Os procuradores trabalham para a Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo. / Foto: Reprodução G1
A
procuradora-geral do município de Registro, no interior de São Paulo, foi
agredida por um colega dentro da própria prefeitura, onde trabalham, e ficou
com o rosto ensanguentado.
A ação foi
filmada por outra funcionária e mostra que o também procurador Demétrius
Oliveira Macedo, de 34 anos, desferiu socos e chutou a colega (veja o vídeo
AQUI)
O caso
aconteceu na tarde de segunda-feira (20), por volta das 16h50. A agressão teria
sido motivada pela abertura de um processo administrativo contra o procurador
por conta de sua postura no ambiente de trabalho. Um Boletim de Ocorrência
sobre o caso foi registrado no 1º Distrito Policial (DP) do município.
Gabriela
Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, estava trabalhando quando foi
surpreendida pelo ataque de Macedo. Segundo consta no BO, ele a agrediu
primeiro com uma cotovelada na cabeça e continuou com socos no rosto.
A
procuradora informou ter tentado se defender e, inclusive, recebeu ajuda de uma
funcionária que foi empurrada contra a porta e bateu as costas na maçaneta.
Livre para
continuar as agressões, Macedo continuou dando socos e chutes mesmo com outras
duas funcionárias tentando contê-lo. Também é possível ouvir no vídeo que ele
ofende a procuradora várias vezes.
Em
determinado momento, Gabriela conseguiu ser retirada da frente do agressor.
Assim que ouviram os gritos, dois funcionários do setor jurídico foram até o
local e conseguiram controlar o procurador.
Processo
disciplinar
A
procuradora relatou à polícia que o colega Demetrius Macedo apresentava
comportamento suspeito e que já havia sido grosseiro com outra funcionária do
setor. Ela disse que cobrou providências, pois estava com medo de trabalhar no
mesmo ambiente com ele. A procuradora informou ter enviado um memorando à
Secretaria Administrativa com uma proposta de procedimento administrativo.
Na
segunda-feira (20), foi publicado em Diário Oficial a criação de uma comissão
para apurar os fatos. Provavelmente, segundo ela, foi isso que desencadeou as
agressões.
Agora, a
procuradora quer que Macedo seja processado em decorrência das agressões e
ofensas contra ela.
O que diz a
prefeitura de Registro
Em nota, a
Prefeitura de Registro manifestou "o mais absoluto e profundo repudio aos
brutais atos de violência realizados pelo procurador municipal contra a
servidora municipal mulher que exerce a função de procuradora-geral do município".
"A
administração municipal está tomando as providências necessárias e já
determinou, de imediato, que o agressor seja suspenso, nos termos do art. 179,
c/c inc. III do art. 180, ambos da Lei Complementar nº 034/2008 – Estatuto dos
Servidores Públicos do Município de Registro, com prejuízo de seus vencimentos,
a partir de 21 de junho".
O Executivo
continuou: "reafirmamos nosso compromisso com a prevenção e enfrentamento
a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres.
Os
servidores da Procuradoria-Geral Municipal e da Secretaria de Negócios
Jurídicos receberão todo apoio necessário, inclusive acompanhamento
psicológico".
Nota de
repúdio
A Associação
Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape) também
manifestou, por meio de nota, o repúdio ao violento ataque sofrido pela
procuradora-geral do município de Registro (SP), Gabriela Samadello Monteiro de
Barros, durante seu exercício profissional. "A agressão, feita pelo
procurador municipal, precisa ser severamente punida, como forma de assegurar o
restabelecimento do Estado Democrático de Direito".
No conteúdo
divulgado, a citada associação acrescenta que o "ataque violento
desrespeita os direitos e princípios fundamentais dos cidadãos e atinge a
esfera moral e ética de todos os advogados públicos e advogadas públicas que
exercem com rigor seu papel na sociedade. É fundamental que os procuradores
tenham segurança e autonomia para exercer sua função essencial à Justiça. A
Anape manifesta sua solidariedade à procuradora que estava no desempenho pleno
das suas funções profissionais".
Fonte: G1
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