Bernard Tavares não tomou conhecimento da força exercida pelos Cordeiro em Quissamã e destronou o grupo que estava no poder há anos
A soma de
5.293 votos conferida domingo (7) a Bernard Tavares Dídimo, candidato do Republicanos
à Prefeitura de Carapebus, não fez desvanecer apenas o sonho do vereador
Leandro Drumond Esteves, mais conhecido como Dandinho, prefeito interino que
concorreu pelo Avante e ficou em segundo lugar com 4.620 votos na eleição
suplementar realizada por conta da cassação da prefeita eleita em 2020.
Os 53,14%
obtidos por Bernard – que vai governar até o dia 31 de dezembro de 2024 e ainda
poderá tentar a reeleição – , segundo alguns observadores locais, foram um
recado direto à ex-prefeita Christiane Miranda de Andrade e ao marido dela, o
também ex-prefeito Eduardo Cordeiro, que apoiavam Dandinho, que agora voltará à
presidência da Câmara Municipal.
Para quem
acompanha a política nessa pequena cidade do interior do estado do Rio de
Janeiro, a vitória de Bernard foi um não à permanência, ainda que indiretamente,
de Eduardo Cordeiro no poder. Até a última quinta-feira (5), quando foram
encerradas as atividades da campanha eleitoral, a aposta era de que o prefeito
interino venceria o pleito com uma diferença de “uns 500 votos”, mas “deu
ruim”: a diferença foi de 673 votos a favor de Bernard, que já havia ficado em
segundo lugar nos pleitos de 2016 (21%) e 2020 (29,90%) em confrontos diretos
com o grupo dos Cordeiro.
O que se
acreditava nessa eleição suplementar antes do fechamento dos locais de votação
é que Edward Ferreira de Araújo Filho, do Partido da Mulher Brasileira tiraria
votos de Tavares, o que acabaria por beneficiar Dandinho. O problema é que o
candidato do PMB acabou fazendo apenas figuração na corrida eleitoral, obtendo
somente 47 votos, o equivalente a 0,47% da votação válida.
Influência
na gestão interina – Eduardo Cordeiro foi o primeiro prefeito de Carapebus –
ex-distrito de Macaé emancipado em 1995 – e tentou voltar ao governo em 2016,
candidatando-se pelo Progressistas (PP).
Com o registro
impugnado por conta de condenação por improbidade administrativa ele lançou a
mulher, mas, de acordo com o que foi apurado por uma comissão de inquérito
formada pela Câmara de Vereadores, foi ele o prefeito de fato na gestão de
Christiane.
A influencia
de Eduardo era tanta que em abril do ano passado a Justiça determinou o
afastamento dele de qualquer função na administração municipal, mas isso não
ajudou em nada, pois Eduardo continuou na Prefeitura na gestão do prefeito
interino Leandro Drumond Esteves , o que levou a Justiça a ser acionada
novamente: no dia 22 de setembro o juiz Kleiton Alves Ferreira, da 1ª Vara
Federal de Macaé, mandou que ele fosse tirado de qualquer cargo, decisão que
foi cumprida com pulso mais firme, mas pelos eleitores da cidade que foram às
urnas dar um basta na presença dos Cordeiro no Poder Executivo municipal.
FONTE:ELIZEU
PIRES
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