Foto: Givaldo Alves – Reprodução.
Morador de
rua de Brasília que abusou sexualmente de uma mulher psiquicamente vulnerável e
que, exatamente por ter feito isto, virou celebridade e passou a ser badalado
pela chamada mídia, na verdade é um criminoso com oito anos de prisão e muitos
crimes cometidos, inclusive sequestro de uma mulher. Mas as redes sociais lhe
presentearam com pelo menos dois meses de fama e inocência.
História
Há cerca de
dois meses, Givaldo Alvez ficou conhecido por ser o morador de rua que teve
relações sexuais, supostamente consentidas, com Sandra Mara, quando ela estaria
passando por crise psíquica, e logo depois, ser espancado pelo marido dela,
Eduardo Alves.
Desde então, o ex-sem-teto ganhou status de
celebridade. Passou a ser adulado pela classe média que curte figuras exóticas,
virou fonte de selfies e até de abordagens sensuais, incensadas pela imprensa
dita profissional, inclusive durante o desfile das escolas de samba no Rio de
Janeiro.
Claro que
ele nunca falou muito sobre o seu passado, e é mais claro ainda que os
jornalistas ditos profissionais não tentaram descobrir quem ele era, de fato.
Não descobriram, portanto, que o sem teto celebridade e cobiçado sexualmente
passou oito anos preso por furto qualificado e extorsão mediante sequestro,
como revelou, só agora, o jornal Estado de Minas.
Segundo o
veículo, os crimes aconteceram em 2001 e 2004, respectivamente. O primeiro,
quando Givaldo e uma ou mais pessoas furtaram um bem da vítima, utilizando uma
chave falsa. Ele só foi condenado em 2005, quando já cumpria seu período na
prisão pelo segundo crime.
Em 2004,
Alves teria invadido uma casa com mais duas pessoas, todos armados, quando
sequestraram uma mulher, exigindo seu resgate. Ele foi o responsável por buscar
o valor em troca da liberdade da vítima e foi preso em flagrante, por
consequência.
Givaldo foi
condenado a passar 17 anos de reclusão em regime fechado e, enquanto cumpria
essa pena, foi condenado pelo furto de 2001, adicionando mais dois anos de
prisão, em regime inicial aberto, ao total. Além disso, ele também teve que
pagar uma multa por 10 dias pelo furto.
Anos mais
tarde, em 2013, o baiano pediu uma revisão de sua pena e conseguiu reduzi-la,
quando foi constatado que ele agiu com mais dois comparsas no sequestro, o que
configurou a forma simples do crime. Desta forma, ele já teria cumprido com
todo o seu tempo de prisão e foi liberado.
Um detalhe
chama a atenção no alvará de soltura de Givaldo, emitido pelo Tribunal de
Justiça de São Paulo, na 5ª Vara Criminal de Barra Funda: no documento constam
três registros gerais (RG) diferentes para Alves.
Isso em
2013, sem contar com seu documento mais atual, que o registra como Givaldo
Alves de Souza, nascido em Pilão Arcado, Bahia. A dificuldade de encontrar os
documentos referentes às condenações de Givaldo teriam se dado, portanto, pelos
quatro registros diferentes relacionados a ele. *Com informações das Agências
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