Dados do painel da prefeitura do Rio mostram que a quantidade de casos confirmados de Covid-19 teve aumento nas últimas semanas
A Prefeitura
do Rio de Janeiro anunciou, nesta terça-feira (4), a decisão de cancelar o
carnaval de rua na capital pelo segundo ano consecutivo por conta da pandemia
da Covid-19.
A palavra
final partiu do prefeito Eduardo Paes (PSD), juntamente com o secretário de
Saúde, Daniel Soranz, em reunião com blocos e patrocinadores, na tarde desta
terça-feira (4).
— Acabei de
ter uma reunião com o pessoal dos blocos de rua e a gente comunicou a eles que
o carnaval de rua nos moldes que eram feitos até 2020 não acontecerá em 2022.
Infelizmente, e eu falo como prefeito que gosta do carnaval e como cidadão,
isso não será possível — afirmou Paes
Antes da
transmissão, Paes se reuniu com Rita Fernandes, presidente da Associação
Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro
da Cidade de São Sebastião (Sebastiana).
Dados do
painel da prefeitura do Rio mostram que a quantidade de casos confirmados de
Covid-19 na cidade teve um grande salto nas últimas semanas. Até agora, 21
pessoas diagnosticadas com coronavírus disseram ter começado a sentir sintomas
no dia 14 de dezembro. Já em 28 de dezembro, duas semanas depois, o número
salta para 458.
Mais cedo,
Rita Fernandes dissera que não há como fazer um plano B com relação aos
cortejos dos blocos:
— Plano B
para carnaval de rua não existe. Carnaval de rua é feito na rua. Bloco de rua
tem características muito próprias: a liberdade, o ir e vir sem precisar passar
por nenhum tipo de restrição, aproximação, contato físico, abraço, beijo. É
muito difícil imaginar com indicação de protocolos para que pessoas não se
aproximem. A gente só tem duas alternativas: pode fazer ou não pode fazer.
Qualquer outra proposta vai ser show, baile, evento fechado, mas não vai ser
carnaval de rua.
Nesta
segunda-feira, Paes admitiu ser “muito difícil” liberar o carnaval de rua
seguindo “o modelo tradicional”.
Em
entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo, o secretário municipal de Saúde,
Daniel Soranz, dissera que esse carnaval não vai poder ser igual.
— O carnaval
é uma festa muito importante para a cidade do Rio, mas mais importante é a
gente ter segurança sanitária para fazer. A gente já sabe que esse carnaval não
vai poder ser igual aos carnavais anteriores. A Ômicron se dissemina muito mais
rápido que as demais variantes. Tem um aumento de casos de Covid na cidade do
Rio e essa variante é muito mais transmissível. A gente precisa ver se esse
aumento de transmissão vai se manter ao longos dos próximos dias, se esse
aumento de transmissão também vai aumentar internações ou casos graves de
Covid. Coisa que a gente não está vendo nesse momento. A gente teve muitos dias
com zero óbito de Covid, somente 30 pessoas internadas. Então todas essas variáveis
com a nova variante vão precisar ser analisadas.
Soranz
destacou também a importância da vacinação. Segundo o secretário, os postos de
saúde estão vazios para dose de reforço:
— Outro
fator muito importante para essa decisão (da realização do carnaval) é a adesão
do carioca à vacina. Quantas pessoas vacinadas teremos com a dose de reforço?
Somos a cidade do país que mais vacinou, que mais tem reforço. Cerca de 30% da
nossa população adulta tem dose de reforço. Será que a população vai continuar
aderindo à dose de reforço? Os postos de saúde estão vazios neste momento para
dose de reforço. Então, a gente precisa chamar a população — argumentou.
Após reunião
com o comitê epidemiológico e autoridades sanitárias de Maricá, o prefeito
Fabiano Horta anunciou nesta terça-feira que a programação oficial do carnaval
está suspensa na cidade. A decisão foi informada por meio das redes sociais e
deve-se aos riscos de aumento de casos da variante Ômicron no Rio de Janeiro.
Vale ressaltar que Maricá, município da Região Metropolitana do Rio, não
registrou casos suspeitos de Ômicron até o momento.
— A vida das
pessoas segue sendo a maior prioridade — disse o prefeito.
com
informações do Extra.
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