RIO — As movimentações recentes no tabuleiro político do Rio de Janeiro vêm deixando a disputa pelo Senado no estado cada vez mais acirrada. Com apenas uma cadeira em disputa nas eleições de 2022, pré-candidatos tanto da esquerda quando da direita brigam por apoios dos mesmos palanques nacionais e estaduais.
Após o PT
fluminense anunciar que deve lançar o presidente da Assembleia Legislativa do
Rio (Alerj), André Ceciliano, para o Senado, abrindo caminho para selar a
aliança com o PSB em torno da chapa do deputado federal Marcelo Freixo (PSB), a
candidatura do deputado federal Alessandro Molon (PSB) ganhou um novo
obstáculo. A aliança entre os partidos poderá implicar em algum apoio dos
socialistas a Ceciliano.
Molon afirma que no momento a decisão do PT não muda nada em sua campanha. Ele diz que até julho ainda terão muitas conversas sobre os candidatos que efetivamente serão colocados na disputa e pretende procurar diversos partidos, inclusive o PT, para se colocar como o melhor candidato do campo progressista.
Para se
cacifar, ele usa a boa colocação na última pesquisa de intenção de votos para
senador e vem angariando apoio de personalidades famosas como Caetano Veloso e
Fernanda Montenegro, através de um abaixo-assinado para emplacar sua
candidatura.
— Acredito
que o bom senso vai prevalecer e o campo democrático vai convergir para a
candidatura que for mais viável. Atualmente, as três vagas do Rio no Senado são
de apoiadores de Bolsonaro e o mais importante no momento é derrotar o
bolsonarismo — defende Molon.
Segundo a
última pesquisa Quaest sobre a corrida ao Senado no Rio de Janeiro, feita em
outubro do ano passado, o senador Romário (PL) lidera as intenções de voto com
19%. Molon está segundo lugar, empatado com o ex-prefeito Marcelo Crivella
(Republicanos), com 12%.
Na sequência
aparecem a deputada federal Clarissa Garotinho (PROS), com 8%, o prefeito de
Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), com 6%; o deputado federal Otoni de
Paula (PSC), com 5%; e na lanterna André Ceciliano, com 2%.
No PT a
expectativa é que a candidatura de Ceciliano ganhe musculatura com sua inserção
ao lado de Lula na campanha. Recentemente o partido vinha também apostando no
apoio do PDT para seu candidato ao Senado.
Porém,
segundo publicou a colunista Malu Gaspar, o PSD de Eduardo Paes e o PDT de
estão perto de fechar um acordo para as eleições no estado, em torno dos
pré-candidatos ao governo dos dois partidos: o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo
Neves (PDT); e o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz (PSD). Um disputaria o
governo estadual e o outro, o Senado — quem concorrerá em qual posição será
definido mais tarde.
Líder nas
pesquisas, o senador Romário (PL) diz que trocou o Podemos pelo PL visando
justamente ter um partido maior para concorrer ao Senado na eleição que ele prevê
que será a mais difícil de sua carreira. Oficialmente, o ex-jogador de futebol
conta com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Cláudio
Castro (PL), seus colegas de partido.
Porém,
outros candidatos do campo conservador disputam esse mesmo apoio e apostam que
Castro fará palanques múltiplos — ou seja, em algumas agendas de campanha pode
pedir votos para Romário, e em outros eventos para outros aliados.
Correndo
atrás dessa aliança estão Washington Reis e Otoni de Paula, que está de saída
do PSC para se filiar ao PTB. Enquanto Reis aposta no voto da Baixada
Fluminense como atrativo principal do seu palanque, Otoni aposta no eleitorado
evangélico. No entanto, Romário é taxativo ao se colocar como único nome do PL:
— Estou há
12 anos na política e uma coisa que aprendi é que as pessoas têm o direito de
se colocar em posições para qualquer disputa. Mas o que foi tratado, apertado
na mão, olho no olho, é que eu sou o candidato do Castro e do PL — afirma o
senador.
Outro nome
forte para a disputa pelo Rio é o ex-prefeito Marcelo Crivella, que ficou
empatado numericamente com Molon na segunda colocação da pesquisa de intenção
de votos. Segundo publicou a colunista do Extra, Berenice Seara, o presidente
do Republicanos no Rio, o bispo Luís Carlos Gomes, vem insistindo para Crivella
se lançar a deputado federal como puxador de votos para a legenda emplacar mais
nomes em Brasília. Porém, o ex-prefeito não pretende abrir mão da disputa pelo
Senado.
Presidente
do PL no Rio de Janeiro, o deputado federal Altineu Côrtes (PL), diz que as
candidaturas ao Senado podem se pulverizar se as alianças locais, que tem ainda
compromissos com prefeitos e vereadores, não prosperarem.
— A gente
sabe que política é feita de alianças. Todos precisam de apoios de outros
partidos. Mas quando não há consensos é natural que diversos candidatos ao
Senado se coloquem buscando os mesmos votos e apoios — observa Côrtes.
FONTE:EXTRA
Nenhum comentário:
Postar um comentário