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03/04/2022

ROYALTIES AUMENTAM E VOLTAM A IRRIGAR OS COFRES DA PREFEITURA CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ

Wladimir Garotinho tem a possibilidade de reorganizar as contas do município, pagar as dívidas e voltar a investir

 


Os novos milhares de reais que têm chegado aos cofres da Prefeitura de Campos em decorrência dos repasses dos royalties de petróleo e participações especiais em um momento favorável de mercado para arrecadação estão sendo empregados “para garantir melhor qualidade de vida da população”, segundo a Prefeitura de Campos. Desde 2021, os repasses são superiores aos valores pagos entre 2017 e 2020. Em 2022, a previsão é de que a alta se mantenha até junho, pelo menos. Os motivos são: a alta do preço do petróleo pelo aumento da demanda de mercado e a baixa produção do produto na Rússia, país que está em guerra com a Ucrânia desde fevereiro e refletindo em impactos econômicos ao redor do mundo, segundo o analista Wellington de Abreu.

 

A Secretaria de Petróleo, Energia e Inovação de Campos divulgou que, como os repasses dos royalties no ano de 2021 e início de 2022 tiveram como base um brent médio anual de 65 dólares por barril de petróleo (US$ 65/bbl), e para os próximos meses de 2022 estima-se que este valor oscile na casa dos 100 dólares por barril (US$ 100/bbl). “As expectativas são de alta nos repasses dos royalties, se compararmos com os meses de 2021. Mas alertamos sobre a importância de se considerar também o cenário geopolítico atual, que torna muito complexa qualquer tipo de análise em médio e, principalmente, longo prazo”, disse, em nota, a Prefeitura de Campos.

 

De acordo com a secretaria, a partilha dos royalties é regulamentada por lei e há obrigatoriedade de aplicação de parte dos recursos na saúde e na educação. A Secretaria Municipal de Saúde informou que já vem investindo na qualidade do atendimento à população e destaca a reestruturação da Atenção Básica de Saúde, com reabertura de Unidades Básicas de Saúde (UBS); as obras estruturais já realizadas no Hospital Ferreira Machado (HFM) e no Hospital Geral de Guarus. “Esses trabalhos possibilitaram inclusive a retirada de pacientes do corredor do HFM. Também foram realizados cerca de 45 mil procedimentos, entre cirurgias e exames na primeira etapa do Mutirão da Saúde. E, semana passada, foi iniciada a segunda etapa, com a liberação de 6 mil exames de alta complexidade, que estavam represados no sistema. Outros mutirões serão realizados para zerar a fila de espera, como, por exemplo, na área ortopédica. Os recursos estão sendo empregados para garantir melhor qualidade de vida da população”, informou a Prefeitura, em nota.

 

Cléber Glória |Gestor comemora acordo para pagamento de dívidas a hospitais


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Em paralelo às informações cedidas pela Prefeitura, o Jornal Terceira Via apurou que o Município está pagando as dívidas de prestação de serviços acumuladas desde 2015 aos hospitais filantrópicos. O médico e gestor hospitalar, Cléber Glória, que representa a presidência do Sindicato dos Hospitais Filantrópicos do Norte Fluminense, detalhou que a dívida pública chega a R$ 50 milhões. “É importante destacar que esses serviços já foram prestados e os hospitais não receberam por eles. A dívida está sendo auditada e pode aumentar. Acabamos de acordar com a Prefeitura o pagamento destes valores e foi definido o parcelamento deste montante em 32 vezes, ou seja, até dezembro de 2024, fim do primeiro mandato do prefeito Wladimir Garotinho”, revela.

 

A expectativa do sindicato é de que a primeira parcela seja paga no início do mês de abril. Cléber está otimista com o acordo. “Acredito que será cumprido, sim. Tivemos uma série de reuniões com representantes destes hospitais junto com o secretário de saúde, Paulo Hirano, e com o vice-prefeito de Campos, Frederico Paes. Esses representantes públicos conhecem a dinâmica da saúde e dos convênios hospitalares e foram sensíveis. A saúde de Campos entraria em colapso se não fossem os convênios com os hospitais privados e filantrópicos que representam cerca de 60% do atendimento médico hospitalar da região.

 

Cléber também comemora o fato de os repasses atuais desde janeiro de 2021 estarem em dia. “Eu vislumbro que é a primeira vez que um governo acena pelo pagamento de uma dívida pretérita. Nunca vi isso. Trabalho com gestão hospitalar há cerca de 10 anos e nunca vi isto. Atribuo neste momento a um conjunto: a sensibilidade do prefeito por entender que a saúde é emergencial e prioridade somada ao fato do vice-prefeito Frederico Paes ter experiência de gestão hospitalar. A soma desse alinhamento de ideias é o que tem trazido resultados”, afirma.

 

Unificação |Hospitais filantrópicos compõem oficialmente a rede de saúde pública


Rede Campos de Saúde Pública


Cléber destaca a criação da “Rede Campos de Saúde Pública”. “Isso nada mais é do que a unificação da rede pública própria com a filantrópica. Com os repasses atuais sendo feitos em dia, estamos ampliando a oferta de saúde à população. Na Santa Casa, por exemplo, os atendimentos aumentaram em torno de 30%”.

 

Aplicação


Além do pagamento da dívida com a saúde, a Prefeitura tem quitado dívidas de férias atrasadas do funcionalismo público e equiparando o piso salarial dos professores ao nacional. Serão beneficiados mais de três mil professores da ativa e mil aposentados e pensionistas que hoje estão inativos pela regra de paridade e que ainda não recebem o piso nacional. Em alguns casos, o aumento no salário devido a equiparação chegará a 50%.

 

Outros recursos em cofre


Além dos valores injetados pela Indústria do Petróleo, o Município de Campos tem recebido altos recursos dos Governos Federal e do Estado do Rio de Janeiro, que estão sendo destinados a reforma do Hospital Geral de Guarus (HGG), reestruturação de bairros, reforma de estradas, recapeamento, sinalização e obras de mobilidade nas ruas, além de reforma da ciclovia Patesko.

 

Avaliação de economista


O economista Ranulfo Vidigal afirma que a indenização do petróleo é um recurso instável. “Há previsão de que até junho tenhamos novos aumentos. Mas se olharmos além de junho, não tenho o mesmo otimismo, porque a moeda Real está se valorizando muito frente ao dólar, que chegou a 4,75. Outro motivo é que a produção da Bacia de Campos continua em queda; o terceiro motivo é que a recessão internacional com a guerra da Ucrânia será fator de desaceleração dos níveis econômicos”, afirma.

 

Para o economista, a melhor aplicação desse recurso é na recuperação da infraestrutura logística, ambiental e social da cidade. “As prefeituras têm que aproveitar a bonança e investir nas infraestruturas. Isto permite que o setor privado de cada cidade, que é quem gera riqueza, aproveite-se para gerar renda, riqueza e circulação na sociedade. A reestruturação do sistema de transporte também é necessária, pois está sendo um fator inibidor da economia, porque o funcionário não consegue chegar ao trabalho”.

 

Outra sugestão do economista é o investimento na área social. Para ele, se a Prefeitura incrementasse um programa de renda mínima emergencial, ajudaria na assistência social da cidade. “Porque temos 34 mil famílias na chamada linha da pobreza extrema, o que não é culpa do governo atual, mas de uma conjuntura social e econômica aprofundada pela pandemia. Outra sugestão é que a Prefeitura de Campos institua o seu fundo específico a exemplo de Maricá e Niterói. Não precisa ser em grande escala porque temos demandas urgentes, mas estamos em um bom momento para isso”, finalizou.

 


FONTE:TERCEIRA VIA

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