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29/01/2022

O INCRÍVEL PACTO DE SILÊNCIO DA MÍDIA NO CASO LEIFERT!

Apresentadores, diretores e a imprensa especializada sabiam o real motivo da saída do apresentador da Globo e não falaram nada

 

Tiago Leifert, Diana e Lua


Ninguém entendeu quando Tiago Leifert, no auge da dança de cadeiras dos mais importantes apresentadores da Globo, resolveu jogar a toalha. Quer dizer, quase ninguém.

 

Parte da imprensa especializada sabia o real motivo da saída dele. Eu sabia, e posso enumerar uns dez colegas de trabalho, diretores e apresentadores de TV que também sabiam. Há meses. Formou-se aí um pacto de silêncio.

 

Escalado para substituir às pressas o principal nome da casa, Faustão, (o que fez com maestria), comandante dos principais reality shows da Globo (BBB e The Voice), Leifert simplesmente anunciou que iria deixar a Globo no final do ano passado, sem maiores explicações. Foi um susto geral!

 

Em comunicado oficial enviado à imprensa, Leifert disse que já havia manifestado interesse em sair da emissora no ano passado e preferiu não renovar o contrato, embora deixava portas abertas para o futuro. Não deu detalhes. Falou em problemas pessoais.

 

Abriu espaço para todo tipo de especulação. Bagunçou tudo uma vez que Huck ainda não estava pronto para assumir os domingos e Mion fora contratado às pressas para ocupar espaço aos sábados.

 

Não demorou para o real e triste motivo chegar ao conhecimento dos mais próximos. Um câncer ocular, descoberto precocemente, na filhinha de um ano de Leifert e Diana Garbin, a linda Lua.

 

Lembro de ter sentido meus ossos congelarem ao ouvir a história. Chorei. Sou mãe, sempre me pego pensando como se fosse meu filho nessas situações.

 

Como se comanda um programa de TV, alegre, espontâneo, pra cima, com uma coisa dessas na cabeça? Que cabeça? A pessoa não tem cabeça mais para nada! Como se toca a vida com uma pancada dessas? O que fazer? Como ajudar? Nessas horas, o não atrapalhar me parece uma boa ajuda.

 

Esses foram alguns dos pensamentos que tive na hora. 'Em nenhum momento pensei: nossa, temos uma história!' 'Isso rende uma matéria!'

 

História? Que história? A história do sofrimento de um pai e uma mãe ? A história de um bebê que enfrenta sessões de quimioterapia? A história de um apresentador que largou tudo porque não consegue pensar em outra coisa que não seja a filha com câncer? A história de quem não quer revelar história nenhuma nesse momento de tanta dor e preocupação?

 

Sigo com os mesmos pensamentos de 2014, quando abri mão do 'furo' (notícia em primeira mão) do câncer de Carlos Nascimento após uma longa conversa com ele no telefone. Apurei a notícia, conversei com ele, e como colunista da Folha na época optei em não noticiar nada. Expliquei para a direção do jornal os meus motivos e eles entenderam.

 

Sabia que Suzana Vieira lutava contra uma leucemia muitos anos antes dela contar publicamente pela primeira vez. Com Caio Ribeiro também foi assim. Não seria diferente agora, com Tiago Leifert, Lua e Diana.

 

Vi colegas da TV com lágrimas nos olhos ao citar o drama de Leifert rapidamente, sem querer falar ou dar detalhes do que realmente estava acontecendo. Sim, as pessoas evitavam falar sobre isso, com medo de alguém ouvir e revelar sem a permissão dos envolvidos.

 

Poucas vezes vi a galera com o mesmo pensamento. Talvez o motivo seja que Leifert é famoso? Ele é querido? Ou seria por envolver uma criança tão pequena e um assunto tão delicado? Pode ser... Ou não.

 

Pra mim, não há 'furo' de reportagem quando a pessoa (famosa ou anônima) não quer revelar uma doença que provoca preocupação, medo, dor e perdas. Cada um tem seu tempo para falar sobre isso, se quiser falar.

 

Sim, se perde a 'notícia', a 'exclusividade'?  Se ganha a oportunidade de se colocar no lugar do outro, de não provocar mais sofrimento para quem já está no meio de uma grande batalha.

 

Fica aqui o meu carinho e o desejo de recuperação para Lua, e para a família Leifert. Um abraço também para os colegas de TV e os jornalistas, blogueiros, colunistas e babadeiros de plantão que mostraram que dentro um 'fofoqueiro' também pode bater um coração.


R7


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