Inquérito foi aberto por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) em investigação sobre tráfico de influência
O
ex-ministro da Educação Milton Ribeiro prestou depoimento nesta quinta-feira
(31) à Polícia Federal. Falou no âmbito do inquérito que investiga tráfico de
influência e suspeita de corrupção no MEC. O depoimento foi discreto.
Aos
policiais, ele confirmou que recebia os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura
a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações foram obtidas pela
CNN junto a fontes que estão a par das apurações.
No dia 22,
em entrevista à CNN, Milton Ribeiro já havia dito que não favoreceu pastores na
distribuição de verbas da pasta. Em áudios atribuídos a Ribeiro, revelados pelo
jornal “Folha de S. Paulo”, ele afirma ter atendido a um “pedido especial” do
presidente Bolsonaro para que a liberação de verbas da pasta fosse direcionada
para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores
evangélicos que não possuem cargos no governo federal.
Para a PF,
Ribeiro repetiu que não deu tratamento privilegiado aos dois pastores e
reafirmou que semanalmente recebia inúmeras pessoas. Essa era uma das
atribuições do cargo político que ocupava.
O inquérito
foi aberto por ordem do Supremo Tribunal Federal. Nesta quinta-feira, Ribeiro
era esperado para depor na Comissão de Educação do Senado, mas não compareceu.
Outro lado
O advogado
do ex-ministro, o criminalista Luiz Carlos da Silva Neto, disse à CNN que
Ribeiro pediu para se manifestar e que confirmou ter atendido a um pedido do
presidente para receber os pastores. Alegou ainda que o presidente nunca
perguntou a ele se seu pleito havia sido atendido. Conforme o defensor, o
ministro se sentiu envergonhado por ter de prestar depoimento, que estava
disposto a colaborar com as investigações e que negou cometido qualquer ato de
corrupção.
PORTAL VIU
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