18 mil agricultores do Norte e Noroeste Fluminense serão beneficiados.
A Comissão
Especial da Câmara dos Deputados aprovou, em caráter conclusivo, o Projeto de
Lei 1440/19, que cria um fundo para financiar investimentos em atividades
produtivas em 22 municípios do Norte e Noroeste do estado do Rio de Janeiro que
são atingidos pela seca. A proposta seguirá para o Senado, caso não haja
recurso para votação no Plenário.
O texto
aprovado é o substitutivo do deputado Felício Laterça (PP-RJ), que restringe os
recursos do fundo a entidades de direito privado, sob a forma de contribuições,
doações ou financiamentos. Em outra mudança no texto, o relator estendeu o
pagamento do benefício Garantia Safra aos agricultores familiares dos
municípios do Norte e Noroeste fluminense, sem que haja ônus adicional para a
União.
Laterça
estima que 18 mil agricultores familiares possam ser beneficiados pelo Garantia
Safra no Norte e Noroeste Fluminense. “O pagamento do benefício na ocorrência
de eventos climáticos extremos proporcionará condições mínimas de vida para
parcela tão vulnerável da população, garantindo sua permanência no campo e a
produção de alimentos de qualidade”, avaliou o Deputado.
O relator
observa que o programa tem um teto para beneficiar até 1,35 milhão de
agricultores por ano. Atualmente, menos de 950 mil solicitaram os recursos.
Quais são os municípios beneficiados?
O
substitutivo classifica como área de semiárido 22 municípios do Norte e
Noroeste do Estado: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Campos dos
Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição do Macabu, Italva, Itaocara,
Itaperuna, Laje do Muriaé, Macaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Quissamã,
Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana, São José de
Ubá, São João da Barra e Varre-Sai.
Pouca chuva
O deputado
destaca que cidades da região apresentaram recentemente índices pluviométricos
inferiores a outros municípios que pertencem à área de atuação da Sudene.
Felício
Laterça ainda observa que as chuvas se tornaram imprevisíveis. “Neste ano, por
exemplo, registraram-se nada menos de 40 dias de seca em janeiro e fevereiro,
justamente o período que deveria ser mais chuvoso, tendo chovido apenas 5
milímetros em janeiro.”
O deputado
Otoni de Paula (MDB-RJ) lembrou que boa parte dos produtos agrícolas consumidos
no Rio de Janeiro não é produzida no estado por causa de problemas como a seca.
“Nós temos um Sertão fluminense e precisamos que o Estado brasileiro reconheça
isso para o bem daqueles que vivem da agricultura, já tão combalidada no estado
do Rio de Janeiro”, comentou.
Cana-de-açúcar
A presidente
da comissão, deputada Clarissa Garotinho (Pros-RJ), comemorou a aprovação do
projeto. “Só quem vive numa região onde as condições se tornaram tão adversas
sabe das dificuldades que os setores produtivos enfrentam para seus projetos.
Na região canavieira do Norte e Nordeste Fluminense chove menos do que na
região canavieira do Nordeste brasileiro”, comparou.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cultivo da cana-de-açúcar na região recuou de mais de 184 mil hectares plantados, no início da década de 1990, para 44,5 mil hectares em 2019.
*Fonte: Agência
Câmara
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