Foto: Foto: O Dr. Frederico Reis Bastos.
A Secretaria
Municipal de Saúde de Itaperuna confirmou o 1º caso de varíola dos macacos
(monkeypox). O paciente – homem, jovem e idade não informada – e que esteve
recentemente em viagem, não precisou de internação e se recupera bem.
De acordo
com o Dr. Frederico Reis Bastos, urologista, o paciente tomou uma série de
cuidados. “O paciente super bem orientado, chegou aqui com essa suspeita e ele
mesmo teve o cuidado de evitar contato, cuidado de zelo, de tudo; e a partir do
momento que ele percebeu, que o parceiro tinha tido lesões de pele na cidade de
origem, procurou por ajuda médica. O nível de consciência do paciente foi
altíssimo, o cuidado que ele teve foi altíssimo também”, comenta o médico.
Ainda
segundo o urologista, o paciente foi isolado na própria residência. “O
isolamento foi feito em casa, um isolamento domiciliar e eu mediquei e
controlei à distância, com a ajuda de outros colegas, tratando
sintomaticamente. Precisei usar antibiótico para as feridas de pele infectada
na segunda fase da doença, mas consegui controlar remotamente, sem precisar de
internação hospitalar”, diz.
Paciente
está bem e em recuperação
O paciente
está bem e na fase final da doença, em recuperação, como relata o médico. “Ele
está na fase final da doença, entrou na terceira semana. As lesões já saíram
das crostas para cicatrizes, então é a hora que ele para de transmitir. O
período de transmissão da doença ocorre quando existe a lesão ativa na pele. E
o contato não é a única forma de transmissão. A transmissão acontece através de
secreções corporais, isso ocorre através do suor, roupa de cama íntima; o
paciente quando é isolado precisa ter o cuidado com a própria roupa. É uma
doença que se dissemina pelo contato, e também existe contaminação respiratória
em menor número; e para haver uma contaminação respiratória, requer que exista
um contato prolongado com o doente no mesmo ambiente”, complementa.
O Dr.
Frederico ainda explicou como deve ser realizado o procedimento, junto a
pessoas que tiveram algum contato com a pessoa infectada. “A primeira fase é
entender se as pessoas tiveram contato com um caso suspeito ou um caso
confirmado. O caso confirmado é o caso PCR Positivo, ele já fez o teste e
detectou positivo. O caso suspeito tem a clínica, história epidemiológica
compatível com monkeypox e ele é tratado da mesma maneira como caso confirmado,
até que sai o resultado laboratorial. Esses pacientes contactantes são isolados
por 7 dias, que é o período que você espera que surjam as lesões e caso surja a
lesão em até 7 dias, segue o isolamento por 21 dias. Se não surgir lesão por 7
dias, segue medindo a temperatura; pelo menos duas vezes por dia, durante 21
dias”.
Principais
sintomas
É uma doença
que se comporta como se fosse uma gripe. “A primeira fase dela é dor,
artralgia, mialgia; surge como se fosse uma gripe, com a presença de febre
também. E no segundo momento da doença acontece as erupções cutâneas, são as
lesões que podem surgir do centro do corpo perifericamente ou a doença está
mudando, ela pode surgir como lesões genitais. Aproveito o gancho para falar
duas coisas: essa doença existe há muito tempo. Ela é endêmica, da região do
Congo na África Central. Essa doença é controlada e tratada, mas o que mudou
nessa doença?! Primeiro, mudou que ela está em 75 países, o aspecto epidemiológico;
ela foi para lugares onde não existia. Segundo, a manifestação clínica dela,
agora, já não é mais a mesma também. Ela já tem uma manifestação clínica, com
certo grau de atipia, de diferença entre a doença original. Ela, às vezes, está
começando como se fosse uma DST, uma doença genital, sexualmente transmissível;
mas via de regra ela acontece como se fosse o início de febre, mialgia,
artralgia e posteriormente as lesões cutâneas”, reforça.
É importante
destacar que a contaminação, mais comumente vai acontecer através do contato da
ferida; e, menos comumente, através de contato indireto, como por exemplo,
através da roupa de cama, roupa usada do paciente, suor, e pela via
respiratória (que é menos frequente), pois, requer exposição prolongada no
mesmo ambiente.
IMPORTANTE
A Secretaria
Municipal de Saúde pensou em dois objetivos principais em relação a informação
sobre monkeypox. “Na construção da informação sobre a doença pensamos em dois
objetivos principais, visando alertar o médico que vai realizar o diagnóstico,
por que sem a detecção precoce não existe controle de surto; o paciente não é
colocado em isolamento, e continua transmitindo por contato de forma direta e
indireta, e é uma doença altamente contagiosa. E o segundo objetivo informar a
população, pois, existe uma doença em curso; não é uma doença restrita a um
grupo de comportamento sexual, ou seja, é uma doença de contato que qualquer
ser humano pode ter. Existe uma alta incidência nesse grupo específico de
perfil sexual HSH [homens que fazem sexo com homens] e esse grupo precisa ser
informado de forma a se proteger e se prevenir, evitando a propagação rápida da
doença. Se houver um controle objetivo desses pontos, o surto vai ser
controlado”, finaliza Dr. Frederico.
Secretária
de Saúde de Itaperuna falou sobre o caso
A secretária
Municipal de Saúde Adriana Levone informa que a equipe da Secretaria vem
acompanhando as notas técnicas da ANVISA, FIOCRUZ, bem como as informações da
OMS, Ministério da Saúde e demais entidades que estudam a doença. “Nossos
profissionais estão buscando informações sobre o assunto e nós estamos sempre
em contato com a Secretaria de Estado de Saúde, objetivando uma informação de
qualidade. Já sabemos que a detecção precoce, instrução e o isolamento do caso
diagnosticado são formas de conter a doença. Pretendemos ampliar essa gama de
informações junto aos nossos médicos, preparando-os para que possam
diagnosticar a doença com mais rapidez, além de trabalharmos na divulgação de
informações oficiais junto à sociedade. Vale reforçar que o paciente em questão
está na fase final de recuperação, com as cicatrizes secando, sem riscos de
contaminar outras pessoas, ou seja, não há motivos para que a população se
desespere”, finaliza a secretária.
Orientações
do Ministério da Saúde
O Ministério
da Saúde reforça que “a principal forma de proteção é evitar contato direto com
pessoas contaminadas. Lembrando que a principal forma de transmissão ocorre
através do contato pele/pele, pessoal, ou obviamente através do contato com
objetos pessoais de um paciente que está infectado com a varíola dos macacos.
E, ao aparecer quaisquer sinais ou sintomas como febre alta e súbita, dor de
cabeça, aparecimento de gânglios, procure um médico na unidade básica de saúde.
Procure seu médico, porque ele terá a capacidade de te examinar, fazer o
diagnóstico e a condução clínica necessária. Existem atualmente duas empresas
que produzem vacinas contra a doença. O Ministério está em tratativas com a
OPAS e OMS para aquisição de doses para a população. Em uma primeira análise,
trabalha-se com um quantitativo de aproximadamente 50 mil doses iniciais, a
depender da capacidade de produção da empresa e da capacidade de aquisição. A
OPAS está em tratativas com o fabricante para que, o mais breve possível, essas
vacinas estejam disponíveis”, informa matéria no site do Ministério.
Decom-PMI
Nenhum comentário:
Postar um comentário