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06/03/2022

Petrópolis-RJ tem mais de 400 profissionais de enfermagem em situação de vulnerabilidade

Levantamento foi feito pelo Conselho Federal de Enfermagem após as chuvas

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, recebem atendimento de Saúde mental

Jaqueline Ribeiro – Especial para o Diário

Levantamento feito pelos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem (Cofen e Coren-RJ) após as chuvas do dia 15 do mês passado aponta que cerca de 10% dos profissionais da área que vivem em Petrópolis está em situação de vulnerabilidade social. Fundamentais para os atendimentos durante a pandemia de covid-19, no cuidado de pacientes que precisam de hospitalização,  e ainda em atendimentos de emergência ou mesmo para o acompanhamento a doenças crônicas, cerca de 400 enfermeiros, técnicos ou auxiliares de enfermagem também precisam de ajuda. O levantamento foi feito após as chuvas que atingiram a cidade. 

“Temos na cidade cerca de quatro mil profissionais cadastrados junto ao Conselho e destes, mais de 400 profissionais residem em áreas de risco e estão em situação de vulnerabilidade social. Este levantamento foi feito em função das chuvas, por meio de um cadastro para mapear quantos profissionais foram afetados pela tragédia”, explica Eduardo Fernando de Souza, coordenador da equipe de Resposta Rápida do Conselho Federal de Enfermagem, que durante 17 dias manteve uma estrutura de atendimento na cidade. 

Equipe de Resposta Rápida

A equipe de Resposta Rápida chegou à cidade no dia 17/2 e manteve uma estrutura na Praça 14 Bis, no Centro, para atendimento aos profissionais de Saúde que de alguma forma foram afetados pelas chuvas.

“A equipe de resposta rápida, já atuou na Bahia, em Minas Gerais e agora veio para Petrópolis. Inicialmente fizemos um levantamento e verificamos o suporte que seria necessário aos profissionais de enfermagem. A estrutura física, com a carreta, começou a funciona no dia 17/2 e ficou na cidade até a última sexta-feira (4/3). É um trabalho importante para os profissionais, que já vinham se dedicando ao longo da pandemia e agora foram impactados por essa tragédia - um suporte que trazemos para auxiliar a rede de saúde e os petropolitanos. Além de oferecermos apoio ao profissional de enfermagem ser vítima da tragédia, nós temos que manter a saúde do município, dos hospitais e de toda rede de saúde funcionando. Nosso trabalho é acolher e atender esses profissionais de maneira adequada, porque se isso não for feito, a gente diminui a capacidade de assistência na cidade, e é um momento em que a população precisa ainda mais destes profissionais”, explica.

Durante os 17 dias que a estrutura permaneceu montada na área central da cidade, 200 profissionais de enfermagem foram atendidos e três toneladas de doações foram distribuídas, entre alimentos não perecíveis, kits de higiene pessoal, kits de limpeza, colchões e roupas.

Em uma estrutura do Coren-RJ, profissionais conseguiram retirar suas documentações. “Aqui eles tiraram gratuitamente toda documentação que haviam perdido. Quem foi acometido pela enchente está isento da anuidade de 2022 e quem pagou vai ser reembolsado. Aqueles que tinham dívidas, também puderam fazer parcelamento. É uma forma de deixarmos estes profissionais tranquilos para poderem exercer suas funções”, destaca, lembrando que os profissionais também receberam atendimento de saúde mental.

Atendimento de Saúde mental continua na subseção do Coren em Petrópolis

O coordenador explica que  também foi trazido para o Petrópolis o Programa Enfermagem Solidária. O programa vem funcionando desde 2020 por conta da pandemia de covid-19, e ofereceu em Petrópolis suporte psicológico para os profissionais acometidos pela tragédia.

“É um programa que vem funcionando desde a pandemia em 2020 – tem premiação internacional - e neste momento veio para ajudar os profissionais que foram acometidos psicologicamente pela tragédia em Petrópolis. Temos aqui duas especialistas, que são professoras doutoras, com expertise nesta parte de acolhimento de saúde mental aos profissionais que sofreram esse estresse pós-traumático”, explica Eduardo Fernando de Souza.

Com a desmobilização da estrutura da carreta, os atendimentos psicológicos seguirão sendo realizados na subseção do Coren em Petrópolis, que funciona no Shopping D. Pedro II, sala 906.

“Esse trabalho voltado para a saúde mental dos profissionais não vai parar. Nossa estrutura de carreta hospital está sendo desmobilizada, mas, os profissionais continuarão recebendo este suporte, com atendimento na sede da subseção do Coren-RJ de Petrópolis”, pontua. A subseção do Coren fica na Rua do Imperador 288 - Shopping Pedro II - sala 905.

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