Desde o
anúncio da pré-candidatura do ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) ao
Palácio do Planalto, a tão falada "terceira via" ganhou novas
configurações para as eleições de 2022. Moro, que ficou longe do país durante o
último ano, retorna trazendo seu nome para o centro da disputa e, na opinião de
especialistas, com possibilidade de crescimento significativo nas pesquisas,
caso mantenha a postura contida, sem revidar ataques.
Para aliados, Moro é o candidato certo para aliviar as tensões da polarização política entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que prometem ser mais altas em 2022 do que em 2018. É o que aposta o colega de partido do ex-juiz, o senador Eduardo Girão (CE). "É uma opção que renova a força de um símbolo perdido de esperança e transformação, sem termos que enveredar necessariamente para mais um Fla x Flu", crê. "O cidadão brasileiro não aguenta mais briga por política. Repugna isso. Ele quer maturidade e diálogo", acrescenta o parlamentar.
Leandro Consentino, professor de ciência política e relações internacionais do Insper, acredita que, caso Moro mantenha a popularidade, é possível que mude o rumo das eleições. "O desafio da terceira via é difícil quando há pulverização de candidatos, mas Moro é quem tem mais condições de fazer isso neste momento", avalia.
Consentino explica que a candidatura de Moro também torna delicada a situação do Partido dos Trabalhadores (PT), visto que enfrentar o presidente no segundo turno seria o melhor cenário para o partido de Lula. "Deverá haver um esforço de igualar Moro e Bolsonaro ao longo da campanha, em uma tentativa de deslegitimar essa candidatura", prevê.
Girão destaca ainda que Moro goza de muita credibilidade junto a grande parte da população. "Seu trabalho exitoso, que ganhou popularidade por ser um símbolo positivo do país, de que a justiça seria para todos, está muito forte e recente no imaginário do povo brasileiro", afirma o senador, que menciona também um sentimento de "gratidão" de muitos brasileiros.
Fonte:
Correio Braziliense
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