O Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde
Isolamento |
Pandemia trouxe à tona problemas emocionais que afetaram a saúde mental dos
brasileiros
Desde 2014,
acontece em todo início de ano a campanha Janeiro Branco, que visa trazer à luz
a necessidade dos cuidados com a saúde mental. Ela foi criada por um grupo de
psicólogos de Uberlândia (MG) e acontece neste período por as pessoas
entenderem que um novo ciclo se abre.
“No início
de ano, a gente tende a criar metas, refletir, analisar a nossa vida, então a
campanha é feita nessa época porque as pessoas normalmente sentem uma sensação
de novidade, de esperança. O nome é justamente Janeiro Branco por considerar
que o primeiro mês do ano é como uma ‘página em branco’, onde a pessoa pode
recomeçar, recriar, escrever uma nova história”, explicou o psicólogo João Luís
Bóvio.
Segundo
a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS), desde o início da pandemia do novo coronavírus, grande parte da
população vem sofrendo várias questões que afetaram e ainda atingem a saúde da
mente. E hoje, mesmo a vida voltando ao normal, ainda é preciso aprender a
lidar com tais questões.
Psicólogo |
João Luís Bóvio diz que terapia é importante para equilíbrio
“A pandemia
fez eclodir tudo aquilo que estava escondido. E, como passamos a conviver mais
com os nossos familiares e, principalmente, com nós mesmos, lidar com tudo isso
se tornou ainda mais difícil. Com isso, alguns conflitos surgiram, casais se
separaram, e muitas pessoas precisaram procurar apoio de um profissional.
Percebi que a partir disso aumentou significativamente a procura por ajuda
psicológica”, avaliou o psicólogo.
Dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que o Brasil é o segundo país das
Américas com maior número de pessoas depressivas. Além disso, o país possui
ainda maior prevalência de ansiedade no mundo.
“Eu percebo
no consultório que um dos principais problemas que atingem as pessoas é a
dificuldade em lidar com o erro. E parece que estão sempre em busca por uma
perfeição que não existe. Em geral, querem ser perfeitos na escola, no
trabalho, na vida amorosa, na vida profissional, enfim, na prática é
humanamente impossível. Por isso é tão importante um acompanhamento com um
profissional, para que o indivíduo possa se escutar, se conhecer e se
entender”, afirmou João Bóvio.
Outro fator
que preocupa, segundo o especialista, e que pode estar contribuindo para o
adoecimento emocional de muitas pessoas, é o mundo paralelo das redes sociais,
onde a vida do outro parece ser perfeita. Nesse universo superficial parece que
não há problemas, nem dificuldades no dia a dia e que todos estão sempre
felizes.
“Eu não vou demonizar as redes sociais, mas existe, sim, uma comparação com o outro a partir delas. As pessoas olham a vida do colega ou de algum artista e se comparam. A vida na Internet é aparentemente perfeita. Nas fotos, os corpos são sarados, as pessoas estão viajando, o relacionamento delas parece feliz e, enfim, a partir disso surgem vários questionamentos do tipo: por que minha vida está assim? A vida do outro é melhor!”, reflete o psicólogo.
Para
especialistas no assunto, nunca foi tão urgente cuidar da saúde mental por
esses fatores citados acima e entre outros. Mas eles destacam que ter uma mente
saudável também está ligado ao bem-estar físico, emocional, psicológico e
social de um indivíduo. E esse equilíbrio pode ser adquirido principalmente
através do autocuidado: fazendo terapia, praticando atividade física, mantendo
hábitos saudáveis.
FONTE:TERCEIRA
VIA
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