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26/02/2022

ALUNAS DENUNCIAM ASSÉDIO DE PROFESSORES EM ESCOLA DO RJ

Nesta sexta-feira, dezenas de alunas do Carmela Dutra fizeram um protesto em frente à escola

 


A Polícia Civil quer ouvir as alunas do Instituto de Educação Carmela Dutra que acusam professores da instituição, em Madureira, na Zona Norte do Rio, de praticarem assédio sexual contra as adolescentes na escola.

 

O delegado titular da 29ª DP (Madureira), Neilson Nogueira, já marcou data e horário para receber as estudantes e ex-estudantes que afirmam ter sido vítimas. As informações são do Jornal O GLOBO.

 

Nesta sexta-feira, dezenas de alunas do Carmela Dutra fizeram um protesto em frente à escola. As manifestantes carregavam faixas com dizeres “nosso uniforme não é convite” e “a escola é pública, meu corpo não”.

 

No colégio, que forma professores, as alunas usam o tradicional uniforme de normalista, com saia e meias três quartos. Um dia antes, um dos professores denunciados foi afastado pela Secretaria de Educação do estado, que afirma ter instaurado um processo administrativo para investigar os casos.

 

A mãe de uma aluna de 15 anos, que entrou na escola no último dia 7, no 1º ano do Ensino Médio, contou que percebeu que havia algo estranho quando a filha chegou em casa preocupada contando que uma professora, logo na primeira semana de aula, havia dado conselhos para as meninas.

 

Segundo relato que a mãe ouviu da filha, a professora disse que era para elas terem cuidado com o comportamento, para não darem “trela” e evitarem ficar a sós com professores nas salas ou em situações que fossem “desfavoráveis”.

 

– Ela é muito antiga, trabalha lá há mais de 15 anos, e não se sente com poder suficiente para tomar alguma atitude, mas também não se conforma com a situação – cogita.

 

Em menos de um mês, depois de ouvir tantos relatos, já pensa em trocar a filha de escola:

 

– Não mudou o sistema. A pessoa que teve que se mudar. Eu estava dando o benefício da dúvida mas, para minha tristeza, depois que começou o movimento das meninas, vi várias pessoas nas redes sociais que estudaram lá no passado contando que o assédio já acontecia, com os mesmos professores.

 

Na quinta-feira, a comunidade escolar foi chamada para uma reunião com o diretor do Carmela Dutra, Antônio Futuro. Segundo as estudantes, ele tratou de outros assuntos e só avia convidado as representantes de turma.

 

Por isso, todas se reuniram em protesto e reivindicaram que a pauta era o assédio e não outros temas levantados pelo diretor, como fila na merenda, por exemplo. Elas fizeram um protesto dentro da escola, gritando palavras de ordem contra os assediadores e pedindo a saída dos mesmos do colégio.

 

Essa reunião com a direção foi considerada uma tentativa de enfraquecer a manifestação. Pouco depois, a página oficial da instituição no Instagram postou imagens do encontro com a seguinte legenda:

 

“Hoje foi dia da Direção dialogar com os alunos, foi uma conversa muito produtiva. Foram esclarecidas dúvidas, problemas foram resolvidos. Que bom contar com essa parceria. Alunos, Direção, responsáveis… Nossos alunos tem voz, todos eles são ouvidos e foi por isso que convocamos a reunião de hoje. Contamos com vocês para uma escola justa, democrática e acima de tudo compreensiva”.

 

Nas respostas à publicação, surgiram dezenas de reclamações e questionamentos de pais e alunos.

 

A reportagem recebeu relatos de outras alunas que contam de forma mais detalhada situações em que se sentiram assediadas ou desconfortáveis com o comportamento dos professores.

 

– Antes da pandemia começar, eu tive um problema com um deles. Eu estava tirando uma dúvida com ele e simplesmente senti sua mão na minha cintura e vi a outra segurando “as calças”. Fui chegando para o lado para me afastar e disse que depois mostraria para ele, que ia corrigir algumas coisas. Ele disse que não precisava e ficou mexendo na “calça” o tempo inteiro que eu estava lá. Eu fiquei super desconfortável no dia – conta uma menina.

 

A mesma aluna viveu outra situação: 


– Outro caso foi esse ano. Eu tenho o costume de escrever no quadro para um desses professores e, como na minha sala o quadro é alto, eu subia na cadeira – mesmo assim segurando a saia na parte de trás para também não levantar. Olhei para trás e estava todo mundo copiando, olhei para o lado e ele estava tentando enxergar por baixo dela (da saia). Teve uma hora que ele falou algo como se estivesse rindo e tocou na minha mão fazendo um gesto para eu abaixar a mão.

 

As meninas relatam ter observado o professor mexer no pênis na presença delas. Uma delas relata uma situação:

 

– Esse mesmo professor que assediou a menina ajeitou o pênis e fechou o zíper no meio da aula, na frente da gente. Na hora eu até comentei com umas meninas que estavam perto, de como foi desrespeitoso.

 

Outra estudante conta o que viu ocorrer com uma amiga.

 

– O professor colocou a mão entre o braço e o peito da minha amiga e eu e as outras colegas de turma não tivemos reação. Ele olhou pros peitos dela, pegou no braço e disse: “você tem uma energia espiritual tão bonita que chama atenção”. E eu desde o primeiro dia, fiquei com muito medo de chegar perto dele.

 

FONTE:PORTAL VIU

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