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14/02/2023

Número de raios que caem no Estado do Rio aumentou 33%


Um raio cai duas vezes no mesmo lugar? A resposta é sim! E o exemplo usado pelos especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é o do Cristo Redentor, monumento que chega a ser atingido por até seis raios por ano. O mais recente, na última sexta-feira, quando a cidade foi assolada por um temporal, caiu em cheio no topo da estátua e foi registrado pelo fotógrafo Fernando Braga. As chances de essa imagem se repetir têm crescido. De acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe, em janeiro deste ano houve um aumento de 33% no número de raios no Estado do Rio: de 309 mil, em 2022, para 413 mil. No mesmo mês de 2021, foram 149 mil.


— A gente percebe um aumento expressivo nos números do Rio. E há uma tendência de aumento no número de raios no Brasil. A gente previa que aumentasse em uma década, mas já está subindo. Isso pode ser fruto da intensificação de tempestades por que o planeta e, consequentemente, o Brasil estão passando — observa o doutor em geofísica espacial e coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, acrescentando que será preciso analisar os dados dos próximos anos para constatar a causa desse crescimento.


Estátua não sofreu danos

As cidades fluminenses mais atingidas mês passado foram Campos dos Goytacazes (29.151), Cachoeiras de Macacu (25.243) e Valença (23.099). No ranking nacional, em janeiro, o Inpe posiciona o Rio como o 15º estado com a maior incidência de raios entre as 27 unidades da federação. Minas Gerais, o primeiro colocado, recebeu 4,496 milhões de descargas. Segundo Osmar Júnior, a incidência no Rio é mais comum no verão:


— Contribuem as temperaturas muito altas e as cadeias de montanha, além de constantemente ser rota de passagem de sistemas frontais.


Atingido, o Cristo Redentor saiu ileso da descarga elétrica. Um raio libera algo em torno de 300kWh, equivalente ao consumo mensal de energia de uma casa pequena. Técnicos fizeram domingo uma avaliação da estátua, que não sofreu dados. No entanto, a iluminação do monumento, as luzes da Capela Nossa Senhora Aparecida e computadores do santuário queimaram.


— Nosso símbolo maior, atingido por fortes descargas elétricas, mostrou-se resistente mais uma vez. De forma recorrente atingido por todo tipo de intempéries climáticas, permanece iluminando o céu, resiliente, acolhedor e solidário como cada brasileiro — afirmou o padre Omar, reitor do santuário.


Em 2021, o sistema de para-raios da estátua foi trocado para o aniversário de 90 anos.


— Foi feita uma readequação: a coroa, que é um conjunto de captores, tinha 80 centímetros, agora tem dois metros, além de outros pontos de recebimento nos ombros e braços. A função do para-raios é exatamente receber a descarga e enviá-la para o chão, sem impactar a estrutura que está protegendo — explica Cristina Ventura, arquiteta que acompanha as ações de conservação preventiva do Cristo.



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