Sete mortes, de uma mãe e seis filhos, foram confirmadas pela Prefeitura de Paraty
Quatorze
pessoas morreram em decorrência da tempestade que atinge diferentes regiões do
estado do Rio de Janeiro desde a noite de quinta-feira. Sete mortes, de uma mãe
e seis filhos, foram confirmadas pela Prefeitura de Paraty. Foram confirmadas
ainda cinco mortes em Angra dos Reis, também no Sul Fluminense, e uma em
Mesquita, na Baixada.
Na região da
Costa Verde, ainda há desaparecidos. Em Angra, são nove: cinco em Monsuaba e
quatro na Ilha Grande.
Num
desabamento por volta das 6h30 em Paraty, na Costa Verde, morreram a mãe,
identificada como Lucimar, e seis filhos: João, 2 anos, Estevão, 5 anos,
Yasmim, 8 anos, Jasmin, 10 anos, Luciano, 15 anos. e Lucimara, 17. A casa onde
eles estavam é uma das sete atingidas, no bairro de Ponta Negra, em decorrência
da forte chuva que atinge a região desde quinta-feira.
Um menino de
9 anos, da família dos mortos, sobreviveu e foi encaminhada para o hospital de
Praia Brava. As informações foram confirmadas pela Prefeitura de Paraty. Há
outras quatro pessoas feridas, de outras famílias, mas sem gravidade. Equipes
dos Bombeiros e da Defesa Civil estão no local apoiando as ações de resgate.
No bairro
Monsuaba, onde foram registrados 655 mm de chuva em 48 horas, foram encontradas
três crianças e três adultos mortos. Segundo a Prefeitura de Angra, cinco das
vítimas aparentam 4, 9, 11, 35 e 60 anos. Além disso, cinco pessoas ainda estão
desaparecidas, de acordo com os relatos de parentes.
Seis
residências foram atingidas por deslizamentos de terra no local. Os trabalhos
de buscas vão continuar durante toda a noite, com o auxílio de refletores que
serão instalados pelo município. Pela manhã, logo após o deslizamento, a Defesa
Civil foi acionada e cinco pessoas foram resgatadas – três pelos bombeiros e
duas pelo SAMU. Todas foram levadas ao Hospital de Japuíba.
A Prefeitura
de Angra dos Reis decretou estado de emergência em função do volume histórico
de chuva registrado em 48 horas. O recorde foi de 809mm em Araçatiba, na Ilha
Grande, e 694mm no bairro da Monsuaba, no continente.
— Foram as
chuvas mais fortes da história do município de Angra dos Reis — diz o prefeito
Fernando Jordão. — Elas tiveram uma persistência muito forte na área de Ilha
Grande, especialmente sobre Praia Vermelha e região. Também tivemos muita chuva
em Monsuaba. As buscas pelos desparecidos vão continuar durante a madrugada. Há
preocupação com novos deslizamentos, já que ainda chove. Os moradores devem
ficar atento às sirenes para, se necessário, se protegerem nos abrigos. 3,
Na Ilha
Grande, os bombeiros estão trabalhando em busca de quatro vítimas na região da
Praia Vermelha. Segundo moradores, um pai e dois filhos estão desaparecidos na
Praia de Itaguaçu, que foi soterrada. O local é de difícil acesso, só é
possível chegar pelo mar. Segundo a prefeitura, as comunidades mais afetadas na
Ilha Grande foram as de Araçatiba, Vermelha, Provetá e Aventureiro.
Na Praia
Vermelha e no Provetá ocorreram deslizamentos de terra e blocos de pedra. Houve
registro de deslizamento também no Aventureiro e na Vila do Abraão. Os
moradores do Abraão que precisaram deixar suas casas estão seguindo para a Casa
de Cultura e para a sede do Parque Estadual da Ilha Grande.
Em Paraty,
de acordo com a prefeitura, 22 bairros foram atingidos por alagamentos e outras
ocorrências ligadas às chuvas. São 71 famílias desalojadas até o momento. Desde
quinta-feira, foram registrados mais de 300 mm de chuva. Cerca de 60 moradores
dos bairros Condado, Patrimônio e Ilha das Cobras estão desalojados e foram
para abrigos. Já em Angra dos Reis, 15 pessoas estão em abrigos.
Na Baixada
Fluminense, na Região Metropolitana do Rio, Daniel Ribeiro, de 38 anos, morreu
devido ao temporal no município de Mesquita. O Corpo de Bombeiros informou que
foi por volta da meia-noite e meia. A Defesa Civil informou ao G1 que a causa
da morte teria sido uma descarga elétrica no Centro. Ainda de acordo com o
portal, o homem estava tentando salvar uma pessoa quando acabou levando uma
descarga elétrica em um poste de iluminação.
Os
municípios da Baixada estão ainda com as ruas completamente alagadas e a água
chegou a entrar na casa de moradores. Em Belford Roxo, 300 pessoas ficaram
desalojadas. Em Nova Iguaçu a situação não foi diferente. Carros chegaram a
cair dentro de um canal devido ao volume das chuvas.
A prefeitura
de Belford Roxo informou que houve deslizamentos nos bairros Shangrilá e Santa
Maria. Na Vila Pauline foram registrados dois desabamentos, mas sem vítimas. O
município teve 180 pontos de alagamento e choveu 228 milímetros em apenas duas
horas.
Também em
Nova Iguaçu, a água chegou a entrar nos corredores do Hospital Estadual Dr
Ricardo Cruz (HERCruz), em Nova Iguaçu. A Secretaria de Estado de Saúde (SES)
informou que não houve danos aos pacientes e nem a equipamentos no local e que
equipes da unidade do hospital já estão retirando a água e limpando o local.
Nenhum paciente precisou ser transferido até o momento.
A cidade do
Rio está em estágio de atenção desde 9h25. Sem previsão de obras que minimizem
os impactos dos temporais na cidade, a prioridade da prefeitura para enfrentar
a situação tem sido a interdição de vias com histórico de alagamento para
evitar que motoristas e pedestres sejam pegos de surpresa e fiquem ilhados. Foi
o que explicou o prefeito Eduardo Paes em entrevista ao GLOBO no Centro de
Operações:
– Ontem, na
rua Jardim Botânico, por exemplo, a altura da água chegou a 1,10 metro. E
podemos diminuir os impactos fechando a via com antecedência, o que evitou que
as pessoas ficassem engarrafadas com os carros cheio d’água. Houve o
alagamento, mas não teve nenhum outro transtorno em consequência disso.
Do outro
lado do litoral fluminense, em Maricá, na Região dos Lagos, uma cratera se
abriu e que parte da estrutura da ponte da Mumbuca, cedeu por causa das fortes
chuvas. Segundo a prefeitura, agentes municipais orientam os motoristas no
local sobre os desvios de tráfego e um engenheiro avalia a condição do local.
A Defesa
Civil do município registrou, até o momento, 217 ocorrências em 19 bairros,
sendo 14 casos de deslizamentos e as regiões mais atingidas foram os bairros do
Condado, Centro e Itapeba. Entre Saquarema e Maricá, uma barreira caiu e
interrompeu totalmente o tráfego na altura do km 48 da RJ-106. O Departamento
de Estradas de Rodagem (DER-RJ) informou que equipes já se estão no local
trabalhando na desobstrução.
Até o início
da tarde deste sábado, os bombeiros receberam mais de 700 chamados em todo o
estado do Rio de Janeiro por ameaças de desabamento, deslizamento e alagamento.
As
informações são do Extra.
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