ajuda psicológica e na fé”, relembra o padre. O novo
coronavírus pegou a todos de surpresa na mesma época em que Fernandes estava
retomando suas atividades junto à paróquia, o que o fez, mais uma vez, se
afastar do contato com os fiéis. Foi aí que ele começou a usar o Instagram para
interagir com os frequentadores da igreja na região. Na época, tinha apenas 3
mil seguidores.
“O fato de
eu ser padre, fez com que as pessoas me olhassem de forma diferente. Eu quis
mostrar a palavra de Deus com leveza, que ter fé pode ser leve e gostoso. Eu
sou um padre acessível”, se define. Com linguagem simples, o religioso fala
sobre diversos assuntos, muitos considerados tabus, inclusive. “Nunca fui
chamado a atenção pela igreja”, garante o sacerdote, que afirma que a
instituição se abriu muito nos últimos tempos.
Fonte: Correio
de Domingo
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