André
Ceciliano anunciou que vai se reunir com o Ministério Público e que estuda propor
uma CPI. Empresários criticam desde a oscilação de tensão até a falta de poda
de árvores O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
(Alerj), deputado André Ceciliano (PT), pressionou representantes da Enel,
empresa concessionária de fornecimento de energia que atende o Noroeste
Fluminense, a promover melhorias no atendimento ao setor industrial da região.
Em evento realizado pelo Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Rio,
em Itaperuna, nesta sexta-feira (20/05), para falar sobre as perspectivas de
desenvolvimento após a criação do Fundo Soberano, empresários locais
denunciaram cortes irregulares, oscilações no fornecimento de energia e até
mesmo a falta de poda de árvores.Ceciliano afirmou que vai se reunir com representantes
do Ministério Público e disse que pode protocolar uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) caso as demandas emergenciais não sejam atendidas pela
concessionária.
“Nós vamos
fazer um grupo de trabalho no Rio e acionar a Comissão de Defesa do Consumidor
e a Procuradoria da Alerj para começar a notificar a Enel e a Aneel. Também
vamos nos reunir com o Ministério Público Estadual e Federal”, enfatizou. O
presidente da Alerj acrescentou que pode solicitar uma investigação dos
investimentos da empresa em todo o país.
No encontro,
que contou com a participação do prefeito de Itaperuna, Alfredo Paulo Marques
Rodrigues, a principal reclamação do setor industrial foi a incapacidade de
expansão da demanda energética dos empreendimentos e a irregularidade na
transmissão da energia, com picos de tensão, suspensões não programadas e
cortes do serviço mesmo com o débito em dia. Essa irregularidade impacta
diretamente na produtividade dessas indústrias e, consequentemente, na geração
de emprego e renda na região, como destacou o empresário Rafael Mangaravite, do
setor de embalagens plásticas. “A gente quer trazer de fora máquinas que
melhorem a nossa produção, mas não dá para ligá-las às redes da cidade porque
temos de três a quatro oscilações de tensão por semana”, contou. “Estamos em
2022 e energia é fundamental. Não conseguimos gerar emprego e renda na cidade,
e estamos perdendo competitividade para estados como São Paulo e Santa
Catarina”, criticou. Já o empresário do setor têxtil, Luiz Agrepino Gregório,
chegou a ter prejuízo por conta da irregularidade da transmissão. “A tensão foi
tão forte que o estabilizador de uma das máquinas não aguentou e a placa
queimou. Falta energia na cidade, e mesmo com um gerador próprio da fábrica ele
não é suficiente”, contou.
Problemas de
atendimento. As reclamações, no entanto, vão além da capacidade energética
fornecida pela Enel às empresas da região. Os clientes contaram que enfrentam
problemas básicos de atendimento, como falta de poda de árvores que encostam na
fiação, o recebimento de contas atrasadas e a dificuldade em estabelecer
acordos para melhorar o fornecimento de energia na região. Diretor de uma
empresa de papel da região, Marlon Faria contou que já realizou 150 reuniões
com a Enel desde 2002. “Trabalho com energia elétrica a vida inteira e esse é o
pior momento da Enel nos meus 35 anos de profissão. Eu acho que, como cidadão
do Noroeste Fluminense, na minha profissão de engenheiro eletricista, é inaceitável
a postura da Enel”, criticou.
A prestação do serviço da Enel também foi questionada pelo presidente da Câmara dos Vereadores de Itaperuna, Sinei Menezes (PSC). “Todo dia nós recebemos reclamações da população. Os valores cobrados do contribuinte subiram 30% sem nenhuma justificativa, a Enel faz a poda das árvores e deixa os galhos pelas ruas. Nós pagamos uma fortuna de iluminação pública, mas a oscilação da tensão queima as lâmpadas com muita frequência. O jeito que a Enel trata a população é horrível”, disse. A diretora de Relações Institucionais da empresa, Andréia Câmara Andrade, reconheceu que a empresa precisa melhorar a logística e a forma de atuação. “Todas as demandas estão mapeadas e estamos trabalhando para resolvê-las. A ideia não é se desculpar, mas dizer que não há má-fé por parte da empresa. Temos limitações e inúmeras oportunidades de melhorias. Estamos trabalhando nelas”, afirmou.
Ascom
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