— A gente percebe um aumento expressivo nos números do Rio. E há uma tendência de aumento no número de raios no Brasil. A gente previa que aumentasse em uma década, mas já está subindo. Isso pode ser fruto da intensificação de tempestades por que o planeta e, consequentemente, o Brasil estão passando — observa o doutor em geofísica espacial e coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, acrescentando que será preciso analisar os dados dos próximos anos para constatar a causa desse crescimento.
Estátua não sofreu danos
As cidades fluminenses mais atingidas mês passado foram Campos dos Goytacazes (29.151), Cachoeiras de Macacu (25.243) e Valença (23.099). No ranking nacional, em janeiro, o Inpe posiciona o Rio como o 15º estado com a maior incidência de raios entre as 27 unidades da federação. Minas Gerais, o primeiro colocado, recebeu 4,496 milhões de descargas. Segundo Osmar Júnior, a incidência no Rio é mais comum no verão:
— Contribuem as temperaturas muito altas e as cadeias de montanha, além de constantemente ser rota de passagem de sistemas frontais.
Atingido, o Cristo Redentor saiu ileso da descarga elétrica. Um raio libera algo em torno de 300kWh, equivalente ao consumo mensal de energia de uma casa pequena. Técnicos fizeram domingo uma avaliação da estátua, que não sofreu dados. No entanto, a iluminação do monumento, as luzes da Capela Nossa Senhora Aparecida e computadores do santuário queimaram.
— Nosso símbolo maior, atingido por fortes descargas elétricas, mostrou-se resistente mais uma vez. De forma recorrente atingido por todo tipo de intempéries climáticas, permanece iluminando o céu, resiliente, acolhedor e solidário como cada brasileiro — afirmou o padre Omar, reitor do santuário.
Em 2021, o sistema de para-raios da estátua foi trocado para o aniversário de 90 anos.
— Foi feita uma readequação: a coroa, que é um conjunto de captores, tinha 80 centímetros, agora tem dois metros, além de outros pontos de recebimento nos ombros e braços. A função do para-raios é exatamente receber a descarga e enviá-la para o chão, sem impactar a estrutura que está protegendo — explica Cristina Ventura, arquiteta que acompanha as ações de conservação preventiva do Cristo.
Extra
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