CARNAVAL DE RUA DESTE ANO É CANCELADO NO RIO EM RAZÃO DA PANDEMIA DE COVID-19: 'INFELIZMENTE NÃO SERÁ POSSÍVEL', DIZ PAES - Jornal Tempo News

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04/01/2022

CARNAVAL DE RUA DESTE ANO É CANCELADO NO RIO EM RAZÃO DA PANDEMIA DE COVID-19: 'INFELIZMENTE NÃO SERÁ POSSÍVEL', DIZ PAES

 


O prefeito Eduardo Paes afirmou, em live realizada no início da noite desta terça-feira, que o carnaval de rua nos moldes tradicionais não acontecerá este ano no Rio em razão da pandemia de Covid-19. A informação já havia sido antecipada pela coluna do jornalista Ancelmo Gois, no GLOBO.

 

— Acabei de ter uma reunião com o pessoal dos blocos de rua e a gente comunicou a eles que o carnaval de rua nos moldes que eram feitos até 2020 não acontecerá em 2022. Infelizmente, e eu falo como prefeito que gosta do carnaval e como cidadão, isso não será possível — explicou Paes na transmissão ao vivo.

 

Na transmissão, o prefeito reforçou que os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, por outro lado, permanecem confirmados. Segundo ele, isso ocorre porque a festa no Sambódromo permite a exigência de vacinação contra a Covid-19 e o controle de testagem, o que não seria possível nos desfiles dos blocos pelas ruas.

 

Paes contou ainda que sugeriu a representantes de blocos da cidade, durante reunião ocorrida à tarde, pouco antes da live, que os desfiles de algumas das agremiações mais tradicionais ocorressem em dois ou três locais fechados pré-determinados, como o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, e o Parque Madureira, na Zona Norte. A entrada seria gratuita, mas com a mesma exigência de passaporte vacinal e testagem realizada no Sambódromo, por exemplo. A proposta, contudo, não foi aceita pelos blocos em um primeiro momento.

 

— Não toparam por conta do vínculo regional com os locais tradicionais dos desfiles, o que a gente compreende. Mas ficaram de pensar em contrapropostas. Só tem que ser uma coisa factível — afirmou o prefeito, deixando em aberto a possibilidade de alguma outra solução a ser acertada com os blocos e a patrocinadora do carnaval de rua.

 

O encontro de Paes durante a tarde se deu com representantes de nove ligas, do Cordão do Bola Preta e de quatro megablocos que somam cerca de 450 agremiações. Entre os que participaram da reunião estavam representantes da Sebastiana, Liga do Centro, Zé Pereira, Sambarua, Cordão do Bola Preta, Ludmila, Anitta, A Favorita e Monobloco. Na conversa, de acordo com o relato de participantes, Paes disse que com a evolução de casos da variante Ômicron da Covid-19 não haveria condições de realizar a festa.

 

Segundo Rita Fernandes, presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião (Sebastiana), o prefeito disse que, embora seja contra "blocódromos", os desfiles poderiam ocorrer no Parque Olímpico "de forma excepcional".

 

— O Parque Olímpico não é nosso lugar. Os blocos desfilam em seus bairros e seus territórios — disse Rita, acrescentando que também foi descartada a hipótese de transferir os desfiles para as férias de julho, já que em tentativas isoladas anteriores não houve público para isso.

 

Ainda segundo Rita, Paes contou, no encontro com o bloco, que os desfiles da Sapucaí terão regras sanitárias rígidas. Uma portaria deve exigida dupla testagem e testes de PCR negativo para todos os frequentadores do Sambódromo. A mesma regra vai valer para bailes de carnaval e outras festas em locais fechados, sejam eles eventos pagos ou gratuitos.

 

Os blocos vão voltar a se encontrar com representantes da prefeitura na sexta-feira. Não está descartado ainda que eles façam eventos menores, fechados, mas longe do que se concebe como carnaval de rua.

 

— Podem ser bailes, shows, algo semelhante. Mas não carnaval de rua — explicou Rita.

 

Já o presidente do Bola Preta, Pedro Ernesto, adiantou que pretende fazer eventos na sede do clube, no Centro do Rio, apesar do cancelamento do desfile no sábado de carnaval:

 

— Serão quatro dias de eventos em fevereiro para a data não passar em branco. O Bola Preta tem 103 anos, surgiu em plena pandemia da gripe espanhola. Desfilamos até durante a Segunda Guerra Mundial — lembrou.

 

Rodrigo Resende, da Liga do Zé Pereira, disse que ainda vai se reunir com representantes para discutir o cenário e se farão algum evento fechado.


Dados do painel da prefeitura do Rio mostram que a quantidade de casos confirmados de Covid-19 na cidade teve um grande salto nas últimas semanas. Até agora, 21 pessoas diagnosticadas com coronavírus disseram ter começado a sentir sintomas no dia 14 de dezembro. Já em 28 de dezembro, duas semanas depois, o número salta para 458.

 

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Mais cedo, Rita Fernandes dissera que não há como fazer um plano B com relação aos cortejos dos blocos:

 

— Plano B para carnaval de rua não existe. Carnaval de rua é feito na rua. Bloco de rua tem características muito próprias: a liberdade, o ir e vir sem precisar passar por nenhum tipo de restrição, aproximação, contato físico, abraço, beijo. É muito difícil imaginar com indicação de protocolos para que pessoas não se aproximem. A gente só tem duas alternativas: pode fazer ou não pode fazer. Qualquer outra proposta vai ser show, baile, evento fechado, mas não vai ser carnaval de rua.

 

Nesta segunda-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, admitiu ser "muito difícil" liberar o carnaval de rua seguindo "o modelo tradicional".


Em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, já dissera que esse carnaval não vai poder ser igual.

 

— O carnaval é uma festa muito importante para a cidade do Rio, mas mais importante é a gente ter segurança sanitária para fazer. A gente já sabe que esse carnaval não vai poder ser igual aos carnavais anteriores. A Ômicron se dissemina muito mais rápido que as demais variantes. Tem um aumento de casos de Covid na cidade do Rio e essa variante é muito mais transmissível. A gente precisa ver se esse aumento de transmissão vai se manter ao longos dos próximos dias, se esse aumento de transmissão também vai aumentar internações ou casos graves de Covid. Coisa que a gente não está vendo nesse momento. A gente teve muitos dias com zero óbito de Covid, somente 30 pessoas internadas. Então todas essas variáveis com a nova variante vão precisar ser analisadas.

Soranz destacou também a importância da vacinação. Segundo o secretário, os postos de saúde estão vazios para dose de reforço:

 

— Outro fator muito importante para essa decisão (da realização do carnaval) é a adesão do carioca à vacina. Quantas pessoas vacinadas teremos com a dose de reforço? Somos a cidade do país que mais vacinou, que mais tem reforço. Cerca de 30% da nossa população adulta tem dose de reforço. Será que a população vai continuar aderindo à dose de reforço? Os postos de saúde estão vazios neste momento para dose de reforço. Então, a gente precisa chamar a população — argumentou.

 

Após reunião com o comitê epidemiológico e autoridades sanitárias de Maricá, o prefeito Fabiano Horta anunciou nesta terça-feira que a programação oficial do carnaval está suspensa na cidade. A decisão foi informada por meio das redes sociais e deve-se aos riscos de aumento de casos da variante Ômicron no Rio de Janeiro. Vale ressaltar que Maricá, município da Região Metropolitana do Rio, não registrou casos suspeitos de Ômicron até o momento.

 

— A vida das pessoas segue sendo a maior prioridade — disse o prefeito.


FONTE:EXTRA 

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