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24/04/2022

A CINCO MESES DAS ELEIÇÕES, PIORA A IMAGEM DO CONGRESSO

 A rejeição é de quase a metade (48%) do eleitorado.

 

Foto: Câmara dos Deputados/Reprodução.

 

Há 540 parlamentares federais nas ruas à caça de votos, em todo o país. Nove de cada dez são deputados, quase todos tentando renovar mandato em Brasília.

A constatação predominante, entre eles, é a de que ficou mais difícil conquistar um voto num eleitorado preocupado essencialmente com a insegurança econômica, pessoal e familiar, provocada pelo desemprego e pela corrosão da renda — a inflação subiu 10,3% nos últimos 12 meses, na média nacional.

Em 12 dos 27 Estados do Norte e do Nordeste o número de adultos dependentes do auxílio financeiro estatal (de R$ 400 por mês) supera a população com contrato de trabalho registrado.

No Maranhão, por exemplo, o contingente dos que recebem o Auxílio Brasil (1,1 milhão) é 48% maior que o total de pessoas com emprego formal (529,2 mil).

Os relatos dos parlamentares indicam que o resultado mais frequente tem sido a frieza na recepção aos candidatos, pontuada pelo renovado pragmatismo nos pedidos de ajuda econômica.

Não há registro de episódios de hostilidades. Porém, mesmo os políticos com histórico de boa votação nas periferias de cidades como São Paulo confessam alívio quando terminam uma visita eleitoral sem vaias.

A crítica ao trabalho parlamentar ganha contornos mais definidos nas pesquisas sobre a imagem pública do Congresso.

Uma delas, divulgada ontem pelo instituto Ipespe, mostra que 48% dos eleitores reprovam o vem sendo feito na Câmara e no Senado.

O nível de rejeição nos últimos 15 meses aumentou (oito pontos percentuais) em relação ao patamar de 2020.

O paradoxo é que, nunca antes o Congresso teve tanto dinheiro à disposição dos parlamentares candidatos à reeleição.

Deputados e senadores aprovaram um fundo bilionário (R$ 4,9 bilhões) de financiamento de campanha. Isso representou  um aumento de 190% em relação ao volume de dinheiro destinado à eleição municipal de 2020. Em contraste, deram um reajuste de apenas 10% para o salário mínimo.

Governistas e parte da oposição, além disso, dividiram os frutos de uma inédita derrama de verbas federais (cerca de R$ 30 bilhões), via emendas sem transparência nos orçamentos deste ano e do ano passado.

Parlamentares em busca da reeleição ainda têm até outubro para descobrir o que fizeram de errado para merecer essa persistente rejeição de quase metade do eleitorado, desde o início do ano passado. Não vale culpar os eleitores.


Fonte: Veja

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